Após anos de investimento na produção de milho em Roraima, a agricultura no estado tem mostrado outras possibilidades, entre elas o gergelim. O agrônomo Anderson Rossatto, durante o Agenda da Semana desse domingo (03), na rádio Folha FM 100.3, mostrou como a semente tem chances de prosperar como segunda safra.
De acordo com o também consultor da Granterra, o milho ainda é forte nas produções após a colheita de soja. Tanto que, em 2022, foram quase 14 mil hectares de área plantada, com uma produção de 93.327,5 toneladas e produtividade de 111 sacas por hectares. Entretanto, o cereal não se adapta bem ao cerrado roraimense, uma vez que não tem altitude suficiente que garanta o bom desenvolvimento e maior rendimento de grãos e precisa de mais água.
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“Alguns produtores fizeram o milho mais sentido sul do Estado, Mucajaí e Iracema, mas o que aconteceu foi: até ano passado, que foi ano de La Niña, anos mais chuvosos, a gente teve, em torno de 15 a 20 dias, um veranico bem no pendoamento do milho, no florescimento, onde a demanda hídrica é muito grande. Então o milho se torna um risco para o estado de Roraima. Não tem uma segunda safra de milho consolidada e o gergelim vem para dar mais segurança”, explica Rossatto.
O agrônomo também acrescenta que o gergelim tem menor investimento, sendo abaixo de mil reais por hectare plantado, enquanto o milho varia entre R$ 5.000 a R$ 6.000. Outro ponto positivo do plantio da semente é que utiliza menor correção do solo e pode ter tempo de produção de 90 ou 120 dias, de acordo com os recentes projetos feitos em Roraima.
Quanto ao mercado, Anderson informou que o “milho é uma cultura muito interessante para o sistema” agrícola do estado, mas tem um mercado difícil. Já o gergelim, por ser produzido apenas para exportação para países asiáticos, já vem com mercado “certo com duas empresas comprando”.
Outros assuntos
O agrônomo também falou sobre alguns efeitos do El Niño na agricultura no estado, que pode passar por um período desafiador de grande estiagem, assim como Roraima tem potencial de desenvolvimento, principalmente com o estreitamento de relações com a Guiana Inglesa. A entrevista completa está disponível no YouTube.
