Letras Saborosas

AMAZONIA EM EVIDENCIA NA FEIRA INTERNACIONAL DE GASTRONOMIA AMAZONICA FIGA21 12772

Olá queridos leitores!

A semana passada foi intensa com muito trabalho durante Feira Internacional de Gastronomia Amazônica – FIGA 21, em Manaus. Irei trazer algumas novidades que consegui ver por lá e vejam muitas fotos no Instagram @letrassaborosas.

LANÇAMENTO DO GIN AMAZÔNICO

Na feira de produtos e serviços da FIGA 21 foi lançado o primeiro e único Gin fabricado inteiramente no estado do Amazonas, Eurydice London Dry Gin. O Gin é uma bebida destilada à base de cereais que passa por uma infusão de zimbro e outras especiarias. London Dry é um Gin mais seco, estilo mais conhecido no mundo, com forte presença do zimbro. Em 2016 que começou a aparecer no mercado o Brazilian Dry, destilado seco que utiliza ingredientes autenticamente brasileiros. O Eurydice gin usa matéria prima regional, além do zimbro, usam sementes de coentro, alcaçuz, raiz de angélica, cardamomo, cravo, canela, limão tahiti e laranja.  O Gin é produzido pela Da Cruz Destilados. Para saber mais sigam no Instagram @eurydice_gin

ESTAURANTE VINHEDO RIO MAR 

A novidade gastronômica em Manaus é o Restaurante Vinhedo Rio Mar que abriu as portas em junho deste ano na Rua Purus, 5, bairro Nossa Senhora das Graças. O restaurante quer unir os sabores do mar e dos rios amazônicos valorizando a cultura regional. A arquitetura explora o conceito de rio e do mar, com elementos regionais, sendo logo na entrada, o que chama a atenção é o piso de vidro com carpas nadando. Um restaurante temático, com diversos aquários que atraem os clientes com pirarucus, tucunarés, tambaquis, bodós, jaraqui, arraias, lagostas e até pequenos tubarões japoneses. Nas paredes existem esculturas de pirarucu e outros elementos amazônicos em madeira. É possível o cliente pescar seu próprio tambaqui no tanque com linha e anzol, e ele ser preparado na cozinha para deleite dos comensais pescadores. O restaurante tem dois andares e oferece mais de 200 lugares, sendo que o “píer” superior tem uma cobertura retrátil para ter uma área ao ar livre. O local ainda tem várias salas para festas e comemorações para pequenos grupos e uma brinquedoteca com monitor para as crianças, além de uma equipe poliglota no atendimento. Instagram @vinhedoriomar

RECEITA DO DIA Quindim de açaí

Chef Deocleciano Brito do Acre apresentou essa doce receita no palco do Salão de Comer da Feira Internacional de Gastronomia Amazônica – FIGA 21.  Não poderia deixar de trazer uma receita deste evento para vocês. INGREDIENTES: 07 gemas 50 ml de óleo de castanha do Brasil 100g de farinha de castanha do Brasil 200 ml de polpa de açaí 200 ml de leite condensado

Ingredientes para a calda: 200 ml de polpa de açaí 100g de açúcar mascavo Castanha do Brasil laminada para decorar

MODO DE PREPARO: Para o quindim: Unte uma forma grande de pudim com furo no meio ou 12 forminhas pequenas de quindim com manteiga ou desmoldante. Bater os ingredientes no liquidificador, despejar a mistura nas forminhas e leve ao forno em banho-maria a 170°C por cerca de 30 minutos.

Para a calda: Coloque o açaí e o açúcar mascavo em uma panela, deixar a calda apurar e reserve.

Montagem: Desenforme os quindins e deixe esfriar. Despeje a calda por cima e finalize com a castanha do Brasil laminada

AMAZÔNIA EM EVIDÊNCIA NA FEIRA INTERNACIONAL DE GASTRONOMIA AMAZÔNICA – FIGA21

Foi três dias de muito aprendizado, descobertas, novidades e vivências na quarta edição da Feira Internacional de Gastronomia Amazônica. O aprendizado foi conhecer mais a realidade de estados como Amapá e sua cozinha Tucuju, que fala sobre a etnia indígena que habitava a margem esquerda da foz do Rio Amazonas e onde se localiza a cidade de Macapá. A chef Solange Sussuarana ensinou o Caribé Tucuju, uma mojica feita com camarão regional, e é um prato feito para dar “sustância”. O chef Deocleciano do Acre trouxe a receita do quindim de açaí, doce autoral que ele tem divulgado Brasil à fora, e que além da fruta açaí, traz a castanha do Brasil acreana como farinha, óleo e laminadas. Do Pará vieram o advogado e especialista em Barbecue, Edvaldo Caribé, autor do livro “Barbecue Brasileiro- do Moquém ao Pit Smoker”, que além da sua aula sobre defumados, fez um pirarucu inteiro com mais de 30 quilos defumado com ingredientes amazônicos para ser servido no coquetel de abertura. Já o chef Léo Modesto, que participou do reality Mestre do Sabor, mostrou suas raízes da região de Curuçá, onde aprendeu com a sua mãe desde fazer a farinha, o tucupi e o beiju, acabou desenvolvendo uma linha de ingredientes como tucupi defumado, vinagre de mandiocaba, melaço de mandiocaba, entre outros do Sítio Mearim @sitiomearim.

Do Peru veio o chef Pedro Schiaffino, que recebeu o título de ícone da América Latina em 2019 e que tem divulgado a Amazônia Peruana há muitos anos. Pedro falou sobre o Projeto “Paiche” Pirarucu em espanhol. Seu projeto foi identificar uma região onde o pirarucu era abundante e que estava sendo feita a pesca indiscriminada, agora com o projeto de manejo feito pela comunidade local, é possível dobrar a criação e ainda ajudar as comunidades com seu sustento. Chef Schiaffino mostrou que eles aproveitam todas as partes do pirarucu, inclusive a bochecha do peixe, entre outras. O projeto mudou a vida da comunidade e ajudou no manejo do pirarucu de forma sustentável, sem agressões a natureza.

O chef colombiano Eduardo Martinez trouxe dois belos projetos que mostra como pode ser feito o envolvimento de comunidades com preservação não só da floresta como das pessoas que habitam o local. Martinez começou falando do projeto de frutas que trabalha com 11 comunidades e 500 famílias que coletam, processam e conservam as arvores frutíferas como: açaí, camu-camu (caçari), cupuaçu, araçá, entre outras. Ele começou em 2013 quando produziram 5 toneladas de frutas, agora em 2021 conseguiram vender 70 toneladas que foram transformadas em sorvete e concentrados de frutas comercializados para 100 hotéis e restaurantes, além de seis pontos de venda em Bogotá, Colômbia.

Outro projeto é o de recuperar o significado da COCA como ingrediente de valor espiritual, medicinal e nutritivo. Ele disse que o comércio da droga cocaína tirou esse significado e ele considera essa droga a maior desgraça do seu país. Ele disse que 100 gramas de folha de coca é o equivalente a necessidade diária de uma pessoa na sua ração alimentar, e que existem registros do consumo
da folha de coco desde 2000 antes de Cristo. Na próxima semana irei trazer mais descobertas feitas durante a Feira Internacional de Gastronomia Amazônica. Fiquem com algumas fotos da FIGA 21.