Opinião

OPINIAO 10441

VERDADEIRA ESSÊNCIA

Debhora Gondim*

“Pensamos em nós mesmos como ‘bons’, e isso torna muito difícil percebermos nossa própria capacidade de causar danos. Precisamos urgentemente nos conhecer melhor”, diz a psicóloga criminal alemã Julia Shaw em entrevista para a BBC.

“Este é o mal que há em tudo o que acontece debaixo do sol: O destino de todos é o mesmo. O coração dos homens, além do mais, está cheio de maldade e de loucura durante toda a vida; e por fim eles se juntarão aos mortos.” (Eclesiastes 9:3)

A verdade é que a psicologia expos uma verdade que está descobrindo, mas que já era um assunto afirmado na Bíblia. As escrituras já haviam deixado claro em várias passagens. De que ninguém é bom, que não há nenhum justo se quer (Romanos 3:10,12 e 3:23), de que a criança já mostra desde a mais tenra idade as intenções e a essência de suas ações (Provérbios 20:11). Somos nascidos e gerados no pecado, a maldade está em nós. Nossos pensamentos, sentimentos e ações na maior parte de nosso tempo vão tender para o pecado, mesmo quando praticamos boas obras. Pois muitas vezes a motivação esta errada, motivado por interesses pessoais.

A única maneira do bem duelar com o mal que há em nossa essência e vencer são quando nos aproximamos de Deus, através de Jesus (Tiago 4:8). Ao crermos Nele como salvador e recebermos o Espirito Santo, que age convertendo a maldade em bondade. Isto ocorre em todos os aspectos de nosso ser. Pois Ele é a bondade pura e inesgotável (Salmos 119:68). Então assim, Ele opera o seu querer e o seu fazer (Filipenses 2:13).

Faz parte da cegueira espiritual ter um coração orgulhoso. O que nos impede de perceber que não somos bons como achamos que somos. Esta visão distorcida da nossa essência abre espaço para satanás fazer uso para alimentar ainda mais nosso ego. Ele sabe como nos analisar e nos fazer pensar que não precisamos de Deus, que não precisamos mudar, pois nascemos assim e seremos sempre assim (síndrome de Gabriela). Engana-nos, fazendo pensar que a salvação é mérito das nossas “boas obras.” Impede de enxergar a Cristo (2 Coríntios 4:4) e de reconhecer Deus em cada detalhe da nossa caminhada (Provérbios 3:6).

Quando damos espaço para achar que há bondade em nós e que o sistema é que nos corrompe estamos mais uma vez satisfazendo a meta de satanás desde o inicio da história humana. Que é inflar o ego, fazendo olhar para si mesmo através de um conceito elevado de si. Desta forma o orgulho entra em cena novamente e distancia o homem do seu criador e da construção da sua verdadeira essência. “Pois todo aquele que se exalta será humilhado, e todo aquele que se humilha será exaltado.” (Lucas 14:11). Perdemos a identidade de humanos e passamos a almejar por tudo o que é desumano, e a viver assim. Pois a essência humana verdadeira só é encontrada e vivida ao cultivar um relacionamento com Deus, através da Leitura das Escrituras e de uma vida diária de oração.

Por fim, devemos tomar cuidado, pois como a palavra de Deus fala: Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia! (1 Coríntios 10:12) Se analisarmos a caminhada perceberemos que as vezes em que mais falhamos foi quando achamos que somos mais santos e fazemos melhor do que os outros. Que Deus nos transforme a imagem de Cristo para que, tenhamos humildade, vejamos o próximo como alguém superior a nós e venhamos a praticar as características do amor contidas em 1 Coríntios 13. Que Deus nos ajude a sermos bons como Ele é bom.

*Teóloga e professora

BATENDO NA TECLA

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Era hora de possuirmos escolas incomuns, para que não abandonássemos nossa educação quando começamos a ser homens e mulheres.” (Henry David Thoreau)

Estamos batendo nessa tecla porque me sinto incomodado com o descaso que vimos dando à nossa educação. E isso vem de longe. Mas não vamos nos cansar para poder parar. Estamos vivendo uma evolução técnica incomensurável. Tão grandiosa que não conseguimos acompanhá-la. Estamos nos deixando levar pela vulgaridade, que continuamos confundindo com simplicidade. Exemplos estarrecedores, para quem presta atenção estão vindo, diariamente, pela comunicação televisiva.

Não estamos querendo ser crítico. O problema é que o assunto é muito mais sério do que imaginamos. Mas, ontem assisti a uma entrevista com o cantor e compositor Djavan. Encantei-me com uma declaração que ele fez ao entrevistador. Ele disse que sua maior preocupação é levar a língua portuguesa para o mundo. Coisa que nunca eu tivera oportunidade de ouvir de quem canta, fala, ou divulga mundo afora. Adorei. O descaso pela nossa língua nos meios de comunicação está preocupante. E antes que você se encuque, explico. Recentemente ouvi, no encerramento de um programa televisivo, o âncora dizer. “No próximo domingo estamos de volta.” Preciso falar mais? Não, não precisa. Milhões de jovens e estudantes ouviram esse despropósito. E com certeza, nem observaram, porque não perceberam. E não perceberam porque ouvem isso todos os dias, até mesmo nas escolas. E não estou exagerando. Já lhe falei do dia em que estávamos minha netinha e eu, arrumando meus livros na prateleira. De repente eu lhe falei:

– Pegue aqueles pra eu colocá-los aqui.

Ela pegou os livros e veio meio encabulada. Parou e falou:

– Vô… Eu falo assim porque o senhor fala. Mas minha professora me disse que o certo não é pra eu pôr aqui, mas pra mim pôr aqui.

Apenas sorri, porque foi triste, e falei pra ela:

– Tudo bem. Quando você estiver perto de sua professora, fale pra mim pôr, mas quando estiver longe dela, fale pra eu pôr. Tá?

– Tá, vô.

E olha que minha netinha estudava numa escola particular e renomada. E como falei, o problema vem de longe. Já tivemos um intelectual paulistano que fez campanha pela televisão, para que mudássemos a letra do Hino Nacional Brasileiro. E o argumento era: a letra do hino era clássica e os jovens não a entendiam. E isso foi na mesma época em que li no caderno de um dos meus filhos, e vi o Acre como território federal. Alertei a professora que o Acre era Estado e não Território. Ela me mandou um recado dizendo para eu não atrapalhar o trabalho dela. Pense nisso.

*Articulista

Email: [email protected]

95-99121-1460