Cotidiano

Terrenos baldios se tornam criadouros de mosquito da dengue em Boa Vista

Em todos os bairros da Capital existem terrenos baldios que são usados para descartar lixo urbano e entulhos

O último Levantamento Rápido de Infestação por Aedes Aegypit (LIRAa), apontou que o lixo é o maior foco de transmissão da dengue e chikungunya na Região Norte. Em Boa Vista, o problema se agrava ainda mais devido à grande quantidade de terrenos baldios. Muitos se encontram em estado de completo abandono e entregues à sujeira.
Em todos os bairros da Capital há terrenos tomados por matagal e lixo doméstico lançado pelos próprios moradores, dos bairros nobres na zona Leste aos mais afastados do Centro, na zona Oeste. Esses locais acabam abrigando objetos que servem de criadouros do mosquito da dengue, como latas, garrafas, pneus e outros recipientes que acumulam água da chuva.
A situação tem preocupado quem mora perto dos locais abandonados, principalmente devido à proximidade do período chuvoso, quando o risco da dengue aumenta geralmente no início do inverno no Estado. A Folha foi até alguns bairros da Capital e identificou vários pontos onde existem terrenos propícios à proliferação de mosquitos da dengue.
Em um deles, pertencente à Associação dos Servidores da Universidade Federal de Roraima (Assufer), localizado no bairro Jardim Floresta, zona Oeste, o mato e o lixo tomavam conta da área. Moradora da casa ao lado, a dona de casa Luiza Marques disse que o problema no local se arrasta há anos sem nunca ser resolvido pela Associação. “Moro aqui há 20 anos e esse terreno sempre foi abandonado. A gente se preocupa, vai atrás para reclamar, mas quando chega certo período, simplesmente tacam fogo e a situação só piora”, denunciou.
Segundo ela, devido à situação do terreno, membros da família contraíram dengue. “Quase todo mundo aqui da minha família pegou dengue por causa desse abandono e descaso. Até já desistimos de brigar por causa disso, todo dia jogam lixo aí, não tem mais jeito”, lamentou.
ASSUFER – A Folha entrou em contato com a Universidade Federal de Roraima (UFRR) para que desse esclarecimentos sobre a situação do terreno que pertence à Associação de Servidores da instituição.  Em nota, a UFRR esclareceu que não pode se responsabilizar pelo local, pois a entidade é independente. A Folha entrou em contato com um dos integrantes da associação, o professor Fabrício Macedo, que informou que o presidente da entidade não está na Capital e que ele não poderia dar declaração sobre o fato.

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