Conexão Internacional

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Jornalismo de Integração, além das fronteiras…

Realização: Câmaras de Comércio e Indústria Brasil Guiana e Brasil Venezuela

Semana de 25 de novembro a 2 de dezembro 2021. 3ª edição

Eleições marcaram o último domingo dia 21 de novembro. No Chile inspirado em uma onda direitista que não se via desde o regime militar, Senado e Câmara de Deputados, sofreram uma renovação significativa para o encolhimento da representatividade da esquerda naquele país. O candidato de extrema direita do Partido Republicano José Antonio Kast, conhecido como o “Bolsonaro Chileno” superou Gabriel Boric, candidato da Frente Ampla e Partido Comunista com 27,91 contra 25,83 %. No Senado a partir de março de 2022 a direita controlará metade do Senado Federal e na Câmara dos Deputados 155 deputados são novos, aumentando o equilíbrio de forças na casa usualmente dominada pela centro-esquerda. O Atual presidente Sebastian Pinera em baixa popularidade devido à escândalos envolvendo privatização de minas publicas beneficiando familiares, escapou semana passada de um processo de cassação pelo parlamento.

Segundo a Confederação Nacional da Industria (CNI) o mais recente acordo de Comércio entre Brasil e Chile autorizado pelo Congresso Nacional em maio desse ano abrirá um mercado potencial de mais 11 bilhões de dólares por ano, principalmente para vendas a 43 entidades públicas do governo chileno. Em 2020 o comercio bilateral totalizou 6,7 bilhões de dólares. O Chile é o segundo maior parceiro comercial do Brasil na América do Sul e o Brasil o maior parceiro comercial do Chile na América Latina. A estabilidade política e a continuidade de um governo mais afinado politicamente com o atual governo brasileiro com certeza permitirá um incremento dessas relações e permitirá a players novos como o Estado de Roraima a lucrar com uma fatia do aumento das exportações para aquele país, cujo ramal rodoviário desde o norte brasileiro pode ser conectado através das rodovias que cortam a Venezuela, Colômbia, Equador e Peru até Santiago do Chile.

Eleições regionais na Venezuela dia 21 de novembro: esperança de paz para todos

Na Venezuela, o resultado das eleições estaduais foi diferente mas já esperado: Apesar de mais de 95% da população do pais estar vivendo abaixo da linha de miséria e a abstenção chegar a quase 60% dos votos, os candidatos á governo do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSVU) encabeçado por Nicolas Maduro conquistaram 20 dos 23 governos estaduais e a maioria dos postos de prefeitos e vereadores, inclusive a da Capital Caracas. É a primeira vez desde 2018 que a oposição participa das eleições mediadas pela Rússia (representando a Venezuela), Holanda (representando a oposição) e a Noruega como arbitra conciliadora. A oposição conseguiu obter apenas três estados: Cojedes, Nueva Esparta e Zulia, um dos estados mais populosos e potencialmente ricos do país devido á atividade petroleira, no momento reduzida a 10% de sua capacidade produtiva. No Estado Bolivar fronteiriço com o Brasil,  o vencedor que governará o estado por quatro anos foi Ángel Bautista Marcano (PSUV), aliado do governo socialista central. Maduro se pronunciou afirmando que o resultado é “ um bom trabalho, fruto do nosso árduo trabalho e da nossa honestidade”.

Observadores da União Europeia, as Nações Unidas e do Carter Center, órgão especializado em processos eleitorais supervisionaram as eleições que correram sem grandes anormalidades. Ainda assim, foram registradas duas mortes e duas dezenas de feridos.

A Oposição participou dividida nos pleitos. A corrente liderada por Henrique Capriles, ex-candidato presidencial e figura-chave no retorno da oposição à politica, decidiu participar em cima da hora. Mas Juan Guaidó (presidente reconhecido em esfera internacional) e Leopoldo Lopes instruíram seus correligionários a boicotar as eleições. Algumas concessões estão sendo feitas paulatinamente pelo governo Maduro como a permissão para que dois dos 5 juízes do Conselho Nacional Eleitoral sejam indicados pela oposição. Ainda assim dezenas de políticos foram desqualificados, proibidos ou mesmo presos, impedidos de se candidatar, a renovação da CNE tem sido vista como uma evolução sem precedentes nas últimas décadas.

Cerca de 4 milhões de venezuelanos que vivem no exterior — de um total de 20 milhões cadastradas — não votaram e seriam uma força-chave para a oposição, já que a maioria saiu fugindo da crise econômica e de perseguições de todas as ordens. Depois de décadas de polarização, a política perdeu importância para a população que não foi votar: a dolarização e a abertura econômica amenizam a crise, esta reativando um mínimo de produção e aliviando em parte as demandas mais imediatas.

O discurso do partido de Maduro defendeu as conquistas como a redução da taxa de homicídios e a solução da procura por alimentos de primeira necessidade com a dolarização da economia. No entanto, a economia da Venezuela é hoje um terço do que era há 5 anos, a produção de petróleo diminuiu e a hiperinflação gerou uma desigualdade sem precedentes na história do país. Há alimentos nas prateleiras dos supermercados mas não há dinheiro para compra-los. O país da gasolina barata agora sofre com a escassez do produto vendido em dólar proveniente do Irã.

O Ex alcade de Santa Elena de Uairen Emilio Gonzalez

No quadro Folha Internacional de quinta feira 25 de novembro participa como entrevistado direto de Santa Elena de Uairen o ex-prefeito daquele município Emilio Gonzales. O ex prefeito é índio Pemon e ficou exilado em Pacaraima durante dois anos após um massacre promovido pelas forças armadas da Venezuela contra as lideranças políticas contrarias ao regime do presidente Maduro. Ele foi deposto do cargo de prefeito, teve seus bens apreendidos e acusado de portar armas ilegais. Perseguido fugiu para o lado brasileiro aonde se manteve como exilado político. Há seis meses com a reabertura das negociações entre o governo socialista e a oposição, Gonzales voltou a Santa Elena e se candidatou novamente á Alcade, tendo sido superado pelo candidato governista em uma eleição ainda questionada pela oposição.

T
ambém na Rádio Folha a empresaria Maria Helena da Asatur Turismo conta como foi a viagem da comitiva de empresários, acompanhados do senador Chico Rodrigues, para Georgetow, capital da Guiana nos dias 17 a 20 de novembro. A pauta foi voltada para oportunidade de negócios na Guiana Dia 17/11: reunião com vice presidente da república da Guiana. Dia 18/11: reunião com ministro da GOINVEST (órgão responsável setor de investimentos) Reunião com ministro da agricultura. Reunião com agência de aviação da Guiana. Jantar com potenciais compradores guianenses.

Na oportunidade foram realizadas encontros binacionais com o vice Presidente da República daquele pais, representantes da Agência de Investimentos da Guiana (Go-Invest), Ministério da Agricultura e técnicos da Agência de Aviação Guianense.

Maria Helena afirma que “Eles tem interesse em fazer negócios com o Brasil , principalmente com a região norte”.

Nesta sexta-feira, 19, reunião com o Peter Ramsaroop, Presidente do Escritório de Investimentos da Guiana (GO-Invest)

Nesta quinta-feira, 18,  com o vice-presidente Bharrat Jagdeo em Georgetown, junto à alguns empresários, em busca de novos negócios e crescimento para o Estado de Roraima

A presidente da União das Mulheres Indígenas da Amazônia (UMIAB), a roraimense, do Amajari, Telma Taurepang não para de colecionar prêmios internacionais e reconhecimentos pela luta da causa das mulheres indígenas e por temas como a produção de alimentos e de outras riquezas em terras indígenas. Dessa vez ela ganhou um diploma e um kit de presente da Agência Norteamericana de Cooperação Internacional (USAID). Agência do governo dos Estados Unidos que despeja mensamente por intermédio da Agencia Adventista ADRIA vários milhões de dólares para custear a bolsa mensal de R$ 300,00 para cerca de 25 mil famílias venezuelanas em situação de risco social aqui em Roraima. A USAID também financia em Roraima projetos sociais da Visão Mundial e da católica Caritas,

Ainda sem nova data para o  Simpósio Empresarial “Guiana es” promovido  pelo vice Ministério de Planificación y Direccíon Conjunta para o Desarolho de Defensa Integral de Guiana congregará empresários e autoridades daquele país no sentido de promover políticas e estratégias de recuperação econômica. A Câmara de Comércio e Industria Brasil Venezuela está encabeçando uma comitiva de empresários brasileiros interessados nessa retomada dos negócios binacionais. O empresário Eduardo Oestreicher chefiará a missão brasileira. Um dos temas será a retomada segura do turismo brasileiro na Venezuela. Esse articulista foi convidado e irá cobrir o evento binacional, primeiro do gênero depois de vários anos de isolamento. Mais informações aos interessados em compor a comitiva contatar esse colunista pelo e mail da Folha de Boa Vista.

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