Opinião

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O Coronavírus e os empreendimentos de impacto socioambiental

*Marcus Nakagawa

Você deve estar pensando: mais um texto sobre o Coronavírus?

Pois é, esta pandemia está nos trazendo muitos aspectos transversais da nossa vida para pensar e repensar.

Estamos reconsiderando o modo de trabalho, de ficar em casa, de home office, de estudar, de nos relacionar, de utilizar as tecnologias da informação, de como lidar com a ansiedade e de como ficar ao lado da família tanto tempo. Enfim, muitas novidades neste estilo de vida que nos foi imposto e não tem data e nem hora para acabar.

Sabemos que ainda é o começo da parte mais difícil que está por vir e temos que seguir todas as orientações oficiais para não termos tantas perdas.

Ao mesmo tempo, temos visto algumas curiosidades interessantes nas questões de impactos sociais e ambientais. Exemplo disso são as notícias sobre a diminuição da poluição do ar na China, apresentada pelos satélites da NASA. Essa mudança está atrelada ao “novo” estilo de vida desacelerado adotado pelos chineses nos tempos de COVID-19. E se por um lado isso ameaça a economia do país, por outro, o meio ambiente agradece.

Na Itália, os impactos ambientais também foram sentidos. Moradores mostraram por meio de fotos, a mudança da coloração da água de turva para transparente e a aparição de pequenos peixes e até mesmo golfinhos, nos canais de Veneza, após a diminuição drástica de turistas e visitantes. Além disso, no norte do país, houve uma diminuição de dióxido de nitrogênio (NO2) que foi acompanhada pela Agência Espacial Europeia (ESA).

No Brasil, já é perceptível ver nas grandes cidades a escassez de automóveis, principalmente, nos centros comerciais e empresariais. Boa parte das pessoas está trabalhando de casa, alunos e alunas estão tendo aulas on-line ou férias adiantadas.

Esse processo será sentido ao longo dos meses. Lógico que o impacto de gestão de energia também será. Algumas redes de internet já estão entrando em colapso. Mas, além do impacto ambiental, haverá o social. Já estamos acompanhando as transformações via redes sociais e televisão. Muitas medidas estão sendo tomadas pelas empresas, bem como pelo Governo para a prevenção do Coronavírus, isto é, procedimentos de higienização e os novos modelos de trabalho e relações humanas, que muitos especialistas, psicólogos e terapeutas estão discutindo e trabalhando via redes sociais.

Para os empreendimentos de impacto socioambiental esta pandemia pode ser uma oportunidade para, cada dia mais, realizar sua missão. Não querendo se “aproveitar” e virar um mercenário do impacto , mas sim, talvez, focar numa escala de crescimento e ajudar mais pessoas.

Neste movimento, a Quintessa, uma aceleradora de negócios de impacto, selecionou algumas startups de impacto que podem ajudar o cidadão e as empresas nesta crise. Na área de saúde destaco a Universaúde com a ferramenta Telesaúde, aberta online 24 horas via Chat; a Caren.App, que faz uma auto avaliação para os sintomas do COVID-19; o Labi Exames, que está fazendo 10 testes gratuitos todos os dias para pacientes acima de 80 anos; e a Dandelin, oferecendo consultas com especialistas e exames que podem ser marcadas via aplicativo.

Na área de educação, selecionei a Reconectta com materiais de educação e sustentabilidade on-line para pais, filhos e educadores; ChatClas que liberou o curso Prêmium de inglês gratuitamente até 17 de abril; e o ForEducation Edtech que tem um guia de boas práticas online para escolas e educadores que estão mantendo aulas via internet.

Para o bem-estar tem o Pé de Feijão para ajudar as pessoas se organizarem em home-office com uma alimentação mais saudável; e o Mais Vívida que recruta jovens para apoiar pessoas mais velhas nas mais diferentes tarefas possíveis.

Temos que aprender com esta nova forma de nos relacionarmos, empreender e realizar menos impactos ambientais e sociais. Quem sabe começarmos a fazer a tal da regeneração, como está acontecendo em Veneza por exemplo.

E entender que este processo por qual passamos num planeta globalizado tem que ser aprendido, analisado e principalmente transformar o nosso modelo mental e estilo de vida atual. Tudo que estamos vivenciando e vamos presenciar ainda, tem que ser entendido como um aviso que estamos num ecossistema único e que – independente da sua classe social, país, raça, gênero, empresa, governo, entre outros pontos – uma ação em qualquer lugar do mundo pode afetar todo o restante. Este é o pensamento sistêmico que precisamos cada dia mais ter e basear nossas pequenas decisões do dia a dia. Viver pelo desenvolvimento sustentável para todos.

* Marcus Nakagawa é professor da ESPM; coordenador do Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental (CEDS); idealizador e conselheiro da Abraps; e palestrante sobre sustentabilidade, empreendedorismo e estilo de vida. Autor dos livros: Marketing para Ambientes Disruptivos e 101 Dias com Ações Mais Sustentáveis para Mudar o Mundo (Prêmio Jabuti 2019). www.marcusnakagawa.com, www.blogmarcusnakagawa.com;

4 dicas de como estudar para o Enem no isolamento

Colégio Adventista alerta que o período da quarentena deve ser de aprendizado

Apesar da pandemia do coronavírus, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pela prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), divulgou dia 31 de março os editais com as datas de aplicação deste ano. A novidade é que esta edição terá provas impressa e digital, porém a versão digital não estará disponível para treineiros e não terá atendimento especializado.

O período de inscrição será de 11 a 22 de maio, com aplicação das provas em 11 e 18 de outubro (digital) e 1º e 8 de novembro (impressa). A dica do Colégio Adventista, que atende mais de 225 mil alunos, é a de continuar estudando e se preparando, utilizando o período de quarentena para intensificar a dedicação ao conteúdo do Enem.

O ideal é elaborar um plano de estudo e separar um tempo para se dedicar ao planejamento traçado. “Ele é uma ferramenta ótima para auxiliar o estudante a organizar seu tempo, tornando as sessões de estudo mais bem distribuídas e funcionais”, explica Marizane Piergentile, diretora de educação da rede adventista do ABCDM e Baixada Santista.

A primeira dica é definir a rotina, determinando um período para separar todo conteúdo do Enem e se dedicar aos estudos com qualidade. A segunda é a de traçar os objetivos e metas. O aluno deve se perguntar qual é o meu objetivo? Conseguir uma vaga em uma universidade pública ou privada? Qual é a universidade dos meus sonhos? Já as metas são as ações que devem ser cumpridas com sucesso para alcançar, no longo prazo, o objetivo, enfatiza o Colégio Adventista.

A terceira dica é a de determinar horários de estudos, incluindo pausas de 10 minutos a cada 50 minutos de estudo. “A pausa é necessária, pois o cérebro precisa processar o conteúdo que acabou de ser estudado e o aluno também precisa descansar o corpo”, explica a especialista.

Segundo a diretora de educação da Rede Adventista, a última dica, e não menos importante, é sobre o descanso, que deve ser levado à risca e, pelo menos uma vez por semana, o aluno precisa realmente descansar da rotina. “Sessões de estudo ininterruptas, madrugadas em claro estudando e outras maratonas do tipo são
extremamente prejudiciais à saúde mental e física. O aluno tem que entender que se o corpo estiver saudável, a mente também estará saudável para absorver todo o conteúdo necessário para conquistar a vaga na tão sonhada universidade”, finaliza.

Que pena…

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Pena que todas as pessoas que sabem como governar o país estejam ocupadas dirigindo táxi ou cortando cabelos.” (George Burns)

É impressionante como temos pessoas entendidas na política, que dirigem táxi e cortam cabelos. O que temos de críticos que não concordam com nada na política não tá no gibi. E o pior é que os desentendidos estão até mesmo onde deveriam estar os entendidos. Na mídia, por exemplo. Até mesmo quando queremos ficar de fora nas briguinhas comadrescas, não resistimos. Ou caímos na esparrela de entrar na discussão ou nos irritamos intimamente. E é por isso que devemos procurar uma saída não sorrateira. E o caminho mais eficiente, aberto, e à disposição de todos, é a Educação. Um caminho que nos leva ao horizonte que provavelmente nunca o alcançaremos.

Está confuso? Então vamos tomar novo caminho adentrando pela vereda do raciocínio. O mundo todo está nos dando um dos maiores exemplos de como não devemos viver o mundo. O mundo todo está de cabeça pra baixo. E o pior é que o desequilíbrio consiste em não entendermos que de cabeça para baixo é como vivemos naturalmente. Porque quando você pensa que está subindo, na verdade você está caindo no espaço. A Terra é redonda e aquilo que vemos lá encima não é encima, não é céu, nem é azul. Senão a Terra não seria redonda.

E é assim que vivemos a política mundo afora. Continuamos elegendo políticos que não entendem nada de política, e continuamos sem entendê-la. E não vamos entender enquanto não nos educarem politicamente. Mas quem vai educar se não é educado? O redemoinho que estamos vivendo no mundo por conta da ineficácia política é, no mínimo, estonteante. E não estou exagerando. Somos um país de dimensões continentais, com tudo de que um país precisa para ser uma potência, e continuamos à mercê do descontrole dos demais países considerados desenvolvidos. Vamos nos cuidar.

Chega de ficarmos elegendo maus políticos. Mas não o conseguiremos enquanto não formos politicamente educados. Continuemos seguindo o pensamento do médico Miguel Couto: “No Brasil só há um problema nacional: a educação do povo.” E fim de papo. Napoleão Bonaparte também disse: “Devemos construir mais escola para não termos que construir mais presídios.” E o maior presídio que existe é a ignorância política em que vivemos aprisionados. Vamos fazer nossa parte como ela deve ser feita. Vamos nos valorizar para que possamos, um dia, ser considerados como cidadãos. E não existe cidadania sem democracia, nem democracia com obrigatoriedades. Vamos votar por dever de cidadão, e não por obrigatoriedade de títeres. Pense nisso.

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