Conexão Internacional

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CONEXÃO INTERNACIONAL

Jornalismo de Integração, além das fronteiras

Realização: Câmaras de Comércio e Indústria Brasil Guiana e Brasil Venezuela

Semana de 04 a 11 de novembro de 2021. 1ª edição

Hoje inauguramos uma nova abordagem do jornalismo da FolhaBV, a cobertura internacional. Essa iniciativa objetiva trazer até você leitor um resumo dos fatos mais importantes do mundo sob um olhar de quem reside na Amazônia e retratar a realidade das fronteiras externas de Roraima, sob o prisma do “jornalismo de integração”: abordar a informação e o muito conhecimento como uma estratégia para derrubar barreiras culturais, comerciais e que prejudicam a cooperação.

Dias 30 e 31 de outubro marcaram a Cúpula do G20, grupo formado pelas 20 maiores economias do mundo, em Roma, na Itália, com discussões centradas em economia e saúde global, mudanças do clima e desenvolvimento sustentável. Xi Jinping (China) e Vladimir Putin (Rússia) não compareceram, enfraquecendo a influência do encontro. O presidente Jair Bolsonaro esteve na capital italiana para participar do encontro, além de outros compromissos, acompanhado dos ministros das Relações Exteriores, Carlos França, e da Economia, Paulo Guedes.https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.png?id=1426124&o=nodehttps://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.gif?id=1426124&o=nodeDiferentes de outras edições o Presidente Brasileiro não manteve encontros binacionais pré agendados, seguindo uma estratégia de política externa de baixo perfil, sem o tradicional protagonismo da diplomacia externa brasileira entre países em desenvolvimento em tempos que o tesouro nacional era utilizado para patrocinar mega obras de infraestrutura em nações periféricas, cujo pagamento dos empréstimos contraídos e possível retorno geopolítico são cada vez mais incertos.  Conversas informais com o Presidente da Turquia  Recep Erdogan  e o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) Tedros Adhanom foram os destaques da participação do mandatário brasileiro, cujo atual governo prioriza a política interna e a independência do país em relação á interferência de outros países desenvolvidos em temas sensíveis como Meio Ambiente e Imigração.

Em conversa informal com o presidente da Turquia, Bolsonaro disse que a economia do Brasil “está se recuperando forte”. O mandatário da Turquia mencionou que o Brasil tem grandes recursos petrolíferos, mas Bolsonaro respondeu: “Petrobras é um problema. Mas estamos quebrando monopólios, com uma reação muito grande. Há pouco tempo era uma empresa de partido político. Mudamos isso”.

Na saúde, o objetivo do G20 é reduzir a vulnerabilidade do mundo em relação a futuras pandemias, com acesso a vacinas e tratamentos. O consenso dos países do bloco tem sido no sentido de agilizar a disseminação de vacinas para os países em desenvolvimento, e o Brasil tem dado prioridade à diversificação da capacidade produtiva, podendo se tornar um importante exportador de vacinas para a sua região de influência nas Américas, Caribe e África.

Na conversa com o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) Tedros Adhanom o polêmico assunto da origem do vírus Sars Cov 2 encerrou o encontro informal  entre a comitiva brasileira e o gestor da organização que gerencia na esfera global o combate ás pandemias.

Durante um jantar organizado em Roma por ocasião da cúpula do G20, o presidente Jair Bolsonaro conversou com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. No bate-papo informal, o líder brasileiro disse não tão mal quanto a mídia, em sua própria análise, o retrata, de acordo com informações da agência de notícias Bloomberg.

Em eventos paralelos, dois temas também foram tratados: o apoio a pequenas e médias empresas e empresas comandadas por mulheres e o papel do setor privado na luta contra as mudanças do clima.

Finda a reunião do G20, no sábado (30/10), Bolsonaro se reuniu  na embaixada brasileira em Roma com o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Mathias Cormann. Há anos Brasil intenciona integrar a organização, considerada um clube dos países ricos, mas os integrantes da Europa impõem condicionantes   ambientais. “A tendência, segundo o direção da OCDE é que seis países candidatos aderirem simultaneamente. ingressariam três países do continente americano e três do continente europeu.

No domingo dia 31 Bolsonaro foi homenageado com a cidadania honorária do vilarejo italiano de Anguillara Veneta após o encontro do G20. A prefeitura, comandada por políticos considerados de direita e de extrema direita.

O G20 também antecipou as discussões para a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26), que está acontecendo entre de 1º a 12 de novembro em Glasgow, na Escócia. Entre os principais temas a serem debatidos na COP26 estão o mercado de carbono, os procedimentos financeiros para alcançar a redução das emissões que causam o efeito estufa e o aquecimento da temperatura global.

E enquanto isso no outro lado da fronteira com a Guiana o prefeito de Normandia  Weston Raposo e sua equipe estiveram na terceira semana de outubro em reuniões binacionais com lideranças guianenses e o governador regional da região de Karabasai discutindo temas como abertura de um porto internacional via Normandia, o controle á mosca da Carambola e o fortalecimento das relações comerciais.

Ainda falando de Guiana e Brasil o presidente da Câmara de Comércio Brasil Guiana, ex Deputado Federal e empresário do ramo de transporte, Remidio Monai adiantou que ainda nesse mês a comissão binacional sobre transportes se encontrará virtualmente para dar continuidade ás discussões sobre o Tratado de Transporte Internacional que regulamentará o transito de carretas e ônibus entre os dois países fronteiriços. A pandemia da Covid 19 suspendeu as tratativas sobre a entrada de veículos de carga de transporte de passageiros que na atualidade não podem transitar trans-fronteira devido á inexistência de regulamentação o que na opinião do presidente Remídio “ travam o crescimento do intercâmbio com a Guiana e a partir de ai como porta de entrada para o mercado caribenho em todos sentidos, comercial, cultural e turístico’’.

A entrada dos brasileiros no pais vizinho e ao comercio de produtos chineses na cidade fronteiriça de Lethem ainda está restrito a dois horários diários 9h e 14h e a saída antes das 17h. Às sextas feiras está reservada para a visita de vizinhos moradores de Bonfim, mas acabam por adentrar ao pais vizinho veículos com placa de Boa Vista e de outras cidades. Mas todos os visitantes devem apresentar comprovação da vacinação em duas doses e ainda um teste de antígeno do Sars COV 2 negativo coletados com uma antecedência de no máximo 72 horas. A abertura progressiva e ainda tímida da fronteira por parte dos guianenses visa proteger o país de um incremento dos casos de Covid 19, complicações e mortes pela doença. Empresários de todos os setores e consumidores brasileiros anseiam bastante a reabertura total dessa importante saída do Brasil para mercados internacionais com baixa de preços de f
retes e das mercadorias, na expectativa da breve inauguração da primeira loja do free shopping de Bonfim já para este natal e com a pavimentação do trecho de 250 km entre Lethem e Linden aonde já há interconexão intermodal com o transporte fluvial para o Mar do Caribe via Rio Rupuni.

E na fronteira do Brasil com a Venezuela perdura o ambiente de tensão com uma média de 500 a 1000 (em tono de 10 mil imigrantes mês, 120 mil ano) venezuelanos por dia fugindo do regime do atual governo e parte destes se acomodando nas ruas de Pacaraima. Segundo o mais recente estudo da Pesquisa Nacional de Condições de Vida (realizada pelo consorcio das três principais Universidades Venezuelanas), um tipo de censo econômico-social 95% da população que ainda vive no território do país está situada abaixo da linha de extrema pobreza. Um senador da República destacou as repercussões dessa imigração descontrolada para Roraima no último programa do Economista Getúlio Cruz na Agenda da Semana domingo dia 31 de outubro. No programa o Senador afirmou que “o Brasil acaba com a Operação Acolhida ou a Operação Acolhida acaba com Roraima”. Segundo o parlamentar a Operação foi criada não para acolher venezuelanos em situação de risco e sim para destruir Roraima e fazer os roraimenses sofrerem ainda mais com o atraso da falta de energia e de empregos por exemplo.

Na segunda semana de novembro em Puerto Ordaz, nos dias 11 e 12 um Simpósio Empresarial “Guiana es” promovido  pelo vice Ministério de Planificación y Direccíon Conjunta para o Desarolho de Defensa Integral de Guiana congregará empresários e autoridades daquele país no sentido de promover políticas e estratégias de recuperação econômica. A Câmara de Comércio e Industria Brasil Venezuela está encabeçando uma comitiva de empresários brasileiros interessados nessa retomada dos negócios binacionais. O empresário Eduardo Oistraichner chefiará a missão brasileira. Um dos temas será a retomada segura do turismo brasileiro na Venezuela. Esse articulista foi convidado e irá cobrir o evento binacional, primeiro do gênero depois de vários anos de isolamento.

O Empresário de transportes Remidio Monai acredita que em breve o transporte internacional entre Brasil e Venezuela voltará com força total empurrado pela imigração. Uma companhia de ônibus da Venezuela voltará a rodar no percurso Caracas Santa Elena. O único empecilho para o retorno dessa rota é a escassez de combustível e sua carestia.

Nessa quinta-feira, dia 04 de novembro o convidado do quadro Folha Internacional na Rádio Folha foi o Professor Américo Lira do Curso de Relações Internacionais da UFRR, abordando com expertise os temas dos encontros mundiais G20 e COP 26. Já quinta-feira dia 11 transmitiremos diretamente de Puerto Ordaz com entrevistas inéditas e ao vivo do Hotel  Eurobildein, aonde ocorrerá o Simpósio Empresarial “Guiana es”.