Letras Saborosas

LETRAS SABOROSAS 11798

Olá queridos leitores!

Dia 19 celebramos o Dia do Índio, cuja data foi escolhida em 1940 no primeiro Congresso Indigenista Interamericano.

Vivemos num estado onde 11% da população se declarou indígena no último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010.

São aproximadamente 50 mil indígenas de nove povos: Ingarikó, Macuxi, Patamona, Sapará, Taurepang, Wai Wai, Wapichana, Yanomami e Ye’kwana.

Segundo o quadro geral dos povos indígenas no Brasil do Instituto Socioambiental (ISA) os Macuxi e os Yanomami estão em maioria no estado de Roraima.

Temos muito que aprender com eles, pois nos últimos anos temos visto chegar ao mercado culinário alguns ingredientes que saíram da floresta, como os cogumelos Yanomami, o chocolate Yekuana, o tucupi negro do Wapixana, e mais recentemente a farinha de tapioca com castanha do Wai Wai, sendo que todos esses produtos são daqui de Roraima.

Mas quero deixar aqui a minha homenagem aos povos ancestrais, na pessoa da minha amiga, a artesã Lídia da Silva Raposo, que faz da sua cultura sua arte na confecção das panelas de barro. E aproveito para pedir a ajuda para essa guerreira que foi diagnosticada com câncer de mama e passa por um momento difícil, pois não pode mais produzir suas belas panelas. Para quem puder ajudar, ela tem uma conta poupança na Caixa Econômica Federal, Agência 3027, conta 00010970-0. CPF: 322772882-68.

Mudando de assunto

No domingo, dia 18 é comemorado o Dia Mundial do Turismo Gastronômico. Uma modalidade de turismo que vem se destacando nos últimos anos e que já está sendo colocado como uma das tendências em viagens pós-pandemia. Aliar viagem com comida sempre foi um dos itens de qualquer roteiro turístico. Mas fazer da cultura gastronômica de cada cidade ou país visitado, um roteiro próprio para conhecer ingredientes, restaurantes destacados, vinícolas, fabricação de queijos, etc., com muito aprendizado, é o que o chef Paulo Machado e a turismóloga Polliana Thomé estão fazendo nos roteiros do FOOD SAFARI. Se quiser conhecer mais e saber quais são as próximas viagens, siga o Instagram @foodsafaris.

A receita de hoje tem origem indígena, é a Popeka de peixe ou em alguns lugares chama de Puqueca. No Alto Rio Negro fazem esse prato com peixe aracu, matrinxã ou tambaqui inteiros enrolados na folha de bananeira, na folha de cacau ou de bacaba e levam o peixe embrulhado na brasa.

Da sabedoria indígena para a cozinha internacional, onde essa técnica em francês se chama papillote e em italiano, cartoccio, onde utilizam um peixe porcionado temperado e embrulhado em papel alumínio ou manteiga.

Continuem com as orientações da OMS, usando máscara, lavando as mãos, usando álcool em gel, fazendo distanciamento. E quem puder, fique em casa.

Até a próxima semana!

PRATO DO DIA

Popeka de peixe individual

INGREDIENTES: 

300g de filé de dourada limpa sem pele

Azeite de oliva

Sal a gosto

Folhas de bananeira para embrulhar

MODO DE PREPARO:

Limpe o peixe com água, limão e sal; deixe por 15 minutos. Lave com água corrente e em seguida, seque os filés de peixe. Tempere com azeite e sal, se gostar de alho pode colocar algumas lâminas para assar junto com o peixe.

As folhas de bananeira devem ser higienizadas com água e depois pode secar no forno para amolecer por um ou dois minutos, ou passar a folha rapidamente no fogo diretamente, fica mais fácil de fazer o pacotinho, ela fica maleável.

Faça os pacotinhos do peixe já temperado embrulhado na folha de bananeira e leve ao fogo pré-aquecido a 180° C dentro de uma forma.

O peixe fica pronto rapidamente, cerca de vinte minutos. Pode ser levado diretamente na brasa e ficará pronto quando a folha de bananeira estiver toda preta.