Opinião

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PROJETO MAN??

Edivan Oliveira* Nina Rodrigues**

“Muitos homens iniciaram uma nova era na sua vida a partir da leitura de um livro.

É o que diz a famosa frase de Henry David Thoreau.

Nesse sentido, a leitura é para a alma, o que o exercício é para o corpo. E esse é um dos motivos pelo qual a leitura diária é tão importante, podendo se comparar a uma alimentação que trará benefícios eternos a sua mente.

Não obstante, a Bíblia deixa claro que a palavra de Deus é também um alimento quando diz: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”. (Mateus 4:4) Dessa forma, o Projeto Maná está baseado na experiência do povo de Israel no deserto, quando foi alimentado por Deus. Em Êxodo 16:16-21 o pão representa a palavra de Deus que está disponível para todos.

Só que há um pedido Divino em Mateus 6:33, que diz: “Buscai” o que significa que precisamos nos interessar, sair e procurar. Os israelitas tinham que sair cedo e procurar o Maná no deserto. 

Hoje, assim como no passado, a palavra de Deus está disponível para todos e os mesmos princípios que regeram o consumo do Maná são validos para este tempo:

— Cada um. (16:16) A ideia bíblica da salvação não é corporativa, é individual, por isso, em Êxodo 16:16 Deus ordenou: “Colhei disso cada um”. Deve haver um encontro pessoal, deve haver uma procura pessoal, por parte de cada um dos membros da família.

— Colhei cada um segundo o que pode comer. (16:16) Isso significa que não tem que haver uniformidade a forma de estudar a Bíblia, sobre quanto tempo deve durar, etc. Por isso a igreja tem um plano diferenciado de guia de estudo segundo a idade e a experiência espiritual.

— Cada dia, (Êxodo 16:19) a ordem foi, comei-o hoje, não se podia deixar para o outro dia. A experiência espiritual tem que renova-se todos os dias. 

O que eu como hoje basicamente me sirvo para hoje. Por isso que a palavra de Deus deve ser consumida todos os dias. A igreja tem o plano da leitura diária da palavra de Deus a fim de preservar o cristão das doenças espirituais as que resultam de falta de alimento.

— De manhã cedo. No verso 21 diz a palavra de Deus: “Vindo o calor do sol se derretia” Com a saída do sol vem as atividades do dia, por isso Jesus ia a presença do Pai muito cedo, para no meio da tranquilidade da manhã encontrara o pão espiritual. O melhor momento para encontrar a palavra de Deus é na primeira hora do dia, quando todo está tranquilo.

O Projeto Maná é um esforço unido da igreja para alcançar o maior número de pessoas de todas as idades com a Lição da Escola Sabatina e motivá-las a estudar a cada dia.

A prática do estudo diário cria hábitos espirituais que dificilmente se apagam da mente. Além disso, fortalecem o crescimento espiritual, nossas convicções na palavra de Deus e nos impulsa a partilhar a cada dia o aprendido, unindo e fortalecendo a família.

A igreja Adventista do 7º Dia na América do Sul tem feito um esforço especial para ajudar as pessoas a aproveitar cada vez mais o alimento espiritual diário por meio do estudo da Lição da Escola Sabatina.

O processo de leitura possibilita uma experiencia maravilhosa que é o encontro do que está dentro do livro com o seu Autor e é isso que torna o Projeto Maná tão fascinante! 

*Graduado em Teologia, Pós-graduado em Psicologia da Família, Pastor Departamental de Evangelismo, Escola Sabatina e Pequenos Grupos da Associação Amazonas Roraima – AAmaR – Igreja Adventista do 7º Dia.

** Graduada em Pedagogia, pós-graduada em Docencia do Ensino Superior e Neuropsicologia professora da Escola Adventista de Boa Vista

A EDUCAÇÃO DO FUTURO ESTÁ MUITO ALÉM DA EAD 

Claudio Elsas*

Já há algum tempo, a educação vem se reinventado para envolver cada vez mais alunos e professores em novos métodos de ensino. O desenvolvimento de soluções relacionadas a esse mercado levou as instituições a entender melhor o que é edtech (tecnologia educacional) e como aplicá-la para melhorar o desempenho dos estudantes. Contudo, o uso da tecnologia nas salas de aula ainda é um desafio, uma revolução que precisa de mais subsídios para acontecer. 

Esse obstáculo ganhou contornos superlativos recentemente, quando a pandemia acarretou a recomendação de quarentena e isolamento social, provocando a suspensão das aulas em todas as modalidades de ensino. A alternativa encontrada, então, foi a ampla adoção da educação a distância. Com isso, a mudança, que vinha sendo construída gradualmente, atingiu um ponto crítico durante o surto de coronavírus.

A pesquisa TIC Educação 2019 aponta que apenas 14% das escolas públicas e 64% das particulares em áreas urbanas contavam com ambiente ou plataforma de aprendizado a distância. Já entre as atividades escolares, 93% do total de alunos com acesso à internet afirmaram utilizar a rede para pesquisas escolares. No entanto, apenas 24% dos estudantes do segundo ano do ensino médio a utilizaram para fazer provas e simulados; e 16%, para participar de cursos a distância.

Esses dados evidenciam que, apesar de haver muito interesse em inovar no ensino, as atividades mediadas por tecnologias estavam mais centradas na transmissão de conteúdo do que na possibilidade de participação e interação. Agora, com o distanciamento social, a tecnologia se tornou a principal estratégia para que os alunos não percam o vínculo com a educação. Por isso, é necessário mais engajamento e investimento das esferas pública e privada.

Outro ponto é que, no passado, a solução de problemas era o denominador comum de todo aprendizado. Passamos o primeiro terço de nossa vida nos educando, para adquirir habilidades necessárias para nos tornar solucionadores de problemas no trabalho, onde atuaremos aplicando esse conhecimento durante os próximos dois terços de nossa vida.

Com a digitalização, o trabalho foi remodelado: de tarefas executadas apenas por seres humanos, evoluímos para projetos conduzidos por homens e executados por máquinas movidas a software, que se tornaram nossos parceiros na solução de problemas. Assim, a educação deve se transformar para corresponder a essa nova realidade.

Isso significa que a transformação vai além da adoção da EAD. Revolucionar o espaço do ensino é uma necessidade, mas também é preciso desenvolver metodologias que nos tornem capazes de navegar em situações desconhecidas e adquirir novas habilidades para novos trabalhos. O aprendizado na hora certa e em curtos períodos mostra-se muito mais valioso. Por isso, a mudança na educação será guiada para o ensino contínuo, baseado em habilidades e facilitado pela tecnologia.

Nesse processo de transformação, educadores, governos e empresas devem se unir para expandir a educação e adaptá-la para criar uma sociedade preparada para o futuro, pois a realidade pós-pandemia trará mudanças. No trabalho, já estamos descobrindo o mérito de criar pacotes menores de esforço, conduzidos por rajadas de maior intensidade para desenvolver uma tarefa. O aprendizado deve seguir o mesmo exemplo.

Nesse contexto, as grandes empresas de tecnologia se dedicarão a atender a muitas dessas necessidades. Na nova normalidade, o valor da educação se dará com base na integração da tecnologia nos processos de ensino. Graus híbridos entre on-line e off-line devem guiar o método de microaprendizado, que disponibiliza tempo para que estudemos no local de trabalho ou em casa, em todo lugar e a qualquer momento.

Contudo, para qu
e a educação seja reinventada, devemos passar das construções atuais, da transferência passiva de conhecimento e desenvolver um senso de organização em cada criança, a fim de que ela molde seu próprio aprendizado, impulsionada por seus objetivos. Esse é o momento de repensar a educação e encontrar uma maneira de escalar transformações que mudem o ensino de maneira permanente e eficaz.

*Claudio Elsas é Country Manager da Infosys Brasil

A MASSA HUMANA IMPENSANTE 

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Milhões de pessoas ainda compõem a massa humana impensante: escravas das opiniões dos outros, não pensam por si mesmas.” (Waldo Vieira)

Eu iria um pouco além. Eu diria que bilhões e não milhões ainda não vivem a própria vida. Ontem assisti a uma entrevista enriquecedora, com o Deputado Rodrigo Maia, pela televisão. Foi legal, mas tirou-me a atenção, do caminho ainda percorrido pelos que deveriam estar mudando os caminhos dos desacertos. Quando será que iremos aprender a viver como seres humanos civilizados? E nesses momentos viajo por pensamentos dos que pensaram. Rui Barbosa já nos disse: “Quanto mais corrompida a República, mais leis.” E no momento em que deveriam nos trazer mais calma, as arengas e discussões acirradas brotam de onde não deveriam sair: do universo das leis sem justiça. 

Enquanto o Deputado falava em cidadania, eu me perguntava quando será que vão nos dizer o que realmente é cidadania. Ou continuarem esperando que nos eduquemos enquanto eles, os responsáveis pelo ensino, deveriam cuidar mais da educação? Porque enquanto não entendermos isso, não seremos cidadãos. Continuaremos títeres, de titeriteiros que não estão nem aí para a cidadania. Vamos trocar a moeda. Ninguém, na política brasileira, orienta o eleitor brasileiro para que ele, o eleitor, saiba que o cidadão, numa política de democracia, vota por dever e não por obrigação. Qual o político, ou membro da Corte da Justiça, está interessado nisso? Até quando continuaremos sendo obrigados a fazer o que deveríamos fazer por dever, e não por obrigação? 

Mas a tarefa não é fácil nem simples. Ela exige muitas mudanças, dedicação, honestidade e tantos outros valores que estão escondidos na prateleira da ignorância. Porque para que sejamos realmente cidadãos devemos ser educados. E quem está interessado em educar? Para eles a educação lhes tiraria os votos. 

Vamos maneirar. Mas não negligenciar. O futuro do Brasil depende de cada um de nós. E não iremos melhorar o País enquanto não melhorarmos, nós mesmos. Então vamos fazer nossa parte, nos educando politicamente. Ainda temos bons políticos no Brasil. Mas não temos mais estadistas. Então vamos construí-los, para que eles nos apresentem ao mundo, com a imagem que realmente merecemos. Vamos nos respeitar para podermos ser respeitados. E nunca o seremos enquanto continuarmos a eleger os que não têm competência para trabalhar por nós, tornando-nos cidadãos de fato. Vamos nos preparar para merecermos o voto facultativo, e votar por dever, e não por obrigação. E só os esclarecidos e educados, fazem isso. Pense nisso.

*Articulista Email: [email protected] (95) 99121-1460