Opinião

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Muitos nomes, um destino

Linoberg Almeida*

Não foi batido o martelo do dia exato, mas em breve partidos políticos e você terão que escolher entre muitos nomes aquele que será prefeito ou prefeita dessa cidade-estado no lavrado. Não no sentido grego da ideia, mas pela força centrífuga que Boa Vista tem (e não se dá conta disso). Não por sermos helenos, mas gregos e troianos destas bandas precisam estar de olho no programa e nas qualidades do administrador que vai servir o bem comum.

Digo isso, pois acredito em menos personalismo e mais atenção fiel ao programa ou projeto proposto e sua relação com a população. Homens e mulheres vão se apresentar como candidatos a ocupar o 9 de Julho, mas além de sorrisos, palavras bonitas e marqueteiro caro, é tempo de atender as reais necessidades das pessoas. Não como indivíduos mas como parte da cidade, este lugar tentativa de refazer o mundo em que vivemos mais de acordo com desejos do nosso coração, como diz Robert Park.

A cidade é o mundo que o homem criou, mundo que ele está condenado a viver. Então, cabe a nós fazê-lo espaço que une técnica, ciência, transparência, com defensa correta da aplicação de leis, recursos públicos adequados e ainda palco de soluções inovadoras. Agora, isso tudo garantindo liberdades individuais e poderes coletivos. Tá vendo como não é para qualquer um dar voz onde há ruídos; todos podem ser mas devem estar preparados para tal desafio.

Essa capacidade de transformar experiência em liderança política; saber dos assuntos das cidades com passado, presente e futuro; dominar conflitos e crises; ter consciência da urgência de reinventar a câmara, a ação de vereadores e de estimular a participação popular como ferramenta de controle social; ser bom gestor de equipes com planejamento estratégico; e estar onipresente na cidade e no campo é o que deve nortear seu dedo na urna.

De nada adianta ficha-limpa se honestidade no exercício de cargo não te atrai? O que mais tem por aí é escuridão nas atividades públicas, em especial a falta de separação efetiva entre público e os interesses da família, dos amigos, de empresas, da igreja, do partido de quem se ocupa da política. Esposas, viúvas, filhos, heróis, gente testada, defenestrada, empresários, marionetes, ou sabichão de ocasião que faz de eleição motivo para subir nos degraus dos poderes… Tem de tudo e ninguém brota na cadeira; é culpa nossa.

E saber dizer não? E ter empatia? E construir uma cidade mais acessível, mais inclusiva, mais ciente das mazelas, mais antenada no poder do trabalho e emprego como política social? Uma cidade que capta recursos com qualidade e usa de jeito certo seus ISS, IPTU, emendas; que sabe a hora de mudar a maneira injusta que cobramos a iluminação pública. A ética do individualismo e do isolamento sufoca a ação política da vida humana como forma coletiva. Não é a minha rua, o meu asfalto, o meu remédio, o meu transporte. Identidade urbana, cidadania e pertencimento precisam ser reapresentados ao nós.

A cada 30 segundos no horário nobre, seria mais trabalho de gestão falar sobre como álcool, cigarro, comunicação violenta ou se expor como se não houvesse amanhã são deterioradores da saúde mental e física na pandemia. Prefere-se falar de quilômetros asfaltados. Tem os que confundem UPAs com UBS como se uma pudesse virar a outra da noite pro dia na saúde pública; outros mostram não conhecer o SUS, o FUNDEB, a LDB, o Estatuto da Cidade e o poder de comunicação de quem tem a honra e a responsabilidade de ocupar uma cadeira dessas.

Eu sei que já são 17 nomes, só que sem propor mudanças profundas e urgentes na forma como tratamos a cidade e as pessoas; sem valorizar servidores e empreendedores; sem respeitar nosso patrimônio histórico; sem combater violências ou aprofundar avanços na educação, bem mais contextualizada às realidades da cidade, do campo e das comunidades indígenas; sem trabalho para mostrar… Não há destino escrito nas estrelas sem tropeçar nas pegadas de nossas escolhas. Se ele coloca nomes no seu caminho, você é o único que decide quem fica.

*Professor e Vereador de BoaVista

E se o Brasil produzisse 100 milhões de toneladas de grãos a menos?

Eliane Kay*

Em plena pandemia do novo coronavírus, mais uma excelente notícia vem do campo. A safra brasileira de grãos que acaba de ser colhida foi recorde, atingindo 251,9 milhões de toneladas. Essa fantástica produção explica porque a oferta de alimentos mantém-se absolutamente normal num momento de extremo desafio para o país. Não só a disponibilidade interna segue no ritmo esperado, como as exportações do agronegócio continuam batendo recordes.

O que a sociedade não sabe é que essa colheita poderia ter quebra de 100 milhões de toneladas! Isso sem contar os prejuízos à produção de café, cana-de-açúcar, frutas, legumes, flores e outras culturas, que despencariam na mesma proporção.

Por trás do excepcional resultado da agricultura brasileira está um imenso desafio: o combate a diversas pragas, sempre à espreita de oportunidades para atacar os cultivos agrícolas. A deficiência no tratamento pode ser desastrosa, já que o exército de fungos, bactérias, ácaros, vírus, plantas daninhas, nematoides e insetos é forte, resistente e difícil de vencer.

Estudos da ONU (Organização das Nações Unidas) indicam que as plantações sem proteção correta podem ter perdas de até 40% na produtividade.

À disposição dos agricultores brasileiros para combater esses males estão os defensivos agrícolas modernos e eficientes – devidamente analisados e aprovados por três instituições federais (Ministério da Agricultura, Pecuária e Agricultura/MAPA; Agência Nacional de Vigilância Sanitária/ANVISA e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis/IBAMA) –, que protegem as plantas e grãos armazenados com eficiência e controlam as implacáveis pragas que assolam as mais diferentes culturas.

Recente estudo do CEPEA/USP oferece números ainda mais dramáticos na produção agrícola, caso os cultivos não contassem com a proteção dos defensivos. A renomada instituição analisou os prejuízos advindos da ausência de agroquímicos contra três terríveis pragas: ferrugem asiática (soja), lagarta (milho) e bicudo (algodão). Conclusão: os sojicultores precisariam investir R$ 33 bilhões para obter a mesma produtividade e o custo interno da soja subiria 22,9%. Quanto ao milho, o gasto adicional para atingir a mesma produção atingiria R$ 25,3 bilhões e o custo no mercado doméstico seria 13,6% superior. Com o algoPor trás do excepcional resultado da agricultura brasileira está um imenso desafio: o combate a diversas pragas, sempre à espreita de oportunidades para atacar os cultivos agrícolas. A deficiência no tratamento pode ser desastrosa, já que o exército de fungos, bactérias, ácaros, vírus, plantas daninhas, nematoides e insetos é forte, resistente e difícil de vencer.dão não seria diferente: seriam necessários investimentos de R$ 2,53 bilhões para chegar à mesma produção e os preços no país aumentariam 5,5%. Juntas, as três culturas causariam impacto de praticamente 1% na inflação oficial.Por trás do excepcional resultado da agricultura brasileira está um imenso desafio: o combate a diversas pragas, sempre à espreita de oportunidades para atacar os cultivos agrícolas. A deficiência no tratamento pode ser desastrosa, já que o exército
de fungos, bactérias, ácaros, vírus, plantas daninhas, nematoides e insetos é forte, resistente e difícil de vencer.

Os dados do CEPEA/USP corroboram conclusões de dezenas de instituições nacionais e internacionais que mostram que os defensivos agrícolas controlam pragas e plantas daninhas, protegem os cultivos e contribuem para o aumento da produtividade com eficiência e segurança. Com a oferta maior de alimentos, os preços caem. Além disso, mais produção por área evita a ampliação de área de cultivo, agregando o fator de sustentabilidade ao campo.

Nunca é demais lembrar que as pragas são inimigos terríveis, que atacam os cultivos, e grãos armazenados, provocando doenças e reduzindo a capacidade de produção. Com essa ação implacável de pragas e doenças, cai dramaticamente a oferta de grãos, fibras e energia para o consumo das pessoas. Ou seja: na prática, as pragas competem com os seres humanos pelos mesmos alimentos. E sem o uso de defensivos as pragas venceriam essa batalha.

Também é importante destacar que a combinação entre temperatura elevada e umidade, próprios do clima tropical, é ideal para a proliferação das pragas. Em outras palavras: o Brasil é o habitat perfeito para elas.

Por outro lado, o clima tropical possibilita ao Brasil ter, em algumas culturas, até três safras por ano. Essa realidade ajuda a explicar o boom da nossa agricultura nas últimas décadas, que ajudou o Brasil a deixar de ser importador para ser um dos maiores exportadores mundiais de produtos agrícolas. Em 2019, o agro exportou US$ 96 bilhões.

O fato é que, ao contrário do que vem sendo mal propagado, o Brasil é um dos países que menos usam defensivos por área. Não obstante, estamos entre os maiores produtores agrícolas do planeta.

Outra boa notícia é que os defensivos agrícolas estão ganhando a batalha contra as pragas e plantas daninhas.

Por isso, fique à vontade para consumir alimentos agrícolas produzidos no Brasil. Com a ajuda dos produtores, técnicos, insumos, distribuição, agroindústria, logística e varejo, a agricultura está fazendo a sua parte.

*Farmacêutica-bioquímica e diretora executiva do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).

 

Construa sua vida

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Não viva para que sua presença seja notada, mas para que sua falta seja sentida.” (Bob Marley)

De nada adianta o exibicionismo no que você faz. O importante mesmo é o que você constroi para o futuro. Sua lembrança vai perdurar na grandeza da obra que você construiu durante toda sua vida. Não importa o que você faz, o que importa mesmo é como você faz. Então faça sempre o melhor no que você faz. Durante minha longa vida na batalha da vida, vivi muitas experiencias notáveis e as observei como ensinamento. Já lhe falei daquela reunião semanal de trabalho, em que o presidente da empresa determinou que o gerente industrial transferisse o faxineiro para a mecânica. É uma história bonita, mas que já lhe contei. Aquele faxineiro talvez nunca tenha sabido que sua promoção fora indicada pelo presidente da empresa. Isso aconteceu no início da década dos sessentas, mas nunca me saiu da memória. Porque tudo esteve relacionado à qualidade do trabalho do faxineiro, observada pelo presidente.

Seu valor não está no que você faz, mas como você o faz. Seja sempre o melhor que você puder ser no que você faz. Nunca se esqueça de que você está sendo sempre observado, onde quer que você esteja. Não importa se você está numa fila de Banco, de ônibus, ou onde estiver, o que importa é sua postura. Porque se ela, a postura, não for conveniente, ninguém vai prestar atenção em você. E você sempre perderá. Faça isso no seu trabalho do dia a dia. Ninguém tem o poder de fazer nem construir seu futuro. O poder está com você. Mas você tem que acreditar nisso.

Todo o poder de que você necessita para vencer na vida está no seu subconsciente. Aprenda a conversar com ele, sem falar com ele. O que, muitas vezes dificulta o entendimento. O único meio de comunicação entre você e seu subconsciente, são seus pensamentos. O que implica responsabilidade no pensar. Nunca desperdice seu tempo pensando em coisas que não lhe falham a pena. E nada é mais prejudicial no desenvolvimento humano do que o negativo. E se é assim, por que perder tempo pesando negativamente? Valorize-se sempre. Você tem toda riqueza espiritual dentro de você. E é ela que vai engrandecer você nas suas atitudes. Não há espírito rico com pensamentos pobres.

Reflita um pouco sobre o que você realmente quer na vida e da vida. E tudo que você quer, e deseja, está à sua disposição em você mesmo, ou mesma. Somos todos da mesma origem racional. Viemos, chegamos, ficamos e estamos em processo de evolução racional. E cada minuto perdido com pensamentos irracionais é um entrave para a imunização racional. Pense nisso.

*Articulista

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