
Os preços dos alimentos no Norte do país estão ficando mais acessíveis, e parte desse alívio no bolso do consumidor vem de um aliado inesperado: o microcrédito rural. Pequenos agricultores da região estão usando esses financiamentos para aumentar sua produção, o que resulta em mais comida fresca e barata nos mercados locais.
Nos primeiros três meses de 2025, bancos como o da Amazônia e a Caixa Econômica já liberaram R$ 22 milhões em empréstimos para agricultores familiares. Esse dinheiro está sendo usado para comprar equipamentos, sementes de qualidade e sistemas de irrigação que permitem plantar mesmo na seca. O resultado é visível: mais alimentos sendo colhidos e preços em queda nos supermercados da região.
“Antes, dependíamos muito de alimentos vindos de outros estados, que chegavam caros por causa do frete. Agora, com a produção local aumentando, o feijão, a farinha e as verduras estão mais baratos”, explica Maria Silva, dona de um pequeno mercado em Manaus.
O impacto vai além da economia doméstica. Cada real investido nesses créditos gera emprego no campo, movimenta o comércio de insumos agrícolas e reduz o desperdício, já que os alimentos não precisam mais viajar dias em estradas precárias para chegar à mesa do consumidor.
Ainda há desafios. Muitos agricultores reclamam da burocracia para conseguir os empréstimos, e alguns nem sabem que têm direito a esse tipo de financiamento. Mas os bancos prometem simplificar os processos e ampliar o acesso ao crédito.
Enquanto isso, histórias como a do seu José Roberto, agricultor de Rondônia, mostram o potencial da iniciativa: “Com o dinheiro do crédito, comprei um tanque para criar peixes. Agora vendo o pescado fresco na feira e ainda sobra para alimentar minha família”.
Para os moradores das cidades, o benefício é direto: comida mais barata e de qualidade na feira. E para o Brasil, a vantagem é dupla: fortalecimento da agricultura familiar e controle da inflação dos alimentos em uma das regiões mais carentes do país.