Opinião

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Como avaliar a aprendizagem durante o ensino remoto?

Bianka de Andrade Silva*

Em tempos de restrição à circulação de pessoas e da busca por medidas para manter a educação em funcionamento, pensar nos processos de avaliação da aprendizagem no ensino remoto é tão importante quanto as demais etapas de preparação e execução das aulas.

Tudo começa com uma boa adequação do plano de aula, seguida pela preparação de videoaulas e, por fim, a seleção de materiais e conteúdos qualificados para servir de base de estudo. Mas todo esse trabalho pode não alcançar o efeito desejado se o aprendizado do estudante não estiver sendo acompanhado e avaliado da maneira correta. 

Em meio a esse panorama inesperado e inédito para a maioria dos profissionais da Educação Básica, é normal surgirem muitas dúvidas. Mas, mesmo que as condições atuais imponham o isolamento social e o ensino a distância, o processo avaliativo, assim como o todo das práticas pedagógicas, precisa continuar sendo realizado.

Os segredos são usufruir da experiência que nós, professores, sempre tivemos em gerenciar as tarefas de casa dos nossos alunos, aprender com o que esse cenário temporário nos impõe e usar a tecnologia para promover uma aproximação virtual com os estudantes.

Para fazer isso de forma organizada e eficiente, no entanto, é preciso considerar alguns pontos de reflexão e orientação que podem guiar os educadores e gestores escolares na repentina missão de aplicar avaliações on-line. Veja algumas dicas:

Avalie todo o ciclo de aprendizagem

Antes de mais nada, é fundamental entender que a avaliação é um processo amplo e possui especificidades e delicadezas. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a verificação do rendimento escolar deve se basear na avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno.

Esse documento também preconiza a prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais. Dessa forma, atribuir nota aos alunos é a atitude resultante de um processo que abrange todo o ciclo de aprendizagem, ou seja, em sentido amplo, a avaliação é um processo transversal às práticas educacionais.

Use instrumentos variados de avaliação no ensino remoto

Para que o acompanhamento do aprendizado e as avaliações sejam coerentes e adequadas, principalmente quando falamos de educação remota, é imprescindível que esse processo seja vivenciado por professores e alunos no dia a dia escolar. A dica para os educadores é variar o máximo possível os instrumentos pelos quais avaliam os seus alunos no ensino a distância.

O ideal é que ao longo do período planejado, que pode ser bimestral, trimestral ou semestral, sejam realizadas provas objetivas, discursivas e orais, bem como provas com consulta e sem consulta, além de seminários, observações a participações e autoavaliações, dependendo da maturidade e faixa etária da turma.

Tendo isso em mente, é possível concluir que a avaliação é também um processo formativo, ou seja, deve existir de forma integrada à prática pedagógica, no intuito de contribuir e retroalimentar o desenvolvimento das competências dos alunos. É a partir dela que se mapeiam conhecimentos e habilidades consolidados e a consolidar, e se revisa e redireciona o ensino.

Priorize a avaliação qualitativa

Ao invés de atribuir notas baseadas em índices de acertos e erros, é possível avaliar as entregas das tarefas da mesma forma que as atividades de casa são avaliadas. Se possível, fazer uma videoconferência após a realização de tarefas para que os estudantes compartilhem o que estudaram e para que o professor possa usar como instrumento avaliativo.

É válido destacar que não devemos nos ater a um processo avaliativo pautado apenas na atribuição de notas de 0 a 10. O contexto de ensino-aprendizagem é cheio de especificidades, que precisam ser observadas constantemente, especialmente no modelo de avaliação no ensino a distância.

*Doutoranda em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais

Falta gari no voto

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Varre varre vasourinha

Varre varre a bandalheira

Que o povo já está cansado

De sofrer dessa maneira.”

Essa coisa, aí encima, é parte da musiquinha que o povo cantava na campanha do Jânio Quadros, ao Governo de São Paulo. E isso no início da década dos cinquentas. Assistindo à televisão, ontem à tarde, refleti sobre a condição política do mundo, sobretudo nas últimas seis décadas. E isso porque foi uma época que vivi intensamente. A bagunça que está acontecendo nos Estados Unidos nos indica que entre nós, brasileiros, o que está faltando para melhorar a política, são vassouras de piaçaba, para varrer voto. Porque, cá entre nós, só quem viveu a política a partir do Getúlio Vargas, sabe como analisar os desajustes de hoje. Porque nada mudou.

A bagunça que se formou depois da “Renúncia” do Jânio continua até agora. Os mesmos ingênuos que cantavam a musiquinha do Jânio estão aí, só que sem musiquinha. Quem se preocupou em descobrir, o descoberto, com a resposta do Jânio, quando lhe perguntavam o porquê de sua renúncia? Nunca prestou atenção a isso? O repórter mais comentado na época foi o Tico-Tico. Ele conhecia e escreveutoda a trajetória, do Jânio, até mesmo a visita dele ao Fidel Castro, dias antes da “renúncia”. As aspas aí são por minha conta. É que nunca parei de rir quando me lembro da fanfarra do Jânio, tentando fingir uma renúncia. E o tiro saiu pela culatra. E sabem onde estão, ou está, o que o Jânio chamava de forças ocultas? O Tico-Tico sabia.

Mas tudo bem. Vamos deixar o Jânio, o Auro de Moura Andrade,o Porfírio da Paz e tantos outros daquela história, que era mais uma estória, de lado e vamos cuidar dos nossos estoriadores. E o mais importante é que tudo está em nossas mãos. Nós, os garis da política que ainda não conseguimos entender o quanto temos que varrer na varrredura eleitoral. Vamos mirar nos exemplos dos países desenvolvidos, mas não para imitá-los, mas para aprender com eles, o que não devemos fazer. Aprendermos com seus erros, ensinando-lhes o que eles não conseguem ver noatrasa político. A Cultura Racional, no seu livro “Universo em Desencanto” nos diz: “O ser humano é o mais hediondo dos animais sobre a face da Terra, em função dos crimes que pratica contra a Natureza.” E mesmo como animais, apelidados de racionais, fazemos parte da Natureza. E esta não está somente nas matas, mas nos centros urbanos, onde vive a maioria de nós.

Não nos esqueçamos de que a política é um dos instrumentos mais importantes para o desenvolvimento da humanidade. E sem educação nunca haverá uma política adequada ao desenvolvimento humano. Pense nisso.

*Articulista

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