Opinião

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POUPAR PARA CONTAS DE INÍCIO DE ANO E PERÍODO ADVERSOS

Pollyanna Rodrigues Gondin*

Estamos vivendo um momento atípico provocado pela pandemia da covid-19. Entretanto, algumas preocupações sempre nos acompanham a cada início de ano: pagamento de impostos, como IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana), IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e IR (Imposto de Renda), compra de material escolar e uniformes, matrículas das escolas, dentre outras.  Quem de fato conseguiu economizar os valores recebidos do décimo terceiro salário ou mesmo das férias? Para além de não existir uma cultura de poupança em nosso país, o ano de 2020 foi marcado pelo reajuste de preços de produtos que estão sempre na mesa do consumidor brasileiro: arroz (76%), carnes (18%), leite (27%), óleo de soja (104%), feijão (45%), dentre outros, segundo publicação do IPEA (2021).

Assim, é importante pensarmos: qual a importância de poupar? Apesar de não termos no Brasil uma cultura que estimule a poupança, gastar com sabedoria e poupar uma parte do salário é importante para fazer frente às adversidades e necessidades que por ventura podem surgir. O momento atual que vivemos nos mostra claramente isso: aumento dos preços com consequente aumento da inflação, desvalorização da nossa moeda, alta no desemprego, para além de toda a instabilidade econômica e incertezas futuras. Desse modo, poupar, pelo menos um percentual da renda recebida se torna crucial, para que seja possível gerar uma reserva emergencial. 

Para além disso, você pode se perguntar: pagar as contas à vista nos traz benefícios? Com tantos impostos e contas que chegam com o início do ano, refletir sobre a forma de pagamento é importante. Deve-se ter em mente que a resposta para essa pergunta é um pouco relativa, pois depende das condições financeiras enfrentadas pelo indivíduo ou família. Mas a questão é sempre pensar: tenho o recurso disponível para pagar à vista? Consigo negociar e ganhar algum desconto? Se a resposta for sim para as duas perguntas, vale a pena pagar contas à vista visando ganhar desconto na negociação.

Falando na importância de se poupar e nos benefícios de se pagar ou não uma conta à vista, podemos pensar se existe um caminho único e certo para poupar e controlar nossas finanças. A reposta à essa pergunta, claramente é não, não existe. Mas podemos elencar algumas dicas, para ajudar a nortear e trilhar um caminho de sucesso nas finanças pessoais. Aqui vão algumas dicas:

É importante sempre monitorar os ganhos e gastos mensais. Existem pessoas que utilizam tabelas para esse controle, aplicativos ou até mesmo o velho e comum caderno. A forma de se fazer esse controle, não importa. O principal é monitorar e saber o que de fato entra e o que precisa sair para o pagamento de suas despesas; Após monitorar os ganhos e gastos mensais, veja o quanto sobra e estabeleça uma quantia para guardar mensalmente. Aqui é importante nunca colocar metas extraordinárias e de difícil cumprimento. Seja realista para que você não desanime no meio do caminho; Procure investir o valor que se está poupando de modo a gerar mais recursos. Dinheiro parado, ainda mais em períodos de inflação, não gera nenhum retorno. Assim, vale a pena buscar meios de investimento com parte do que se está poupando. Mas antes de investir, pesquise, procure ajuda e não invista todo o dinheiro guardado em apenas uma fonte. Além disso, é importante verificar bem as formas de retorno, se é possível ter o dinheiro de volta quando necessitar; Reflita sobre as reais necessidades e gaste menos do que se ganha. Muitas pessoas se vêm atraídas por promoções e acabam se endividando de uma forma assustadora. Por isso, a reflexão é sempre relevante: preciso de fato comprar tal item? Se eu comprar, consigo pagar e realizar um planejamento dentro do meu orçamento mensal? Se permita viver, fazer compras e passeios, mas lembre-se sempre do que sobrou e o quanto quer economizar; Esteja sempre atento aos juros, seja do cartão de crédito ou de compras parceladas. Comprar no cartão de crédito pode gerar benefícios como pontos que podem ser trocados por viagens. Entretanto, é sempre importante estar atento e fazer uma parcela possível de ser paga dentro do seu orçamento; Em compras à vista, procure negociar a fim de ganhar descontos. Essa prática é muito comum em alguns países e aqui no Brasil, também temos essa cultura.

Desse modo, procure planejar e organizar as finanças para que seja possível pagar as contas tão temidas do início do ano e ainda poupar alguma quantia para eventuais necessidades, ou quem sabe até mesmo para uma viagem após o fim da pandemia!

*Economista e professora da Escola de Negócios do Centro Universitário Internacional Uninter.

SAÚDE MENTAL EM TEMPO DE PANDEMIA

Ana Paula Escorsin*

A covid-19 impacta a vida das pessoas com a mudança na rotina e nas relações socioafetivas, coloca as organizações e os indivíduos diante de uma constatação: a necessidade de olhar para a saúde mental. 

A saúde mental não é o contrário de doença mental, mas a capacidade de uma pessoa compreender que: ninguém é perfeito; os limites existem; as mudanças fazem parte da vida; é possível lidar com o cotidiano de forma equilibrada e vivenciar emoções como tristeza, raiva, frustração, amor, satisfação, alegria, tudo isso faz parte do dia a dia.

A quarentena coloca restrições sociais, crianças e adolescentes estudando em casa ou sem escola; pais, mães, companheiros (as) e amigos (as) fazendo tele trabalho; alguns perderam os seus empregos ou tiveram recursos financeiros alterados. O isolamento estreita os espaços, tem-se a sensação de confinamento pela pouca autonomia de mobilidade. Tal estreitamento pode acarretar conflitos familiares, dificuldade nas relações de trabalho e na relação da pessoa consigo mesmo.

Há a impressão de se estar vulnerável, o que não é sinal de fraqueza. A vulnerabilidade é uma característica do ser humano, uma vez que incerteza, risco e exposição emocional estão presentes na vida de qualquer um. A pandemia trouxe à tona, a vulnerabilidade como uma oportunidade para se acolher as emoções do cotidiano.

Essa experiência vem elevando o grau de algumas perturbações, como:

– Estresse: um conjunto de reações não específicas desencadeadas quando uma pessoa é exposta a um estímulo ameaçador. Ao chegar à fase de exaustão, pode alterar o mecanismo de adaptação promovendo esgotamento físico, mental, psicológico e o aparecimento de doenças mais graves. 

– Síndrome de Burnout: uma doença relacionada ao elevado e crônico estresse em relação ao trabalho. Está constituída de um conjunto de sintomas que afetam as condições físicas, mentais, emocionais e familiares, pode causar enfermidades graves.

– Ansiedade: refere-se à excitação no sistema orgânico, constituída por uma série de efeitos musculares como taquicardia e tremores, ligada a alguma situação ou experiência. Caracteriza-se por uma sensação de medo ou nervosismo, acarreta dificuldade de concentração, fadiga e insônia. Em estado mais grave, desenvolve-se síndrome do pânico.

– Depressão: caracterizada pela perda da autoestima, da motivação e da energia vital. Pode trazer à pessoa, a sensação de baixa possibilidade para alcançar objetivos pessoais e/ou profissionais, em razão de se sentir desorientada, triste e com vazio interior.

O que fazer? 

Identificar que algo não vai bem, é o primeiro passo. Rever rotinas, prioridades, delegar responsabilidades e aprender a dizer “não” são as próximas ações. Procurar ajuda é fundamental, pois a saúde mental é a capacidade de a pessoa buscar aju
da quando se encontra diante de alguma dificuldade para lidar com as diferentes transformações que estão acontecendo em sua vida. 

A quem recorrer?

Sugere-se que a profissionais da área de saúde, como: médico, psicólogo, psiquiatra, enfermeiro, assistente social ou, também, uma pessoa de confiança, como gestor, familiar, amigo ou um mentor religioso. 

Conflitos, dilemas e perturbações são típicos do ser humano.  O cuidado com a saúde mental precisa fazer parte do cotidiano e da vida de qualquer pessoa.

*Psicóloga e professora do Centro Universitário Internacional Uninter, especialista em psicologia analítica, com formação em coaching e mestrado em educação. 

O EXEMPLO DO MANDELA

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“O curso normal das coisas nos ensina a acreditar. Precisamos apenas, obedecer. Existe orientação para todos nós. Se prestarmos atenção, ouviremos a palavra certa. (Emerson)

Já falamos do nosso problema atual, com nossa propriedade rural, no Município do Cantar. Ocorreu uma invasão, na nossa propriedade e estamos aguardando decisão da Justiça. E por isso fomos obrigados a manter no nosso quintal, em Boa Vista, certas galinhas e cães que deveríamos levar para a Confiança I. Dia desses nasceram dez pintinhos em nosso quintal. Uma luta renhida para cuidar dos pintinhos com a presença de cinco cachorros. O meu filho, Rômulo, a seu modo, construiu um pinteiro provisório. E os pintinhos conseguiram se equilibra, nos seus primeiros dias.

Sem a mamãe para cuidar dos filhinhos, ficamos sem saber o que fazer para libertá-los do pinteiro, para eles aprenderem a caminhar. Os soltamos no quintal e ficamos observando-os enquanto os cinco cachorros os observavam, mas com outro aspecto. Ficamos de olho. Até que o pretão forte, grande e bonitão, Mandela, aproximou-se lentamente, o que nos deixou acesos. Mas, observamos que o comportamento dele era mais de curiosidade do que de agressão. Ele chegou perto dos pintinhos, olhou-os com curiosidade, e foi se deitando lentamente. Esticou-se com as patas estendidas e permaneceu assim enquanto nós, humanos despreparados, nos olhávamos admirados.

Não demorou muito e os outros quatro cachorros foram se aproximando dos pintinhos. Mas quando eles já estavam bem perto, o Mandela rosnou com personalidade, em defesa dos pintinhos. Os outros cachorros se afastaram e ficaram observando o cenário, à distância. Não pudemos deixar de rir de alegria, com o exemplo que o Mandela nos dava, sobretudo vindo de um cachorro que nós humanos, consideramos como um animal irracional. E sempre que necessitamos soltar os pintinhos no quintal, e não podemos ficar por perto, prendemos os outros cachorros e deixamos o Mandela como segurança dos pintinhos. Aí vamos cuidar das nossas vidas, despreocupados. Aprendemos com o exemplo do Mandela.

“…se prestarmos atenção, ouviremos a palavra certa.” Meu filho, Magno, é treinador de cães. Mas só agora comecei a entender o controle extraordinário que ele tem sobre os cães, em nossa casa. Sempre que ele chega a casa, os cachorros ficam na deles. E se estiverem fazendo alguma coisa que não valha, saem de mansinho e vão, sem ordem, para o canil. E é aí que cometemos o engano de analisar mais o comportamento do treinador do que o dos animais treinados. Observe mais o comportamento do seu animal, seja ele qual for. Pense nisso.

*Articulista

[email protected]

95 99121-1460