Minha Rua Fala

MINHA RUA FALA 13116

RUA ALMERINDO DOS SANTOS – Bairro Buritis – _________

Almerindo Ferreira dos Santos nasceu em 1878, na cidade de Acarape, interior do Estado do Ceará. O seu pai, João Viana, saiu do Ceará e foi para o Amazonas.  Quando chegou a Manaus, foi contratado para trabalhar nos seringais do rio Juruá, na localidade de Eirunepé, no baixo Amazonas. 

A cidade de Eirunepé, outrora São Felipe do Juruá, situa-se à margem esquerda do rio Juruá, próximo à foz do rio Tarauacá, este situado à margem oposta. O local em que foi erguida a hoje cidade de Eirunepé, era anteriormente a sede do grande seringal Eiru, de propriedade de Felipe Manoel da Cunha, rico seringalista do Rio Juruá.

A distância em linha reta entre Manaus e Eirunepé (ambas no Amazonas) é de 1,159.63 km, e de 1,772 km por estrada. Em carro, leva-se 1 dia e três horas. E, de avião, o tempo de voo é 3h 35m, a uma distância aérea de 1,157 km.

Antigamente, quando não havia estrada entre as duas cidades, a viagem era feita em barcos e levavam-se até 21 (vinte e um) dias, partindo de Manaus até Eirunepé. 

Pois foi nesta época em que o senhor João Viana (que fora contratado em Manaus), levou o filho Almerindo dos Santos para ajuda-lo no trabalho de extração de Látex (borracha) nos seringais do rio Juruá, em Eirunepé.  O Almerindo tinha 15 anos.

E, também, foi em Eirunepé que o Almerindo dos Santos conheceu a jovem Lídia Bessa Viana, que era roraimense, da tradicional Família Bessa. Namorou e casou-se. Passados dois anos, a esposa Lídia Viana convidou o Almerindo para vir para Boa Vista. O casal chegou nesta cidade no início do mês de janeiro de 1900. 

A jovem Lídia Bessa Viana, após o casamento, passou a assinar como “Lídia dos Santos Viana”.  Ela e o marido Almerindo dos Santos foram trabalhar em um castanhal no interior de Roraima perto do rio Santa Rosa, onde o pai do Almerindo, João Viana, tinha conseguido um trabalho (o da coleta de Castanha-do-Pará, castanha do Brasil, muito utilizada na fabricação de farinhas, doces e sorvetes, além do óleo – que é empregado nas indústrias farmacêuticas e de produtos de beleza).

Com o falecimento do senhor João Viana, o filho Almerindo dos Santos com a esposa Lídia Viana -, voltaram para Boa Vista e aqui passaram a residir à Rua Alfredo Cruz – esquina com a Avenida Getúlio Vargas – perto da Praça da Bandeira.

Ali, Almerindo dos Santos desenvolveu uma habilidade artesanal, a de calafetar barcos. Ou seja, consertar pequenas canoas e embarcações, utilizando piche e outras massas lacradoras.

Para quem não sabe, a palavra “Calafetar” se refere ao trabalho desenvolvido por uma artesão, que utiliza estopa misturada ao alcatrão – espécie de asfalto – para vedar, ou seja, colar, as juntas ou tapar fendas de uma embarcação. E isto Almerindo dos Santos sabia fazer muito bem. De tal forma que, deste seu trabalho, sustentou a família. 

Os barcos e canoas avariadas eram conduzidas até a beira do rio Branco, ali perto do Posto Santo Antônio no Bairro São Pedro, e Almerindo dos Santos realizava, lá mesmo a manutenção ou conserto das embarcações. Foi assim durante toda a sua vida. 

Almerindo dos Santos e Lidia Viana dos Santos tiveram 14 filhos. As filhas: 

– Maria Santos Bastos (morava em Manaus, já é falecida). – Rita Santos da Luz (a dona Santinha) casou-se em Boa Vista com José Celestino da Luz (este foi o primeiro prefeito em Caracaraí em 1956 a 1958, comerciante em Boa Vista e um dos pioneiros das Comunicações em Roraima, com seu Teatro Hi-Fi (“Rái-fai”). 

O casal Celestino da Luz e Rita Santos da Luz teve 12 filhos (todos com o sobrenome: “Santos da Luz”): Ilton (dentista, já falecido), Mário; Heliano; Rosemar (falecida); Wirlande da Luz (médico pediatra), Rita; Roselande; Rosilene; Ruberlande; Regina; e Nilton ( “Toquinha” – dono da Empresa Tocatur – passeio pelo rio Branco-, no Barco “Bicho do Rio”), hoje com o Barco “Lady Ana”.

Celestino da Luz faleceu no dia 26/05/1986 e a senhora Rita Santos da Luz, a dona Santinha, faleceu no dia 27/02/2000.

Outra filha de Almerindo dos Santos com Lídia Bessa Viana dos Santos, a senhora Lucinda dos Santos Coelho, casou-se com Raimundo Rodrigues Coelho (Guarda Territorial – de 1944 a 1975, e Agente de Polícia – de 1975 até a sua aposentadoria em 1987. Raimundo tinha o apelido de “Maçarico”, devido ser ele de estatura alta, magricela, pescoço comprido e fino, além das pernas magras e finas. 

O casal Raimundo Rodrigues Coelho e Lucinda dos Santos Coelho teve 12 filhos: Nelci, Carlos Alberto, Pedro Rodrigues, Júlio César (+), Maria Lídia, Maria das Graças, Mário Roberto (Mário Coelho), Paulo Gilvan, Marilene dos Santos, Raimundo Nonato, Raimundinho (+) e Zequinha (+).

A senhora Lucinda dos Santos Coelho nasceu no dia 10/08/1920 e faleceu no dia 21/04/1994. 

O senhor Raimundo Rodrigues Coelho (Raimundo “Maçarico”) nasceu no dia 14/10/1915 e faleceu em 18/10/2015.

Em 2006, a Câmara Municipal redenominou a antiga Avenida N-17, nos Bairros Pintolândia, Dr. Silvio Botelho, e Senador Hélio Campos, com o nome de: Avenida Raimundo Rodrigues Coelho, conforme Lei 862/06, de 20 de junho de 2006.

Quanto ao Almerindo dos Santos, o patriarca e personagem central desta história, após muitos anos de trabalho e já de idade avançada, foi morar com a filha Rita Santos da Luz (a “Dona Santinha”, casada com Celestino da Luz).

Almerindo Ferreira dos Santos nasceu em 1878 e faleceu no dia 02 de julho de 1980, aos 102 anos de idade.

Em 1982, o vereador à época, José Alves Tabosa, elaborou e apresentou no plenário da Câmara Municipal de Boa Vista a Indicação n.º 018, datada de 1º de abril de 1982, a qual foi aprovada por unanimidade, denominando uma rua no Bairro Buritis, com o nome de “Rua Almerindo dos Santos”. 

A
Rua Almerindo dos Santos nasce na Avenida General Ataíde Teive, no sentido Norte-Sul, no Bairro Liberdade; cruza a Rua Manuel Felipe no Bairro Buritis; e termina na Rua Faixa da Proteção – perto de um Igarapé, próximo ao início do Bairro Cinturão Verde.