O programa Agenda da Semana de domingo (9) recebeu o secretário estadual de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (Seadi), Dr. Márcio Granjero, que falou sobre a previsão de safra e os desafios enfrentados pelos criadores de gado na região centro-norte de Roraima devido à praga da lagarta.
“Um problema que se avolumou no último mês e está gerando grandes prejuízos. O que mais preocupa é que quando o verão chegar, pode provocar outros prejuízos. Roraima passou por um período de seca e nossas águas foram embora rapidamente, o que fez com que nosso verão fosse muito intenso. Com essa severidade, as pastagens foram secando, o gado comendo e não tendo aquele rebroto natural e isso interferiu no manejo das pastagens. Além da questão das queimadas, principalmente na região centro-norte do estado, onde é maior a incidência dessa praga (…) As pastagem são naturalmente acometidas por lagartas, principalmente a lagarta militar. Só que com a sequidão e a queimada, reduziram os inimigos naturais, a própria alimentação e com a chegada da chuva, o rebrote, elas tiveram um prato cheio, chegaram com muita voracidade. Ainda pior com o gado em cima, o que está causando muitos problemas (…) Mais de 90 mil cabeças de gado foram transportadas nesse período de maio, justamente pela falta de alimento e dificuldade de condução dos rebanhos nessas áreas. Nós tivemos uma conversa e o governador determinou que tomássemos uma atitude para reverter a situação. Obviamente que o combate à lagarta é uma etapa. Mas não é só a lagarta, temos o percevejo, as cigarrinhas, que nessa época chegam”
O secretário também detalhou as ações do governo para mitigar o problema da praga. Segundo ele, está sendo realizado um levantamento dos pequenos produtores que necessitam de maior ajuda nesse momento. Ele explicou que será disponibilizado crédito para o manejo dos pastos para esses produtores.
De acordo com Granjeiro, A Seadi, juntamente com o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Iaterr), visitou mais de 200 propriedades e catalogou mais de 13 mil hectares afetados.
“Nem todos morreram 100%, mas há uma grande redução no número de plantas por hectare e isso vai afetar na produtividade dessa pastagem. Nos reunimos semana passada, a Agricultura, Aderr [Agência de Defesa Agropecuária de Roraima], o Iaterr, a Defesa Civil e estaremos decretando uma situação de emergência para se dar uma resposta. Alguns produtores já entraram com medidas paliativas, que é o controle com defensivos, mas essas áreas que morreram têm que ser replantadas imediatamente. Se não reagirmos, o nosso verão será comprometido. O governo vai dar um apoio nesse sentido. A ideia é o uso do crédito a pequenos produtores para a aquisição de sementes e defensivos, para mitigar. Um problema desse não se resolve em um ano. Tem que ter muito cuidado e responsabilidade. Mas o primeiro passo é levantando pra ver a magnitude do impacto e catalogando os produtores que necessitam desse apoio momentâneo”