Jessé Souza

JESSE SOUZA 12526

Depois do ‘choque de ordem’, é necessário um ‘choque de gestão’ no Parque Anauá

Jessé Souza*

O Parque Anauá precisa ser devolvido às famílias. Considerado o maior parque a céu aberto do Norte, com amplos espaços para todos os tipos de lazer, há muito tempo foi ambandonado pelo Governo do Estado, quando esteve fechado por causa da pandemia.

Antes disso, uma grande confusão já se formava depois das 18h, quando o momento de lazer das pessoas passava a ser transformado em uma explícita baderna ao ar livre, durante à noite, com paradões de som embalando as aglomerações com muita bebida alcóolica, todos os tipos de transgressões no trânsito e desordem.

Até mesmo por volta das 17h já era possível ver o completo descontrole de tráfego de pessoas e veículos numa área no entorno de campos e quadras, no setor leste, nas próximidades do Lago dos Americanos. E tudo fugindo ao controle das autoridades de trânsito e da segurança pública.

Demorou para o Estado começar a pôr ordem naquela balbúrdia, onde a Polícia Militar vem encontrando dificuldades para executar a Operação Paz no Parque, diante do que ocorreu na noite de domingo. O parque sempre foi tratado como área sem lei aos domingos, especialmente por jovens e seus paredões perturbando o sossego de todos, bem como com suas barulhentas.

Há muito tempo, antes da pandemia, o Anauá deixou de ser referência à noite para um passeio tranquilo das famílias e daqueles que desejam frequentar uma lanchonete, restaurante ou um bar ao redor do lago. O abandono da estrutura, tomado pelo matagal, com iluminação precária e prédios deteriorados, só alimentam a falta de segurança.

Até mesmo durante o dia, com as aspecto de abandono dos prédiios e o mato invasor tomando conta inclusive do leito do lago, o cenário inibe as pessoas para um passeio, caminhada ou cooper. Depois de críticas na imprensa e nas redes sociais, o governo fez uma limpeza meia-boca, mas que não defez a impressão de abandono.

A alegação do governo é que o inverno impediu a limpeza do parque, mas é sabido que esse abandono é histórico e remonta administrações anteriores, que permitiram o sucateamento dos chafarizes da Praça Renato Hadad, ao lado do Ginásio Totozão, que até bem pouco tempo estava invadido por venezuelanos.

O matagal invade tudo por ali, inclusive o Centro de Artesanto Indígena, toda a área no entorno da pista de Kart e outras áreas que nunca passaram por limpeza ou qualquer tipo de manutenção. É uma tristeza saber que não há competência nem interesse do governo em ter ali um centro de lazer da população bem cuidado e em plena atividade.

O Parque Aquático virou uma imensa sucata a desafiar as autoridades e servindo para abrigar encontros amorosos e uso de bebida alcóolicas e outras drogas ilícitas. O governo diz que está fazendo um levantamento sobre o local para depois alocar recursos. É o mesmo argumento de sempre, o “mais do mesmo” do descaso com o bem público.

Depois do “choque de ordem” para separar baderneiros dos que estão estão ali para se divertir com tranquilidade e segurança, é necessário um “choque de gestão” com a finalidade de revitalizar o Parque Anauá para que novamente as famílias sintam-se bem e seguras nos fins de semana e feriados prolongados.

Porque, do jeito que está, o Anauá é o símbolo de descaso e de incompetência. E ainda tem obras milionárias de revitalização que foram abandonadas, oriudas de emenda parlamentar. O governo diz que a empresa abandonou a obra. Então é hora de os órgãos fiscalizadores agirem para saber a extensão desse problema.

*Colunista