Cotidiano

Eletrodomésticos sem selo de qualidade podem causar incêndios em residências

Além da falta de qualidade, eletrodomésticos podem superaquecer durante quedas de energia, o que pode provocar um incêndio

Os incêndios domésticos acontecem com mais frequência no verão. Nas últimas semanas do mês passado, por exemplo, uma casa e um apartamento, na zona Oeste de Boa Vista, pegaram fogo. Não houve morte, mas duas pessoas foram levadas ao hospital com queimaduras. As chamas começaram pelos ventiladores, que superaqueceram devido ao uso constante, travaram e incendiaram.

O tenente-coronel Jefferson Abreu, subcomandante Operacional do Corpo de Bombeiros de Roraima, orientou a população a tomar algumas precauções para evitar os incêndios domésticos. Além desses eletrodomésticos não terem garantia nem selo de qualidade, por isso sobrecarregam quando usados com frequência, as constantes quedas de energia também podem provocar curto-circuito na rede elétrica do imóvel, dando início ao incêndio.

“A falta ou queda de energia acaba sobrecarregando um equipamento, um ventilador, por exemplo, que já vem sendo muito utilizado por causa do forte calor. Então, o aparelho pega fogo e pode provocar um curto-circuito na rede elétrica da casa, o que piora a situação”, explicou.

No caso da venda de aparelhos eletrodomésticos sem garantia ou selo de qualidade emitido pelos órgãos competentes, o tenente-coronel orientou o consumidor a não comprá-los. Mas não é bem isso que acontece em Boa Vista. No Centro e nos bairros de Boa Vista, ventiladores e outros eletrodomésticos sem garantia e sem qualidade são vendidos aos montes, espalhados pelas calçadas.

São ventiladores, sanduicheiras, abajures, liquidificadores e até equipamentos eletrônicos, tudo produto pirateado, geralmente da Venezuela ou da Guiana. “Esses produtos são vendidos mais baratos, por isso que o povo compra. Vendemos muitos ventiladores este mês, mas nunca ninguém voltou para reclamar”, alegou um lojista, que preferiu não se identificar.

USO DE VELAS – Outro risco grande em tempo de quedas de energia é a utilização de velas. O tenente-coronel Jefferson Abreu orienta o cidadão a colocá-la em cima de um material que não pegue fogo e sempre longe de cortinas, tapetes, colchão ou botijas de gás. “No caso da botija, tem que desligar sempre o registro e verificar a validade. Isso é muito importante na prevenção contra incêndio”, observou.

O tenente-coronel orienta as pessoas a não tentarem apagar um incêndio que já tenha fugido ao controle. Lembrou de um caso na Capital em que um homem tentou fazer isso, acabou morrendo no hospital com 90% do corpo queimado. “Se o fogo estiver no início e ainda houver a possibilidade, aí se pode até tentar, mas a partir do incêndio, quando as chamas já fogem ao controle, orientamos o cidadão a não tentar apagar. Tem que ligar imediatamente para o Corpo de Bombeiros, pelo 193”.

Segundo ele, o setor operacional da corporação conta com 30 bombeiros por dia para combater os incêndios em Roraima, sejam domésticos ou no campo. O comando também dispõe de cinco viaturas de combate a incêndios, três no interior e dois na Capital. “A previsão é ganhar mais uma viatura este mês”, destacou. (AJ)

Ipem orienta que produtos devem ter selo do Inmetro

O diretor técnico Alfredo Gadelha, do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), recomenda ao consumidor que não compre aparelhos sem o selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia), o que dá a garantia de qualidade e segurança do produto.

Equipes do Ipem todos os dias fiscalizam a venda desses produtos em locais movimentados, segundo ele, mas que os aparelhos também são vendidos em pequenos comércios, o que dificulta sua retirada de comercialização.

Gadelha disse que o cidadão pode ligar e denunciar a venda desses aparelhos sem garantia pelo número da Ouvidoria do Instituto: 0800-2809590. “Esses equipamentos não podem ser comercializados porque colocam em risco a segurança das pessoas. O consumidor deve comprar apenas aparelhos com o selo do Inmetro”, frisou.

A maioria dos aparelhos eletrodomésticos vendidos na Capital, segundo ele, vem da Venezuela. Os agentes do Ipem intensificaram o combate à pirataria e, recentemente, segundo Gadelha, ocorreu uma grande apreensão em Boa Vista. “E continuamos com a rigorosa fiscalização”. (AJ)

Publicidade