Minha Rua Fala

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FRATERNIDADE

EM LUGARES DISTINTOS COM CIDADES COIRMÃS

MANAUS,  24 DE OUTUBRO – Neste dia, no ano de 1848, a “Vila” de Manaos foi elevada a categoria de “Cidade”. Hoje, Manaus está completando 170 anos.

Mas, se faz necessário que se diga que Manaus foi fundada em 1669 pelos portugueses, junta com o Forte de São José do Rio Negro (que tinha como função combater as investidas espanholas ao território amazônico). Em 1832, Manaus foi elevada à condição de “Vila” com o nome de “Manaos”, em homenagem à nação indígena dos manaós, sendo legalmente transformada em cidade no dia 24 de outubro de 1848, com o nome de “Cidade da Barra do Rio Negro”.

Manaus cresceria com a demanda mundial pela borracha e a riqueza obtida com a extração e exportação do látex deixou marcas arquitetônicas como palacetes e um dos símbolos de Manaus, o Teatro Amazonas.

Após a criação da borracha sintética, a cidade entraria em decadência econômica. No entanto, com a instalação do “período militar” (de 1964 a 1985), Manaus voltou a chamar a atenção do governo por conta da política de segurança nacional. Neste período foram  realizadas obras como a Transamazônica (1972) e regulamentada a Zona Franca de Manaus (1967) com o objetivo de atrair investimentos e povoamento à região.

O propósito foi alcançado, mas os bairros periféricos foram ocupados de maneira desordenada e a população dobrou em apenas duas décadas. Hoje, a cidade de Manaus tem mais de dois milhões de habitantes e é um dos principais destinos turísticos do Brasil; assim como ponto de referência em temas de sustentabilidade e conservação ambiental.

Manaus tem muito em comum com a cidade de Boa Vista. No dia 09 de julho de 1890, o governador do Amazonas, Augusto Ximenes de Villeroy, através do Decreto nº 049, criou o Município de Boa Vista do Rio Branco, com terras desmembradas do município amazonense de Moura. Então, Boa Vista passou a ser um município do Amazonas e, quem nascia aqui era registrado como: “rio-branquense, natural do Amazonas”.

Boa Vista passou 53 anos pertencendo ao Estado do Amazonas, até que no dia 13 de setembro de 1943 o presidente da República Getúlio Vargas criou o Território Federal do Rio Branco, nos tornando independente do Amazonas.

Mesmo “independentes”, as duas cidades, Manaus e Boa Vista, têm ainda muito em comum, como por exemplo, é de lá que parte a BR-174, ligando as duas cidades, até o município de Pacaraima, ao norte, na fronteira com a Venezuela.

Os Prefeitos de Boa Vista também eram indicados pelas autoridades do Amazonas. O primeiro foi o sargento da Guarda Nacional, João Capistrano da Silva Mota (o paraense “Coronel” Mota), que tomou posse no dia 25 de julho de 1890. E, o último indicado foi o capitão da Polícia Militar do Amazonas Temístocles Henrique Trigueiro (20/06/1944). Neste dia, ele passou a chave da cidade ao primeiro prefeito do Território Federal do Rio Branco, o carioca Mário Homem de Melo.

Boa Vista e Manaus continuam solidárias e coirmãs na mesma história.

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LETHEM, na República da Guiana (antiga Guiana Inglesa). A Localidade de Lethem pertencia a Roraima. Em 1880, aportou aqui em Boa Vista, o cearense João Pereira da Silva, que, com recurso próprio financeiro, edificou a fazenda Bom Sucesso na margem direita do Rio Itacutú (hoje a cidade de Lethem, na Guiana). E, na margem esquerda, ele instalou a Fazenda São Salvador (hoje a cidade/Município de Bonfim).

Apôs o estabelecimento da Fronteira (Brasil/Inglaterra – Roraima/Lethem) pelo Laudo Arbitral do Rei da Itália Victor Manuel III (terceiro), em 6 de junho de 1904, a fazenda Bom Sucesso, que estava do lado guianense, ficou, por meio de compra/venda, para a Companhia Inglesa, Dadanawa, que, na época, tinha como gerente o Mr. P.C. Melville.

Boa Vista e Lethem mantém até hoje intercâmbio comercial e boas relações diplomáticas. Há muitas famílias guianenses morando e trabalhando em Boa Vista. E, do lado guianense, há também muitos brasileiros atuando no comércio de Lethem.

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SANTA ELENA DE UAIRÉN, na Venezuela.

“Uairén”, na língua indígena venezuelana, significa: “Camazas” – bebida fermentada de mandioca, o equivalente ao Caxiri dos índios macuxis. “Uairén” é também o nome da cidade e do rio. O rio Uairén nasce no Tepuy (monte) Chirikayén Kukenán,  tem 56 km de extensão e deságua num vale que faz fronteira com as comunidades de Akurimá, Kanaima e El Calvario Colinas.

Quanto à cidade de Santa Elena de Uairen, é a capital da Gran Sabana, no Estado Bolívar, e foi fundada pelo colono Don Lucas Fernandez Peña em 16/09/1923, quando instalou uma fazenda de gado, e com exploração de ouro e diamante.

Em 1927, Don Lucas, a esta localidade, deu o nome de: “Santa Elena”, em homenagem à sua primeira filha (Elena Fernandez Pena). O nome anterior, posto pelos padres capuchinos, onde tinham sua Missão religiosa, era “San Francisco de Uairén”. Com a saída dos padres daquela Missão, Dom Lucas mudou o nome para “Santa Elena”.

A cidade de Santa Elena de Uairén está situada no sul do Estado Bolívar, a 1300 km de Caracas, capital da Venezuela. E, a 15 quilômetros da fronteira com o município de Pacaraima /Roraima/Brasil. Os venezuelanos continuam ainda a denominar Pacaraima com o nome de: “La Línea” (fronteira limite).

O fundador da cidade de Santa Elena de Uairén, Dom Lucas Fernandes Peña, nasceu no dia 02/01/1895 e faleceu na própria localidade, no dia 28/08/1987.

A cidade de Santa Elena, mesmo existindo desde 1923, só foi reconhecida oficialmente pela Assembleia Legislativa venezuelana, como cidade – capital da Gran Sabana, no Estado de Bolívar, em 1989.

E, quanto a Roraima, estado fronteiriço à Venezuela? Dependemos do país para o abastecimento de energia elétrica, produzida no complexo de Macágua, no Estado de Bolívar, na Venezuela., e que vem para Roraima através do Linhão de Guri.

Boa Vista faz fronteira ao Norte com o Município de Pacaraima e, este, por sua vez, faz fronteira com Santa Elena de Uairén, onde os roraimenses costumam fazer compras. E, em contrapartida, é de lá que vem a maioria dos imigrantes venezuelanos para Boa Vista.

O abastecimento de energia elétrica para Boa Vista, em grande parte (afora as termelétricas na cidade) vem do complexo hidrelétr
ico de Macágua, via o Linhão de Guri, passando por Santa Elena até Boa Vista.

Somos parceiros comercialmente e fraternos em ajuda mútua aos imigrantes de todos os países.

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