Opinião

OPINIAO 10010

A PANDEMIA DE DESPREZO AOS IDOSOS E AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

 Seguindo recomendações, em tempo de pandemia, tenho passado mais tempo em casa. Estou me esforçando para fazer minha parte e assim, evito me tornar um condutor do coronavírus. Quando saio para comprar comida e trabalhar, o faço usando equipamentos de proteção. Pessoalmente, não tenho medo da contaminação, mas me cuido em respeito as pessoas que temem pelas consequências da COVID-19 e por aqueles que estão sobrecarregados pelos avanços da contaminação.

Meu respeito é aos idosos, mais vulneráveis aos males do vírus, e aos profissionais de saúde que viraram residentes em hospitais e estão se esforçando para amenizar a dor dos contaminados ou oferecer um pouco de companhia e dignidade àqueles que sucumbirão. Infelizmente, enquanto nossa sociedade menospreza a vida dos idosos, nossas autoridades irresponsavelmente obrigam profissionais de saúde a trabalharem sem os equipamentos de proteção indispensáveis para preservar a própria vida.

Para aqueles que insistem em buscar justificativas para não se precaver, é recorrente o pensamento de que “o coronavírus só mata velho”. Infelizmente, esse pensamento absurdo é repetido em vários segmentos da nossa sociedade, o que demonstra o quanto estamos doentes. Mesmo que se busque fundamentação no fato de que nos países já atingidos pela pandemia, o vírus tem sido mais letal entre as pessoas mais idosas, variando de 0,2% na faixa etária de 10 a 19 anos até 14,8% entre os maiores de 80 anos, isso não quer dizer que os percentuais serão os mesmos no Brasil.

De qualquer forma, é natural que as pessoas mais idosas, por uma condição biológica, em regra, são mais vulneráveis a contaminação. E daí? Isso não justifica o comportamento irresponsável e preconceituoso daqueles que ainda não chegaram, e talvez nunca cheguem, a velhice. Os idosos são a nossa referência social, os guardiões da nossa memória histórica e reserva moral e, também por isso, merecedores do nosso respeito e proteção.

Quem ainda tem o privilégio de ter os pais e avós na família sabe o valor que tem e a falta que farão quando se forem. Me preocupa qual futuro terá uma sociedade que oferece seus idosos como “bois de piranha”, empurrando-os para a morte, desprezando a contribuição social que já fizeram e a importância afetiva para seus familiares.

Outro absurdo, não menos vergonhoso e grave, é a falta de equipamentos de proteção para os profissionais de saúde. O que se noticia é a completa incompetência e irresponsabilidade de nossos governantes que obrigam estes profissionais a trabalhar sem a proteção necessária. Estes, sem alternativa, estão se sujeitando ao risco de contaminação para minimiza a dor ou salvar os doentes que lotam os hospitais.

Em Roraima, tanto o governo quanto as prefeituras estão irmanados em mais essa palhaçada. Se falta equipamentos na capital, imagine em que condições estão as unidades hospitalares do interior do Estado. Quando o coronavírus virou pandemia na China, era certo que, mais cedo ou mais tarde, chegaria ao Brasil e a Roraima.

Ou seja, nossos governantes tinham a obrigação de se prepararem, pelo menos para ajudar quem tem por vocação agir para amenizar a dor de quem precisa. Infelizmente, a regra tem sido largar a própria sorte aqueles que por um dever funcional, não podendo ficar em casa, são obrigados a estar na linha de frente na defesa da sociedade que pouco faz para protegê-los – policiais militares, civis e penais, oficiais de justiça, bombeiros, guardas municipais, entre outras categorias que estão nas ruas para que você se proteja ficando em casa.

Por fim, essa pandemia está mostrando quanto estamos sem rumo, trilhando um caminho sem volta enquanto sociedade e completamente desamparados e submetidos ao capricho de governantes que, em isolamento social dentro dos seus casulos de egoísmo, só pensam e agem buscando benefícios pessoais e nunca o bem estar social.

No caso dos idosos, precisamos de mais humanidade, respeito e empatia. Já no caso dos profissionais de saúde, o que falta é mais altruísmo, respeito, vergonha na cara e mais responsabilidade de nossos governantes.

Luis Cláudio de Jesus Silva, professor universitário, Doutor em Administração. www.professorluisclaudio.com.br

10 passos práticos para sobreviver à crise!

A linha emergencial de crédito anunciada pelo Governo Federal para financiar folha de pagamento de pequenas e médias empresas conta com o valor de R$ 40 bilhões e deve beneficiar 1,4 milhão de negócios. Responsáveis por 54% dos empregos formais do país, as micro e pequenas empresas devem ganhar fôlego para sobreviver durante a crise provocada pelo novo Coronavírus.

O crédito será destinado a empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil a R$ 10 milhões.

Essa linha vai financiar dois meses da folha de pagamento, com volume de R$ 20 bilhões por mês que irão diretos para a conta do trabalhador. De acordo com medida, a empresa que aderir a essa linha fica obrigada a manter o emprego durante os dois meses de programa.

A especialista em finanças pessoais e para pequenos negócios, Carol Stange, considera positiva a iniciativa do governo, mas alerta que os empresários precisam tomar certos cuidados, mesmo que os juros anuais estejam em torno de até 4% ano.

Pensando justamente nos pequenos empreendedores, ela separou algumas recomendações para tentar minimizar os impactos nesse momento complicado de turbulência e baixo movimento:

1. É hora de usar o seu capital de giro. Capital de giro é uma espécie de Reserva de Emergência da empresa. Eu costumo recomendar que o pequeno empreendedor tenha em torno de seis meses de capital de giro disponível para eventuais emergências no negócio.

2. Vale a pena rever seu pró-labore. A retirada mensal do pequeno empreendedor precisará sofrer ajustes a fim de manter a saúde financeira da empresa.

3. Corte seus custos e despesas. Não tem como fugir dessa análise. Agora é a hora de detalhar os custos e despesas e fazer cortes no que puder. Após o mapeamento, negocie taxas bancárias, diminua custos de energia elétrica, água, negocie o aluguel, corte o que puder.

4. Classifique suas despesas e custos em essenciais e postergáveis (ou negociáveis). As essenciais são aquelas que impactam diretamente o seu negócio, como contas de consumo e internet. As postergáveis ou negociáveis são aquelas que podem ter seu pagamento adiado por algum tempo sem grandes prejuízos imediatos. Todo recurso agora é precioso para fazer o negócio sobreviver à crise, mas lembre-se de que o seu fornecedor está passando pelo mesmo problema que o seu. Assim sendo, busque o ganha a ganha.

5. Antecipação de recebíveis: Para as despesas que não podem ser postergadas ou negociadas, uma saída é solicitar antecipação dos recebíveis junto ao banco e administradoras de cartão.

6. Priorize produtos e serviços que tenham mais margem. Interrompa as atividades que geram pouco ou nenhum lucro. Produtos e serviços que não agregam receita nesse momento devem ser retirados do seu portfólio.

7. Segure os investimentos. Não é hora de comprar maquinário, realizar bem feitorias no imóvel ou contratar pessoas.

8. Levante capital. Aproveite o momento para fazer descontos e promoções para desovar um eventual estoque parado. O pequeno empreendedor pode avaliar também a venda de veículos e maquinários ociosos.

9. Fique atento aos programas de incentivo. Há várias medidas de apoio ao pequeno empreendedor sendo discutidas e em aprovação. Use-as.

10. Pense fora da caixa. Grandes oportuni
dades surgiram em meio à crises econômicas – sempre houve quem viesse além da tempestade e encontrasse soluções inovadoras para todos. É preciso sangue frio, mas o momento de readequar e inovar no seu negócio é agora.

As Meninas fechou

Afonso Rodrigues de Oliveira

“O homem é um sucesso se ele acorda de manhã e vai para a cama à noite, e entre as duas coisas ele faz o que gosta de fazer.” (Bob Dylan)

Só agora entendemos o que realmente é prisão domiciliar. É horrível. Não posso evitar ir comprar o pão da tarde. Mas, já duas vezes percebi que quando o carro da polícia passa por mim, o policial fica me olhando. Tomara que ele não me aborde. Mas, estou brincando. É que acordei, hoje, com vontade de brincar. O que não é muito minha praia.

Cheguei à varanda, olhei para o outro lado da Praça e fiquei preocupado. Percorri a Praça com um olhar preguiçoso e voltei o olhar para lá. Aí não resisti e gritei para a dona Salete:

– Ei, Tinha… As meninas tá fechado! Mais um fechado.

E ela retrucou meio chateada:

– O que significa que vou ter que fazer almoço, hoje, logo hoje que não tô a fim de nada.

Aí percebi o bem que me fez o alarme. Não vou ter que ligar para o Meninas para me trazerem o almoço. Economizei. Mas antes que você pense que estou lelé da cuca, deixe-me explicar. Ali do outro lado da Praça, bem ao lado do “Pronto Socorro,” tem um restaurantezinho pequeno, mas muito legal, cujo nome é “As Meninas”. E sempre que dona Salete acorda meio marota, deixa as horas passarem e eu já começo a desconfiar. Aí ela fala de mansinho:

– Sinho… Seria bom que você ligasse para as meninas, ou então você ir lá. Não tô muito a fim fazer alguma coisa.

Aí eu faço uma força titânica para não rir, e respondo ironicamente:

– Tudo bem… Vou fazer o sacrifício.

São episódios que me fazem muito bem aqui na Ilha Comprida. Coisas distintas, diferentes que, pelo que me parece, só acontecem por aqui. Aí, antes de ligar para as meninas, continuei passeando com a visão, pelo ambiente saudável. As montanhas lá para o lado do Município de Iguape me chamam sempre a atenção. Se eu fosse um escultor iria esculpir a figura daquele monte. Ele me lembra um ser humano gigantesco e deitado. Partindo da esquerda eu vejo o queixo, a boca, nariz, olhos, testa e cabelos estendidos.

Continuei na minha divagação até que ela falou quase gritando:

– Vai ou não vai ligar pras meninas?

Mas o mais gostoso é que as Meninas já me conhecem e não permitem que eu vá até lá, pegar a comida. Dalí a pouco uma garota chega numa moto, e me entrega o almoço. Legal pra dedéu. Não sei se você concorda comigo, mas é muito gostoso viver assim na simplicidade de uma Ilha lindona e agradabilíssima. Espero que o Corona nos deixe livres para podermos viver a vida que merecemos viver. Para, à noite ir para a cama feliz por ter feito o que gostamos de fazer, que é viver feliz. Pense nisso.

[email protected]

99121-1460