Letras Saborosas

Letras Saborosas 13721

Olá queridos leitores !

Hoje celebramos o Dia dos Povos Indígenas, data escolhida em 1940 quando ocorreu o primeiro Congresso Indigenista Interamericano, realizado na cidade de Patzcaro, no México, com representantes de quase todos os países da América, apenas Paraguai eHaiti não enviaram delegação.

No dia 19 de abril devemos nos conscientizar da importância dos povos originários na construção do nosso país e principalmente respeitar os direitos dos povos indígenas. Segundo o IBGE, existem atualmente 305 etnias no Brasil, onde são faladas 274 línguas indígenas. Em Roraima temos como protagonistas os povos indígenas: Macuxi, Wapichana, Taurepang, Ingaricó, Patamona, Ye`kuana, Yanomami, Sapará e Wai-Wai. Devemos conhecer a cultura dos povos para poder respeitar seus costumes, sua arte, seus ingredientes.

Há 12 anos mostro em eventos um pouco dessa herança alimentar, afinal eles nos mostraram que é possível preservar a floresta, a natureza, as águas e as pessoas, levando sua cultura e seus ingredientes para a mesa. Temos hoje em Roraima inúmeros ingredientes da agricultura alimentar indígena, que são apreciados por muitos chefs de cozinha do Brasil e do mundo.

Tento levar nos eventos um pouco dos seus ingredientes, utensílios e pratos da cultura alimentar indígena.

Alguns ingredientes já estão presentes em supermercados e mercados de São Paulo, como os cogumelos Sanöma, do povo Yanomami da região dos Awaris, que são vendidos inteiros ou em pó. O Chocolate Yanomami 69% cacau, uma iniciativa dos povos Yanomami e Ye’kwana, feito pelo chocolatier paraense De Mendes. Outros ingredientes como a farinha de tapioca flocada com castanha do Pará torrada, a Mawkin, feita pelas mulheres da etnia Wai-Wai e o tucupi negro feito pela etnia Wapichana, ainda são pouco consumidos na nossa capital. Ainda temos pratos que estão sendo apreciados fora das comunidades indígenas, como a damorida, a mujica, a poqueca, o beiju, entre outros. Algumas técnicas e utensílios já estão fazendo parte da realidade de algumas cidades, como assar no moquém, utilizar as panelas de barro (que estão na fase final do registro de Indicação Geográfica que é conferido aos produtos que são característicos do seu local de origem). Para homenagear os nossos Povos Originários da Amazônia, trago uma receita do livro: Comidas Tradicionais Indígenas do Alto Rio Negro”. Receita de Dona Marilda Celma Ferreira da etnia Tukano, São Gabriel da Cachoeira – Amazonas. Para simbolizar o universo da cultura alimentar indígena dos nossos povos originários. 

Mujeca de Goma (Penké)

Tratar o peixe, cortar em pedaços e colocar numa panela com sal. Ponha no fogo e acrescente algumas pimentas inteiras, para dar gosto. Quando elas amolecerem, retire um pouco do caldo e algumas pimentas que devem ser amassadas numa vasilha a parte. Depois de amassar bem, recoloque tudo na panela para continuar a fervura.

Quando o peixe estiver mole, retire da panela e amasse numa vasilha. Em seguida, devolva o peixe amassado para a panela,deixe ferver por mais alguns minutos. Depois, pegue um pouco de goma, dissolva em água e coloque na panela que está no fogo. Logo que a mistura engrossar, apague o fogo e sirva. Se não tiver goma, pode fazer a Mujeca com farinha de mandioca.