Social

Coluna Social 12 01 2019 7515

COM NADA

* Vídeos com ataques de xenofobia não são incomuns, pelo contrário, já têm se tornado coisa corriqueira nos últimos tempos. O mais recente caso é um gravado no final do ano, em que homens atacam os nordestinos e nortistas, citando claramente os nomes dos Estados de Roraima e do Acre. E após serem identificados pela imprensa como sendo um empresário do sudeste e um professor do Instituto Federal, os homens foram novamente a público se desculpar pela “brincadeira”.

COM TUDO

* A Popok Diversão está promovendo a sua “Colônia de Férias”. São três combos de dois a dez dias de diversão, com preços variados, mas sempre no mesmo horário: das 14h às 18h. Crianças de 4 a 11 anos podem participar. As vagas são limitadas, então é aconselhável garantir o quanto antes. Valores e demais informações pelo telefone (95) 99168-9779. A Popok Diversão está localizada no segundo piso do Pátio Roraima, ao lado da Renner.

D. Sundina Perrone, celebrando hoje 100 anos de tradição

Seletivo

* O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) no Brasil está com inscrições abertas para processos seletivos em Boa Vista, Brasília e São Paulo.

* O Acnur atua em ações internacionais de proteção a pessoas que deixam seu país, sua cultura, enfim, suas casas, de modo a assegurar os direitos fundamentais e garantir a segurança e a dignidade delas, disponibilizando a elas assistência humanitária. 

Seletivo II

* Em Roraima, as vagas disponíveis para o processo seletivo do Acnur são para assistente sênior de proteção, assistente de proteção, auxiliar de registro, motorista, assistente administrativo e assessor de registro.

* Os interessados poderão obter mais informações sobre inscrições acessando o site https://www.acnur.org/portugues/trabalhe-no-acnur/

A publicitária Eliana Vianna comemora hoje seu aniversário com o Baile da Madrinha, festa beneficente em prol das crianças carentes do Tepequém, na boate Ícone Clube

Beneficente

* Será neste sábado, 12, na boate Ícone Clube, o Baile da Madrinha, uma festa beneficente em prol das crianças carentes do Tepequém. A festa celebrará a idade nova da empresária/publicitária Eliana Vianna, cuja mãe é professora daquela localidade.

* Os organizadores do Baile da Madrinha solicitam a doação de cinco quilos de alimentos não perecíveis (ou 20 reais). A festa será animada pelos DJs Natus Vince, Estrela, Lukas Vitar, Hayub Thomé e Kaciky.

Mujica

* O bloco de carnaval mais democrático da cidade já começou sua temporada de ensaios que acontecerá todos os domingos até o carnaval, no Espaço Paricarana (em frente ao Pátio Roraima Shopping).

* Os ensaios começam a partir das 18h e são verdadeiras festas. Os ingressos custam o preço simbólico de 15 reais, destinados à produção da estrutura e som do bloco no dia de sua passagem pela avenida.

Dr. Patrick Araújo, ficando hoje um ano mais dedicado à Medicina

Na Aura

* Neste sábado, às 10h, a renomada Escola de Dança Aura estará realizando mais uma intensa movimentação artística.

* Trata-se do segundo aulão grátis, de boas-vindas a 2019, pilotado pela professora Simone Zahira.

#RÁPIDAS

* Inaugurando idade nova hoje, Fátima Amorim, Thayra Carolino, Dra. Sumaia Salomão e Maria Teresa Andrade (Derma Roraima).

* Amanhã, quem inaugura idade nova é Ronaldo Marcilio, Andrea Araújo, Dra. Maise de Morais França e Dr. Marcus Holanda.

* Pelo visto, num tem jeito mesmo. As criaturas do mal inventam fake news só pra ver o “estouro da boiada”, ou seja, trocentos desocupados e desvairados repassando nos grupos perguntando se aquilo é verdade.

* De vez em quando “matam” alguém e os lesos estão lá outra vez ajudando a disseminar o boato.

* Agora lhes pergunto: não é muito mais fácil acessar um veículo de comunicação oficial, do que ficar contribuindo pra espalhar fake news?

* Viu uma notícia duvidosa? Ao invés de ficar repassando nos grupos perguntando se é verdade, acessa www.folhabv.com.br. Se estiver lá, é verdade, se não estiver, é fake news. #simplesassim.

PERFIL

Loretta Emiri: “Os indígenas brasileiros merecem respeito e merecem que seus direitos sejam respeitados”.

* Loretta Emiri nasceu na Itália, onde mora atualmente, mas naturalizou-se brasileira após anos vivendo e trabalhando no Brasil, mais exatamente em Roraima, onde chegou na década de 1970. Desenvolveu trabalhos de assistência sanitária e educação junto ao povo Yanomami. Publicou material didático e livros técnicos e literários em Yanomami, Português e Italiano, como o Dicionário Yânomamè-Português (1987), Mulher entre três culturas (1992) e A passo di tartaruga – Storie di una latinoamericana per scelta (2016). Em 2018, recebeu o Prêmio Especial à Carreira, durante a segunda edição do “Prêmio Nacional Novella Torregiani di Letteratura e Arti Figurative”, pela defesa dos direitos dos povos indígenas brasileiros. Seu livro “Amazzone in tempo reale’ ganhou o prêmio especial Kafka Italia em 2013. A escritora está em Boa Vista e ontem lançou o livro “Yanomami para brasileiro ver”, durante uma mesa-redonda no auditório do Instituto de Antropologia da UFRR. Publicada em 1994, a obra não tinha sido lançada no Brasil e, segundo a autora, foi escrita especialmente para estudantes.

* O que a trouxe ao Brasil anos atrás?

Queria trabalhar no chamado Terceiro Mundo. Queria tornar minha vida mais preciosa me dedicando ao voluntariado, me dedicando aos outros.

* Como foi realizar um trabalho precursor com os Yanomami, até então, muito isolados?

Os Yanomami me receberam muito bem. Eles são alegres, brincalhões, generosos. No começo, o problema foi a comunicação, pois eu não falava Yanomami e só alguns deles falavam o Português.

* O que mais lhe impressionou durante os anos em que viveu na Terra Indígena Yanomami ?

Me impressionou constatar que poucos são os bens materiais dos quais os homens precisam para viver com dignidade. Todos eles
possuem as mesmas coisas e não há acúmulo, aliás, o valor maior para os Yanomami é a generosidade. Em sua sociedade não há classes sociais. É a comunidade inteira que se preocupa com a educação e bem-estar das crianças, não apenas a família nuclear.

* Na sua opinião, o que mudou na vida dos Yanomami nesses últimos 30 anos?

Devido à demarcação de sua terra, eles aumentaram numericamente; agora, já têm seus enfermeiros, professores, intérpretes, associações e líderes que trabalham pela defesa dos interesses e direitos de seu povo.

* Como surgiu a ideia para a publicação de suas obras?

Sempre gostei de escrever. Quando pequena dizia que queria me tornar escritora. Quando chegou a idade certa para fazer escolhas de vida, resolvi que teria primeiro trabalhado no chamado Terceiro Mundo para depois ter assuntos importantes e originais a serem elaborados pela escrita.

* Sobre os importantes prêmios que recebeu por suas obras?

O prêmio mais importante que recebi foi o reconhecimento por parte de Davi Kopenawa Yanomami quando, em setembro passado na Itália, ele me disse que as experiências de alfabetização de adultos na língua materna, que desenvolvi na sua maloca, contribuíram para fazer com que a comunidade se desse conta da importância de dominar a escrita e o Português para a defesa de seus direitos.

* Do que trata exatamente o livro “Yanomami para brasileiro ver”?

O livro é um trabalho etnofotográfico e é dirigido aos estudantes. Os textos introduzem a vida e cultura da sociedade Yanomami. As fotos retratam seres humanos em suas atividades e em seu deslumbrante habitat natural.

* Por que essa obra só foi lançada no Brasil mais de 20 anos após ter sido publicada?

Essa obra foi impressa na Itália. O problema foi trazer ao Brasil seus 500 exemplares. Cada vez amigos e conhecidos me ajudaram a divulgar o livro. O de ontem no INAN foi, vamos dizer, o lançamento público e oficial.

* Onde interessados poderão encontrar o título “Yanomami para brasileiro ver” e outras publicações suas?

Meus trabalhos mais significativos, eu mesma digitalizei. Podem ser encontrados e baixados gratuitamente acessando meu blog: loretta emiri e os yanomami.

* Como avalia a atual política indigenista no Brasil?

Ameaças e retrocessos estão caracterizando a política indigenista no Brasil. Sempre poderão contar com seus amigos e aliados, mas os indígenas brasileiros, mais do que nunca, devem se unir e se fortalecer para enfrentar unidos essa nova investida a seus direitos, direitos conquistados participando ativa e criativamente da elaboração da constituição.

* Que mensagem a escritora Loretta Emiri deixa para a população de Roraima e do Brasil ?

A mensagem que deixo é que nenhum ser humano é superior ou inferior ao outro. Somos apenas diferentes. Os indígenas brasileiros merecem respeito e merecem que seus direitos sejam respeitados.

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