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Crescimento do rebanho bovino em Roraima, a segunda matéria da série sobre bovinocultura no estado

Crescimento do rebanho bovino em Roraima, a segunda matéria da série sobre bovinocultura no estado

O rebanho bovino em Roraima, até a década de 90, era predominantemente de criação extensiva, com gado solto nos campos naturais, conhecida como criação extensiva. Sua maior densidade ocorria em áreas planas das savanas, levando mais de 5 anos para abater os animais, com peso médio de carcaça de 160 kg por animal.

Essa densidade era de 4 a 6 hectares para 1 único animal. A criação, inicialmente de bovinos do tipo crioulo, foi modificada para a raça nelore devido a mudanças no estado causadas por programas federais de habitação das terras. Com o surgimento de novas culturas e a demanda por mais carne, a criação intensificou-se, acelerando a necessidade de terminação mais rápida. Isso levou à produção de pastagens com capim Jaraguá (Hyparrhenia rufa) e colonião (Panicum maximum).

Nos anos 2000, ocorreram avanços como a criação semi-intensiva em piquetes revezados, suplementação animal com sal mineral e melhoramento genético do rebanho por meio da inseminação. O avanço da pecuária esteve diretamente relacionado às mudanças no estado, incluindo o cultivo de grandes culturas como o arroz irrigado, proporcionando manejo eficiente após a colheita e rápido ganho de peso dos animais.

A densidade animal nesse período chegou a ser de 4 animais por 1 hectare em algumas áreas. O avanço tecnológico e práticas inovadoras fizeram uma grande diferença nesse comparativo de densidades. Na última década, o governo estadual desempenhou um papel crucial na gestão, atraindo investidores, regularizando terras e resolvendo problemas energéticos. O sucesso no combate à febre aftosa impulsionou um aumento significativo no rebanho, passando de 759.804 em 2014 para 1.229.778 bovinos em 2024, segundo a ADERR, sendo a maioria voltada para corte.

Atualmente, vivemos uma intensificação da criação em confinamento, adensando ainda mais os animais e possibilitando o abate com 450 kg (boi vivo) em menos de 20 meses. Roraima enfrenta novos tempos e desafios, estando preparada para essa realidade.