Opinião

ARTIGOS 11064

EXPRESSÕES INADEQUADAS NO AMBIENTE DE TRABALHO: COMO ACABAR COM O PRECONCEITO?

Carla Catelan* 

A nossa sociedade está habituada desde sempre a utilizar expressões discriminatórias, das quais, por muitas vezes, as pessoas não sabem o significado e acabam sendo preconceituosas, pois muitos termos já se tornaram ditados populares. 

Por causa da naturalização desses termos, muitas vezes, essas expressões são utilizadas no ambiente de trabalho, onde também existem pessoas com religiões, culturas e orientações sexuais diferentes, o que acaba culminando em discriminação e conflitos no ambiente profissional. 

Pensando nisso, a Cognizant e os seus grupos de afinidade iniciaram uma ação de interseccionalidade, por meio de workshops internos, que consiste em promover conhecimento aos nossos colaboradores sobre a origem etimológica de diversas expressões que são usadas até hoje, mas que são inadequadas em qualquer contexto e podem gerar situações racistas, xenofóbicas e homofóbicas.

O Grupo Embrace está promovendo ações com foco em inclusão do público LGBTQI+, nas quais todos os líderes participam da dinâmica Coming out Stars, que tem como objetivo a vivência de uma pessoa LGBTQI+, quando decide se assumir e precisa contar para seus amigos e familiares. O intuito do projeto é fazer com que as pessoas que não têm acesso a essa realidade tenham empatia e percebam a importância de tornar o ambiente colaborativo um espaço acolhedor, onde todos se sintam confortáveis e tenham voz. Mas, afinal, qual deve ser o papel das organizações?

Acredito que a organização tem o dever de garantir orientação e educação dos colaboradores, para que não usem palavras e expressões discriminatórias. Falta de conhecimento ainda é um dos fatores que mais geram desconforto, quando se fala de inclusão. 

Expressões sexistas direcionadas ao público masculino:

– “Homem não chora.”

– “Meninos não brincam com bonecas.”

– “Os rapazes não vestem cor-de-rosa.”

Expressões sexistas direcionadas ao público feminino:

– “Mulher tem que se dar ao respeito.”

– “Você é mulher para casar!”

– “Deve estar saindo com o chefe…”

Expressões racistas:

Inveja branca

É a ideia do branco como algo positivo.

A cor do pecado

É utilizado como um “elogio” aos negros, contudo, fazendo referência ao pecado.

Serviço de preto

Se refere à uma tarefa malfeita, associação racista ao trabalho que seria realizado pelo negro.

Denegrir

A palavra denegrir é recorrente, quando a pessoa está sendo difamada. É uma palavra vista como pejorativa, e seu real significado é “tornar negro”. Se algo tornar-se negro é maldoso, então temos um caso de racismo.  

Judiar 

Refere-se, na verdade, ao povo judeu, que historicamente foi vítima de perseguições.

Expressões inapropriadas com LGBTQI+

– “Até tenho amigos que são.”

– “Quem é o homem/mulher da relação?”

– “Você nem parece gay.”

Expressões inapropriadas com capacitistas

– “Você é tão bom profissional, nem parece deficiente.”

Isso é discriminatório e diminui a pessoa apenas à sua deficiência

Portador de necessidades especiais (PNE) 

O termo correto é PCD, pessoa com deficiência.

Deficiente

O termo correto é pessoa com deficiência. Pessoa com deficiência auditiva, física ou visual; ou pessoa cega, pessoa surda.

O líder tem a responsabilidade de garantir que está promovendo ações de conscientização para suas equipes e liderar pelo exemplo. É preciso se manter acessível para dialogar sobre qualquer tema e deixar claro para todos os colaboradores que a organização não tolera nenhum tipo de discriminação. 

É importante que a empresa tenha um canal de denúncia, por intranet ou e-mail, e faça ações para incentivar os colaboradores a reportar qualquer tipo de comentário ofensivo ou que desrespeite a integridade do outro.

Além do mais, é essencial que as pessoas comecem a adotar o hábito de perguntar e pesquisar mais sobre termos e seus significados. Assim, todos estarão em constante aprendizado e saberão o que dizer e o que não dizer.

*Diretora de Aquisição de Talentos, Diversidade e Inclusão, Voluntariado e Campus Recruiting da Cognizant. 

DIABETES E AS AMPUTAÇÕES NOS MEMBROS INFERIORES, COMO PREVENIR?

Érica Espessotte*

Desde 1991, 14 de novembro é celebrado pela Federação Internacional de Diabetes e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como o Dia Mundial da Diabetes. Segundo dados recentes da Sociedade Brasileira, diabetes mellitus (DM), é um importante e crescente problema de saúde para todos os países, independentemente do seu grau de desenvolvimento. A DM é caracterizada por distúrbios metabólicos que resultam em níveis elevados de glicose no sangue, as causas da doença podem ser várias, porém todos os tipos de DM costumam apresentar complicações semelhantes, podendo ser no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos.

Suas complicações constituem as principais causas de mortalidade precoce na maioria dos países, aproximadamente quatro milhões de pessoas com idades entre 20 e 79 anos morreram por diabetes em 2015, o equivalente a um óbito a cada 8 segundos. Um dos problemas é a neuropatia diabética, caracterizada quando os nervos responsáveis pela nossa sensação de dor e tato são afetados, podendo desencadear perda da sensibilidade protetora dos pés, deixando-os mais sujeitos a machucados, feridas, originando as úlceras, podendo chegar à amputação de membros inferiores, como dedos, pés e pernas.

Segundo a OMS, 70% das amputações em membros inferiores no Brasil, ocorrem por causa do diabetes. Porém, no Brasil, ainda não temos informações precisas à população sobre as complicações da doença, principalmente em relação aos problemas nos pés.

As amputações de membros inferiores acontecem pela falta de controle de diversos fatores (controle glicêmico, controle da pressão arterial, tabagismo, entre outros), ocasionando assim, a neuropatia diabética. A neuropatia periférica, a mais comum, inicia com o que chamamos de lesões pré-ulcerativas, ou seja, calos, fissuras, tíneas, unha encravada, corte incorreto das unhas, dentre outros. Uma vez que o paciente desenvolve a neuropatia, a tendência é não sentir estas lesões nos pés, contribuindo para a evolução desta até chegar a uma úlcera, que pode ser agravada por um processo infeccioso, e se o paciente possuir alterações vasculares, a equipe de saúde poderá diagnosticar como “pé diabético”, umas das principais complicações da doença.

A equipe de saúde (médicos, enfermeiros, nutricionistas, farmacêuticos, entre outros) é responsável pelo diagnóstico, acompanhamento e tratamento da doença. Além destes profissionais, o podólogo, profissional responsável pela saúde dos pés, pode atuar na prevenção, orientação e tratamento de lesões pré-ulcerativas nos pés, realizando o corte correto das unhas, a higienização adequada dos pés, meias e calçados. Além disto, o podólogo pode contribuir com orientações ao paciente em relação aos cuidados gerais, minimizando possíveis lesões que poderão levar, infelizmente, a severas complicações. Desta forma, o atendimento ao paciente diabético precisa ser feito por uma equipe multidisciplinar, sempre!

*Pedagoga, psicopedagoga, coach de carreira com ênfase em Terapia Transacional e podóloga.

É TEMPO DE LIDERAR

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“O tempo da liderança pela força já pa
ssou. Não tente revivê-lo, pois não há lugar para ele na vida civilizada.” (Napoleon Hill)

Recentemente entrei numa loja para comprar um chuveiro. Saí sem comprar, por conta do mau atendimento do atendente. É lamentável que isso ainda aconteça nos nossos dias. O que indica que continuamos caminhando na trilha da volta. Mas, vamos voltar ao crescimento. Tenho certeza. Mas precisamos fazer nossa parte na caminhada. E é muito simples. É só acordarmos e cuidarmos do nosso dia a dia como ele deve ser cuidado. Já tentei levar esse assunto a diversos ambientes profissionais, em Boa Vista, mas não obtive sucesso, por não estar dentro dos padrões atuais. E é aí que a jiripoca pia. O que é ser atualizado?

Apenas duas empresas de ônibus faziam o trajeto São Paulo-Rio de Janeiro, nos anos cinquentas do século passado.  Uma das empresas iniciou o treinamento dos funcionários, no Controle de Qualidade e Relações Humanas no Trabalho. Foi quando comecei a me interessar pelo assunto, e me dediquei em todo o período em que trabalhei. Continuo com o “mau” hábito de observar o comportamento, no comércio, de funcionários e patrões. Nas relações humanas não dizemos como você deve fazer, mas o que você deve fazer. E é por isso que nem todos os que sabem mandar sabem liderar. Infelizmente ainda consideramos o mandão grosseiro, como um líder.

Recentemente saí com dois dos meus filhos, para comprar um presente para a aniversariante do dia. Era ela. Entramos na loja e enquanto meus filhos escolhiam o perfume para a mamãe, eu circulava pela loja pequena, e de perfumes. Logo observei que um funcionário da loja me observava. Observando-o, continuei a circular. Um comportamento absolutamente inadequado ao comportamento de uma empresa em relação a seus clientes. E o que me surpreende é que isso ainda aconteça num comércio que já deveria ser preparado para a nossa época.

Vamos amadurecer civilizando-nos. E em ambientes civilizados o respeito faz parte da convivência. E não há respeito enquanto continuamos com os mesmos procedimentos antiquados da época da chefia. Escolher um líder dentro da empresa requer conhecimento e preparação. E tudo está na simplicidade. A técnica é fundamental, mas mais importante é saber como usá-la. O ambiente profissional é como uma família. Cada momento do trabalho é um momento de aprimoramento na educação profissional. Quando lideramos é como se estivéssemos educando no lar. E ou entendemos isso, ou nunca seremos líderes. Porque nunca educaremos com arrufos nem vulgaridades, mas com simplicidade e respeito. Pense nisso.

*Articulista

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95-99121-1460