A engenheira agrônoma Ludmila Maria Oliveira de Saboya explicou nesse domingo (16), durante o programa Agenda da Semana, da Folha FM, o critério para erradicar a mosca da carambola em Roraima (confira a entrevista completa ao final da reportagem). Atualmente, o Estado está proibido de exportar 39 frutas por causa da praga.
Com base em uma normativa federal, ela esclareceu que o Estado precisa registrar, em um intervalo de 365 dias, nenhuma captura da praga em plantações e frutas para se livrar oficialmente do problema. “O protocolo é esse: 365 dias com zero captura”, pontuou a auditora fiscal do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Ludmila revelou que, apenas em junho, o Mapa capturou 278 frutas infectadas. Anualmente, o Estado identifica 18 mil ocorrências. Para fazer os registros, segundo ela, existem 4,3 mil armadilhas oficiais em Roraima. “Precisamos de maior controle no transporte dos frutos, barreiras mais incisivas”, disse.
A profissional incentivou que prefeituras municipais, o Governo de Roraima e outros entes se unam para promover políticas públicas para erradicar a praga, incluindo a conscientização sobre o assunto.
Mosca da carambola faz mal?
A engenheira agrônoma esclareceu que o consumo dessas frutas não são prejudiciais à saúde humana e que as medidas se restringem apenas à exportação para outros Estados e países. “Faz mal pra saúde do bolso dos produtores, que podem perder a produção, não gerar empregos. Isso volta pra sociedade como todo”, explicou.
O que fazer após identificar a mosca?
A auditora fiscal explicou que, caso produtores identifiquem frutas alvos da larva ou mosca da carambola, procurem a Aderr (Agência de Defesa Agropecuária de Roraima) e o Mapa. “A larva não dá pra identificar, mas se tiver, enterre, coloque num saco ou dê outro destino”, orientou.
Mosca da carambola em Roraima
Durante a entrevista, Ludmila Saboya lembrou que a mosca da carambola foi identificada pela primeira vez em Roraima em 2010, no Município de Normandia, e citou que foram criadas barreiras fitossanitárias para isolá-la.
Ela destacou que a forte migração venezuela diante da então reduzida triagem atrasou a resolução do problema no Estado, que atualmente está proibido de exportar 39 frutas hospedeiras – incluindo carambola, jambo, acerola, siriguela e laranja – na sua forma in natura (obtidas diretamente de plantas sem ter sofrido qualquer alteração).
Ludmila Saboya lembrou ainda que os Estados do Amapá e Pará também possuem armadilhas e que o governo federal investe, anualmente, mais de R$ 40 milhões para tentar erradicar a praga no Brasil.