Opinião

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O MITO DAS REDES SOCIAIS NAS ELEIÇÕES 2020

 

Osmar Bria *

Nas últimas duas eleições, em 2016 e 2018, a presença das redes sociais deu uma nova cor à corrida eleitoral. Os recentes casos de sucesso de algumas campanhas no ambiente digital ajudaram a criar dois mitos que estão dificultando o andamento dos pré-candidatos em relação ao resultado que desejam. O primeiro deles é “vou vencer as eleições nas redes sociais”. 

Se a pessoa não é um fenômeno das redes sociais, certamente não será por lá que ela vai vencer. Vejamos, o voto do vereador é o voto de uma minoria da população. Chamamos de voto proporcional justamente por isso. Sendo assim, o principal foco deste pré-candidato é encontrar esse grupo. Com certeza essa minoria mora ao lado, é presencial. Por isso a formação e gerenciamento de uma rede de relacionamento desse tipo é fundamental.

A pergunta para se iniciar uma pré-campanha é simples: Quem são as pessoas que gostam de mim? A resposta a essa pergunta é incrivelmente reveladora e começa a pavimentar toda a estratégia do pré-candidato. A segunda pergunta, que dará um alcance incrível, é: Quais as pessoas que podem vir a gostar de mim? Observe que as redes sociais só vão entrar no contexto bem depois de serem realizados os contatos um a um. 

O segundo mito é “essa é a eleição do Instagram e Facebook”. Se fosse pra definir uma rede protagonista, decididamente seria a eleição do WhatsApp. O Instagram, por exemplo, é uma forma de comunicação onde você depende que alguém simplesmente resolva te conhecer melhor e vá até lá de forma espontânea. Com o WhatsApp, o contato um a um é muito melhor e a plataforma permite que você organize sua campanha através do smartphone, ao usar as “Listas de Transmissão Inteligentes”. Com elas, é possível falar com um grande número de pessoas sem perder o contato individual.

Aqueles pré-candidatos que pretendem surpreender nas eleições devem focar em estratégias simples e assertivas. Já os partidos devem investir em qualificar as nominatas, proporcionando treinamentos que façam desses candidatos postulantes reais a uma vitória nas urnas. A motivação é um fator determinante.

É possível observar um desânimo nas nominatas de vereadores por todo o país. O pré candidato está perdido. Nos tempos de Covid-19, ele não pode simplesmente ir até a rua. Com a impossibilidade de fazer reuniões com muitas pessoas, o candidato entra em uma espécie de “depressão eleitoral”, que é normal que aconteça durante a campanha. Porém, ela é tratada com o movimento. Sem movimento, os momentos de dúvida vão assumindo o controle.

O remédio é simples, foco no propósito e planejamento. Mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia, é possível trilhar um caminho de sucesso no pleito eleitoral. Entretanto, é necessário lembrar sempre que as redes sociais, sozinhas, não vão te levar a vitória.  A campanha começa ao seu lado.

 

*Especialista em Análise Comportamental, master political coach, presidente da Sociedade Brasileira de Alta Performance (SBAP) e autor dos livros “A Fórmula do Voto” e “Mulher, Emoção e Voto”. Realiza treinamentos com partidos e candidatos de todo o país, com foco na metodologia dos livros.

MATURIDADE

Debhora Gondim*

Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal (Hebreus 5:14).

Portanto, deixemos os ensinos elementares a respeito de Cristo e avancemos para a maturidade, (Hebreus 6:1a).

É o tipo de maturidade que é produzida pelo Espírito Santo. Ele é quem efetua em nós tanto o querer como o fazer. Sabemos que a maturidade foi ou está sendo produzida em nós quando discernimos o bem do mal e optamos por fazer o bem.  Ela é alcançada através de uma vida que busca em primeiro lugar o Reino de Deus e, em consequência procura viver a cultura deste Reino inabalável.

Lendo a Bíblia e meditando em passagens e versículos que falam de maturidade percebi que existem alguns princípios básicos que indicam que a obtemos ou que estamos em busca para alcança-la. Ela é a justiça por meio da Fé em Jesus, os frutos do Espírito Santo (Gálatas 5:22). Estes produzem em nós algumas características, tais como:

Ter amabilidade: É ser amável. É a qualidade de demonstrar amor, ser afetuoso, ser dócil, ter educação, ser bondoso, ser generoso. Esta qualidade nos torna alegre. Ela é a base para todas as outras características (Coríntios 13). O senhor nos diz: “Seja a amabilidade de vocês conhecida por todos. Perto está o Senhor.” (Filipenses 4:5).

Ser paciente: É a qualidade de quem persevera. Alguém calmo, tolerante consigo e com os outros, que sabe esperar. Faz parte de quem tem fé, pois esta é a certeza das coisas que esperamos.  Ela produz a paz que vem de Deus, pois temos a convicção de que no tempo certo tudo se resolverá. A Bíblia diz: “Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor.” (Efésios 4:2),

 Ser manso: É a qualidade de quem escolhe fazer a vontade de Deus acima de sua própria vontade, ser humilde, ser pacificador, se abstém de seus “direitos.” Assim como Jesus não devemos responder insulto com insulto, nem procurar ameaçar ou se vingar das pessoas que o fazem sofrer (1 Pedro 2:23). Não devemos retribuir as pessoas com a mesma moeda. Devemos preferir perdoar, para fazer a vontade de Deus, em vez de “defender nossa honra”. “Não caluniem a ninguém, sejam pacíficos e amáveis e mostrem sempre verdadeira mansidão para com todos os homens.” (Tito 3:2)

Deixando de ser melindroso: É a qualidade de quem não se ofende com nada. Qualidade de quem está sempre pronto a relevar as ofensas, calúnias e mentiras a seu respeito. Pois não alimenta o orgulho e sabe que é pecador e, é bem pior do que dizem. Quem adquiriu esta característica sabe quem é, quem é em Deus e procura praticar o perdão.  É ficar com a perda. “A sabedoria do homem lhe dá paciência; sua glória é ignorar as ofensas.” (Provérbios 19:11)”Eu suplico, irmãos, que se tornem como eu, pois eu me tornei como vocês. Em nada vocês me ofenderam;” (Gálatas 4:12)

Ter domínio próprio: É a qualidade de quem tem moderação, autocontrole sobre os seus desejos e paixões. É reprimir tudo o que tenta nos dominar e que não pertence à cultura do Reino de Deus.  Esta qualidade nos ajuda a sermos fiéis a Deus em todas as circunstâncias. “Como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio” (Provérbios 25.28).

Todos nós que alcançamos a maturidade devemos ver as coisas dessa forma, e se em algum aspecto vocês pensam de modo diferente, isso também Deus lhes esclarecerá. (Filipenses 3:15)

*Teóloga e Professora

DERRAMAMENTO BENÉFICO

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração, escorrega pelos olhos. (Bob Marley)

Você é sentimentalista? Eu estou ficando. Será que é problema da idade? E como será quando eu envelhecer? Mas vamos ficar tranquilo, porque ainda falta muito tempo. Mas estou com um comportamento esquisito. Os olhos começam a lacrimejar com fac
ilidade. É só ter uma mulher na cena. Mas vou mais pela beleza e não pelos ocorridos. E é por isso que acho que a coisa está deferente. Lacrimejo sempre com uma notícia boa, e nunca com uma má. Se você é assim procure me analisar. Se não é, fique na sua e deixe-me chorar sozinho.

Estou em confinamento. E o espaço que posso ocupar com mais folga é a varanda, ali em frente, de onde observo movimentos que parecem banais, mas que não são. Várias vezes as observações me levam distante. E sabe onde vou parar sempre? Isso… aí mesmo. Em Boa Vista. E as observações, me trazem e as jogam no meu coração, lembranças, com desenho de saudade. E sempre caio nessa. Mas é gostoso pra dedéu.

Olho para aquelas crianças brincando nos escorregadores da Praça, acompanhadas por pais e parentes, em idades diferentes. Aí me lembrei das netinhas e bisnetinhas aniversariantes, aí na cidade que adoro: Boa Vista. Não é todo mundo que tem essa felicidade. São quatro que aniversariam no mesmo dia do mesmo mês: Márcia, Divina, Melinda, e Milena. Foi um festão e não tive a felicidade de estar presente. Mas já passou, embora não tenha saído da tarefa de encher meu coração de saudade. E foi por isso que ela começou a querer escorrega pelos meus olhos.

Sorri para as crianças da Praça, que não me viam. E daí? Que importa se elas viam, ou não. O que importa é que elas estavam levando-me ao encontro de uma família que adoro, venero e sinto ficar distante dela. Continuei abrindo caminho para o pensamento que nessas horas caminham mais rápido do que a luz. Há horas em que eles me levam aonde nunca eu imaginara estar. Continuei voando por um céu que nem é céu nem é azul. Novamente sorri pensando o que teria levado o Antônio Vieira a dizer isso.

Mas como isso não interessava, parei na viagem. E foi exatamente quando a dona Salete chegou e falou em tom de admirada:

– Oi, bem… Que é que você tá fazendo aí? Não se lembra não? Você se esqueceu de lavar a louça do café. Mas se não vai lavar, eu lavo. Tem nada não.

– Tudo bem… Tudo bem… Tô indo, tô indo…

Sem que percebessem, mandei um tchauzinho para as crianças da Praça e para minhas netinhas e bisnetinhas, de Boa Vista. Lavei a louça e vim bater esse papo com você. Coisa que eu adoro fazer. Pense nisso.

*Articulista

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