JESSÉ SOUZA

Anúncio de obras em Tepequém e a necessidade de uma fiscalização rigorosa

Jessé Souza*

Os órgãos de controle precisam estar atentos desde já à publicação do aviso de licitação, pela Secretária Estadual de Infraestrutura (Seinf), que abre o processo para a contratação de uma empresa que ficará responsável por construir importantes obras que irão impactar decisivamente o Turismo na Serra de Tepequém, no Município de Amajari.

Serão construídos um mirante na Cachoeira do Paiva, um centro de atendimento ao turista e o portal na entrada da Vila do Paiva. Serão realizados ainda serviços de eletrificação e a pavimentação da estrada de acesso à Cachoeira do Paiva, onde será instalado o mirante. Não foram divulgados valores, mas com certeza são alguns milhões de reais que precisam ser acompanhados de perto.

Precedentes de problemas na execução e na má aplicação de recursos já existem na obra de recuperação da estrada que dá acesso a Tepequém, a RR-203, que atravessa todo o Amajari. A obra da rodovia sequer foi concluída e restou abandonada pela empresa, que porcamente realizou o serviço de péssima qualidade. Até hoje não se sabe exatamente os valores consumidos pela empresa que largou a obra nem o valor a ser pago à empresa atualmente contratada.

A falta de transparência nunca foi questionada pelos órgãos de controle, muito menos por um grupo de deputados que foi ao Tepequém prometer resolver os problemas mais urgentes. Se não houver providências, essas novas obras que irão estruturar definitivamente o Turismo em Tepequém poderão ser uma nova dor de cabeça e um provável sumidouro de recursos públicos.

O abandono desse ponto turístico pelo Governo do Estado é flagrante e histórico, a começar pela indefinição da questão fundiária, mesmo não havendo mais nenhum empecilho para que seja feita a imediata regularização. O governo sequer se preocupa em intermediar entendimento para que seja instalado um serviço de telefonia celular. Nem consegue manter estrutura mínima para o fornecimento de água e esgotamento sanitário, que é inexistente.

Com o início dos procedimentos para licitar essas obras milionárias, com certeza já existem políticos e grandes empresários de olho, inclusive se aproveitando da indefinição imobiliária para adquirirem terrenos para fins de especulação imobiliária; ou mesmo para estarem mais perto em uma típica ação de raposa cuidando do galinheiro.

Daí a necessidade não só de os órgãos fiscalizadores estarem de olho, mas da população em geral, especialmente os moradores de Tepequém. É de conhecimento da opinião pública que, quando há obras milionárias em jogo,  o interesse por métodos escusos começa a surgir. As autoridades precisam agir desde já, pois bastam os problemas históricos até hoje não solucionados.

*Colunista

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