Parabólica

Infelizmente a onda de um liberalismo que nao se aplica a economias imperfeitas como a brasileira 12136

Bom dia, Hoje sexta-feira (18.06). É geral a reclamação de pequenos criadores e granjeiros com relação ao custo de produção em Roraima. Controlado por um pequeno grupo de grandes empresários, os principais insumos e matérias-primas para o fabrico de ração quase dobraram, em média, nos últimos meses. Infelizmente, a onda de um liberalismo que não se aplica a economias imperfeitas como a brasileira está empobrecendo ainda mais os que teimam em permanecer produzindo alimentos. Até quando?    

COMO NUVEM 1 Considerado uma raposa política das Minas Gerais, o banqueiro conservador Magalhães Pinto, um dos fundadores da União Democrática Nacional (UDN), disse certa vez que a política parecia uma nuvem. Você olha para cima e a vê de um certa forma; logo depois, olha de novo e já vê outro formato. Pois bem, faz pouco menos de seis meses, o deputado federal carioca Rodrigo Maia era um dos mais poderosos nome da República, e na condição de presidente da Câmara Federal, comandava a agenda legislativa do país, pautando as matérias para discussão no Congresso Nacional, sendo cogitado até para uma das candidaturas alternativas de centro direita para rivalizar com o atual presidente da República, Jair Bolsonaro.

COMO NUVEM 2 Apeado da presidência da Câmara Federal -o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu proibir sua reeleição-, Rodrigo Maia não conseguiu fazer seu sucessor, o deputado federal Baleia Rossi (MDB) e teve de amargar derrota quase acapachante para o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), que o sucedeu. Afastado do centro do poder, Rodrigo Maia começou viver seu inferno astral político e na semana passa foi expulso do Democratas, por unanimidade, partido que ele já presidira. O deputado carioca não teve cacife para enfrentar o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que deseja levar o Democratas para o palanque de Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022.

COMO NUVEM 3 Outro que está enfrentando a vicissitudes do mundo da política -que como dizia Magalhães Pinto muda como nuvem-, é o empresário Carlos Wizard, considerado por muito como um dos bilionários do Brasil. Faz pouco mais de um ano, Wizard era considerado um benemerente, acima de qualquer custeando com seu próprio dinheiro a assistência a milhares de migrantes venezuelanos. Wizard conseguiu interiorizar mais de 7 mil imigrantes, conseguindo empregos e casas para essa gente expulsa de seu país pelo desastroso e corrupto governo de Nicolás Maduro.  Toda essa operação humanitária foi custeada com recursos próprios do empresário e em parceria com igrejas evangélicas e empresas de aviação.

COMO NUVEM 4 Carlos Wizard deve ter conhecido, e se aproximado do general Eduardo Pazuello, quando este foi co-interventor federal em Roraima, nomeado pelo interventor Antônio Denárium, em dezembro de 2018; que depois o conduziu à chefia da Secretaria Estadual da Fazenda. Pazzuelo foi depois alçado a condição de coordenador da Operação Acolhida e nesta condição aprofundou sua relação com o empresário. Pois bem, quando o general foi nomeado ministro da Saúde por Bolsonaro, Carlos Wizard chegou a trabalhar, sem nomeação formal, como assessor daquele Ministério. Por conta disso, os senadores da CPI da Covid decidiram convocar Wizard para depor naquela comissão. Ontem, por não ter comparecido para ser interrogado, Carlos Wizard, que está nos Estados Unidos, não pode retornar ao Brasil. Se o fizer, será conduzido coercitivamente por um oficial de Justiça para depor na CPI, e ainda terá seu passaporte apreendido pela Polícia federal.

JABOTI Depois de longa negociação os três senadores de Roraima -Telmário Mota (PROS), Chico Rodrigues (DEM) e Mecias de Jesus (Republicanos) votaram a favor da aprovação da Medida Provisória (MP) 1031/2021, que autoriza a privatização da Eletrobrás. A barganha dos votos dos senadores deu-se em torno de uma emenda apresentada pelo senador  Mecias de Jesus, que autoriza a construção do Linhão de Tucuruí, sem a necessidade de apresentação do laudo ambiental e indígena, expedidos pelo Ibama e pela Funai. Como é um matéria, à princípio fora do escopo principal da MP, esse tipo de emenda é chamada de “Jaboti”. Vai que cola.

DEMARCAÇÃO Apesar da promessa do presidente Jair Bolsonaro de que no seu governo não se demarcaria mais terras indígenas no Brasil, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara dos Deputados discutiu no começo desta semana, cerca de 10 propostas de alteração na legislação sobre a questão. Algumas dessas propostas são de autoria do deputado federal Édio Vieira Lopes (PL). Numa delas, Édio quer estabelecer a proibição de aumento das terras indígenas já demarcadas e registradas em cartório. Novas áreas que forem demarcadas, e que atingirem terras privadas, tituladas e de posse de boa-fé, só se efetivariam depois dos proprietários ou posseiros, forem devidamente indenizados com valor de mercado.

YANOMAMI

O sexto ataque de garimpeiros armados contra indígenas ocorreu às 21h desta última quarta-feira (16), na comunidade Korekorema, localizada dentro da Terra Indígena Yanomami, conforme informações do vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami, Dário Vitório Kopenawa Yanomami, que ontem (17) enviou ofício para Funai (Fundação Nacional do Índio), à Superintendência da Polícia Federal em Roraima (PF-RR), à 1ª Brigada de Infantaria da Selva do Exército (1ª BIS) e ao Ministério Público Federal em Roraima (MPF-RR). Segundo o líder indígena, grupo de garimpeiros encapuzados dispararam tiros contra as casas da comunidade de Korekorema, na região de Palimiu, no rio Uraricoera.