O presidente da Aprosoja-RR (Associação dos Produtores de Soja de Roraima), Geraldo Falavinha, disse que a previsão é que os produtores colham em torno de 400 mil toneladas na safra 2023/2024, apesar da previsão de rigorosa estiagem no Estado. A estimativa foi feita nesse domingo (13), no programa Agenda da Semana, da Folha FM.
“Temos em torno de 122, 123 mil hectares de soja plantada. Esperamos um incremento de produtividade e, embora tenhamos passado por 15 dias sem chuva, contamos que teremos produção acima de 400 mil toneladas de grãos neste ano”, declarou ele, ressaltando que dessa expectativa, 300 mil serão exportadas.
Programação da abertura da colheita
A Abertura Oficial da Colheita de Soja está marcada para sexta-feira (18), às 19h30, no auditório da Faculdade Cathedral, em Boa Vista. A palestra “Elementos de Sustentabilidade da Agropecuária Brasileira”, com o pesquisador e escritor Evaristo de Miranda, marca o início da programação.
No dia seguinte, o evento continua na Fazenda Rancho Grande, na zona rural da capital de Roraima, com:
- 10h – Largada oficial da colheita;
- 12h – Almoço com a apresentação da dupla sertaneja Fabinho & Maurício (12h);
- 14h – Palestra “A importância da participação da mulher na agricultura brasileira” com Paula Boaventura, presidente da Comissão de Direito do Agronegócio da Associação Brasileira de Advogados;
- 14h – Demonstração de máquinas e implementos.
Dificuldades do agronegócio roraimense
Falavinha destacou as atuais dificuldades dos produtores Roraima afora, como a armazenagem de grãos perante ao curto período entre o plantio e a colheita e as condições ainda precárias da rodovia federal BR-174, a principal via de escoamento rápido da produção do Estado. “Hoje, o caminhão pra ir pra Manaus e buscar nossa carga perde, no mínimo, meio dia. E se não quebrar, leva três a quatro dias”, explicou, detalhando que o preço do frete aumenta e o ganho financeiro diminui.
Por outro lado, o presidente da Aprosoja-RR vê com bons olhos o futuro do escoamento da produção de Roraima por meio da estrada para Georgetown, capital da Guiana, com outros países do mundo.
“Já está se trabalhando, levando farelo de soja pela estrada que tem hoje, que é de chão, levando os milhos pra Georgetown. Tem dificuldade sim, mas é possível, é uma distância menor, Georgetown já oferece condições de porto, mas é possível trabalhar nisso e a indústria deles está pensando em investir isso, pra fazer exportação do nosso produto”, declarou.
Política ambiental do Governo Lula
Geraldo Falavinha demonstrou preocupação com a intenção do Governo Lula em ampliar a demarcação territorial de áreas indígenas e de conservação ambiental em Roraima – sob condução da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva – o que poderia inviabilizar a produção local e aumentar a insegurança jurídica.
Por outro lado, disse que a classe política roraimense está atenta para impedir esse projeto. “Eu acredito que vamos vencer essa dificuldade e o nosso Estado vai se desenvolver com a força dos produtores que aqui chegaram e vamos fazer esteEstado produtor de grãos e alimentos”, declarou.
Na opinião do presidente da Aprosoja nacional, Antonio Galvan, o governo federal deve comprovar a necessidade dessa política e destacou que o agro é o que sustenta o mundo. “Espero que esse governo realmente veja dessa forma”, disse. “É a segurança alimentar em primeiro lugar pra sobrevivência dos seres humanos”.