Opinião

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O DEUS JOÃO 

Walber Aguiar*

Enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal E fazer tudo igual Eu do meu lado aprendendo a ser louco… (Raul Seixas)

Eu não quero ser normal. Aliás, a normalidade é estática, mórbida, exígua, sem graça. Ela não rima com a dinâmica do humano inquieto, criativo, voraz e desejoso de viver. A normalidade vive dentro de casa, escondida.  Encarnava esse papel um tal João de Deus, que mais tarde passou a se chamar “Deus João”.

Ora. João de Deus era simples, à semelhança de João Batista da Silva Neto, o nosso João Coxó, da Mecejana. Era, por assim dizer, um menino. Um cara que ria das desgraças, que era meio seu Lunga, que sabia responder de forma estúpida com a mesma obviedade da pergunta.

Pergunta idiota, tolerância zero. Um dia ele estava capinando no sol quente de uma da tarde, rachando a moleira. Lá vem o César, com sua cara de gaiato, dizendo: – Ei João. Tá capinando? Não, tô enterrando, cavou um buraco e enterrou o mato.

Assim era João, mais grosso que pau de porteira. Um menino homem, que soube preservar até o último dia a inocência que a maioria vai perdendo pelo caminho, a sadia ingenuidade, que nos preserva da loucura e da maldade humanas. Por essas e outras qualidades é que João

Batista se parecia com o João de Deus de Machado de Assis, que mais tarde se chamaria de Deus João, pois, dizia que se apontasse para o céu uma estrela se arremessaria na direção do Oceano. Assim, era João de Deus, que virou Deus João.

Ora, o Deus João virou as costas para a normalidade. Não quis viver atolado à rotina dos dias, à tediosa mesmice, ao absurdo cotidiano sem aventura. Talvez não tenha morrido como quis morrer, mas viveu intensamente, como quis viver.

João Batista, o “Coxó”, confessou-me que após a morte de sua mãe, virou um órfão existencial, uma pessoa solta no mundo; sem graça, sem companhia, sem amor. João não vivia socado dentro de igrejas com “i” minúsculo, não participou da hipocrisia e da insensibilidade, da falta de amor de tantos que dizem amar um Deus invisível e não amam o ser humano em sua visibilidade econcreção histórica.

O outro João, o Bosco, vivia sozinho, à semelhança do João de Deus que virou Deus João. O oráculo do Jóquei, como se intitulava, também não se conformava com a normalidade. Queria mexer com as estruturas viciadas do poder, por isso escrevia textos que serviam para desinstalar os indivíduos, fazer com que eles enxergassem a vida além da mesmice, do ódio e da mera contemplação de dias e noites.

Os dois Joões foram plantados dentro da terra no mesmo horário, às 17 horas. As lágrimas dos que ficaram vão continuar regando a lembrança de duas criaturas que fizeram do mundo um lugar menos árido e mais feliz…

*Advogado, poeta, historiador, professor de filosofia, Conselheiro de Cultura e membro da Academia Roraimense de Letras [email protected]

A JUSTIÇA DE DEUS NÃO FALHA 

Marlene de Andrade*

Vi escrito numa camiseta: “aguenta ou surta”. Muito interessante esta frase, pois ai de nós se não aguentarmos as aflições por todos os lados que nos chegam diariamente, visto não ser fácil residir num país riquíssimo, como o nosso, sabendo que muitos políticos nos roubam com muita falta de escrúpulo.  

A partir do governo de José Sarney, o qual segundo, Sérgio Machado, se envolveu em corrupção através de uma subsidiária da Petrobras, temos visto os criminosos delapidarem nosso patrimônio, sem nenhum constrangimento. 

Collor de Mello foi afastado por impeachment, devido a um esquema de tráfico de influência, aí o substituiu Itamar Franco, o qual felizmente, não se envolveu em corrupção. 

Depois veio o famoso FHC, inteligente e intelectual, que conforme conta-nos a história, seu governo também se envolveu com a corrupção. Lula, Dilma e Temer? Todo mundo já sabe o histórico deles e aí dizer o que mais? 

O que aconteceu com esse pessoal? Estão presos? Evidentemente, que não. Desses todos, somente o Lula e mais alguns poucos, viram o sol nascer quadrado, pois o Temer, apesar de ter sido condenado por corrupção, ficou em prisão domiciliar e como o Lula, José Dirceu e muitos outros, já estão soltos. 

E assim, nós brasileiros vamos caminhando sem entender e nem poder fazer nada. Grande mídia? Não podemos contar muito com ela, pois é paga para não denunciar a corrupção endêmica de nosso país.  

Devido tudo isso, a maioria dos brasileiros está apostando no atual governo de Bolsonaro. Bem, de passo a passo, vamos caminhando meio que desnorteados ao começarmos entender em que inferno nos jogaram os “barões” corruptos, os quais nos ofereceram escolas de péssima qualidade para nosso filhos e netos com doutrinação marxista em alto tom vermelho e uma saúde nota zero.  

Se não fosse tudo isso suficiente para que a corrupção acabe, temos um STF que legisla em causa própria e solta bandidos a perder de vista. Agora mesmo um assessor do Dória foi preso por corrupção e já está solto. 

Diante de tanta barbárie, nós o povo, contamos com Bolsonaro e seus assessores que estão trabalhando a todo vapor. Não podemos nos esquecer,  que grande parte de nossos políticos também são cooptados por bandidos de carteirinha e acabam entrando na indecência e imoralidade da corrupção. 

Sendo assim, temos que nos informar cada vez mais acerca dos políticos nos quais estamos votando e procurar saber o que nossos filhos e netos, principalmente na fase da adolescência, estão assistindo nas redes sociais, pois   ainda estamos atravessando um mar muito tempestuoso. Nesse viés, repito o que Roger Moreira disse: “Prefiro defender Bolsonaro que defender Boulos e Lula. E quem vai dizer que estou errado?” por uma questão…

*Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT-AMB-CFM 

E SE NÃO ENTENDEM? 

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“As palestras de autoajuda pouco ajudam quando as pessoas não compreendem o funcionamento da mente.” (Augusto Cury) 

Quando entendemos o funcionamento da mente entendemos como ajudar, através da palavra. Mas o mais importante é que entendamos os que não entendem. Já sabemos que o bom conversador é o que ouve mais, e não o que fala mais. O recado deve ser passado com calma, parcimônia e muita harmonia. O que é muito difícil, mas não é impossível. E se não é impossível deve ser feito em beneficio do possível. Vamos debulhar. A dificuldade em passar o recado para os iniciantes nem sempre é notada. E por isso deve haver muito preparo em quem vai transmitir o recado. Simples pra dedéu.

É realmente preocupante o momento que vivemos. Não me parece que estamos dando tanta importância ao preparo dos jovens, para eles viverem o mundo deles, no futuro. A evolução na tecnologia caminha em ritmo acelerado. Mas a educação não está acompanhando a aceleração. Devemos, ou não, deixar que nossos filhos voltem às escolas antes do final da crise que vivemos? Se estivéssemos preparados não teríamos dúvidas. E está se tornando cansativa a discussão que ouvimos todos os dias, de autoridades que não tiveram competência para preparar o País para possíveis crises. E estas sempre existirão. Enquanto isso, continuamos escondidos detrás da porta, esperando que as coisas aconteçam para podermos espernear em falatórios. 

E como não estamos falando em reuniões de autoajuda, vamos fazer nossa parte como ela deve ser feita.  Comecemos nos educando, já que não nos
educaram nem nos educam. E vamos iniciar a tarefa preocupando-nos com os nossos descendentes. Porque se não nos educarmos não saberemos educá-los para viverem o mundo deles. E se não fizermos isso, eles nos julgarão como estamos julgando nossos antecessores. 

Comecemos nossa tarefa não nos deixando desesperar com a grandeza do desastre que estamos vivendo com mais um vendaval de vírus. Porque os gafanhotos não são novidade. Nem o vírus. Não deixe de verificar o que o seu candidato às próximas eleições está planejando para a Educação. Desculpem-me pela aparente grosseria na fala, mas vamos, com o voto, combater a corrupção que nos assola, desde os nossos princípios na política. E como o problema é universal, vamos estar mais atentos, para sermos o que devemos ser: Cidadãos Brasileiros. Porque ainda não somos. O que somos é marionetes de títeres que se dizem políticos. Mas não se esqueça de que ainda temos bons políticos no Brasil. Só precisamos ajudá-los a trabalhar, livres dos maus políticos, que são a maioria. Pense nisso.

*Articulista Email: [email protected] 95-99121-1460