Opinião

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VOLTA ÀS AULAS ANTES DA VACINA: SIM OU NÃO?

 

Maria Eneida Fantin*

Desde que teve início a pandemia originada pelo novo coronavírus, o isolamento social como forma de contenção da propagação da covid19 tem se mostrado estratégia eficaz e segura. Enquanto não se desenvolvem medicamentos ou uma vacina contra o vírus, ficar em casa, com o mínimo contato social possível tem sido o novo normal.

Nesse contexto, e dada a duração da pandemia, pais, responsáveis, alunos, professores, dirigentes educacionais, sindicatos, têm buscado alternativas para que o calendário escolar tenha continuidade e que a aprendizagem não sofra prejuízos. Assim, configurou-se o ensino remoto que vem possibilitando, ainda que de forma controversa, o seguimento do ano letivo.

Porém, basta um pequeno indicativo sobre uma possível estabilização da pandemia, mesmo que temporária, para que o debate da volta às aulas seja posto e reposto. Então, vamos a alguns dados para problematizar essa discussão. 

No início de agosto, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos afirmou, que a volta às aulas pode potencializar a transmissão do novo coronavírus, uma vez que crianças e adolescentes parecem ser portadores assintomáticos e, por consequência, grandes transmissores da doença. O estudo se baseou no caso de Israel, que no começo da pandemia, em abril, fez um isolamento social intenso o que bloqueou significativamente a circulação do vírus. Na medida em que o isolamento foi perdendo força, mas sobretudo após a volta às aulas, em maio, o índice de contaminação aumentou exponencialmente, tanto que tiveram que antecipar as férias de verão. O país que parecia livre do vírus viu milhares de alunos, professores, funcionários de escola e seus familiares contaminados.

Outro estudo publicado, também, no início de agosto deste ano, pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, associada com a University College London (UCL), assegura que a volta às aulas, sem testagem em massa e com relaxamento do isolamento social pode gerar uma segunda onda da pandemia naquele país.

Em outros países como a Austrália, Suécia e Finlândia em que as escolas foram parcialmente fechadas durante a pandemia, pesquisas indicam que as infecções entre as crianças foram baixas, mas a contaminação de professores e funcionários foi bem mais significativa.

No Brasil, mais especificamente em São Paulo, pesquisadores do ensino superior e da rede estadual de ensino, o grupo REPU (Rede de Escolas Públicas e Universidade), desenvolveram um simulador para calcular o impacto nas contaminações e mortes por covid19 num suposto retorno as aulas. Os cálculos levam em conta a localização da escola, suas dimensões, espaços livres, tamanho das salas de aula etc.

Na média das escolas do estado de São Paulo, a simulação mostrou que o retorno às aulas nesse momento (final de agosto de 2020) levaria à contaminação de 46% dos alunos num prazo de dois meses. Considerando que crianças e adolescentes podem ser tanto assintomáticos quanto resistentes aos quadros graves da doença, mas são potenciais disseminadores, o percentual de contaminados e mortos pode vir a ser muito maior, uma vez que muitos desses estudantes moram com pessoas dos grupos de risco, vulneráveis.

Os detalhes de como esse simulador funciona mostram a inviabilidade da retomada das aulas de forma opcional a partir de 8 de setembro e compulsória a partir de 7 de outubro, como propõe o governo do estado de São Paulo. Os pesquisadores do REPU afirmam que a alternativa segura ainda é manter as escolas fechadas.

No Paraná, a Secretaria de Estado da Educação criou um comitê junto com a Secretaria de Planejamento e a Casa Civil no mês de junho, para discutir a volta às aulas. As especulações sobre uma possível data de retorno, inicialmente, apontavam o mês de agosto, depois o mês de setembro. Toda essa discussão vem ocorrendo num período em que o Estado ainda apresenta curva ascendente nas taxas de contaminação e morte.

Os protocolos de segurança para a volta às aulas no Paraná que vêm sendo discutidos apontam medidas já adotadas em outras instituições e bastante conhecidas de todos, como o uso do álcool gel, a alternância de lugares para os alunos ocuparem nas salas de aula, o revezamento dos alunos que assistiriam as aulas presenciais em dias alternados, entre outras medidas.

Diante dessas propostas do referido comitê, a pergunta que imediatamente nos ocorre é a seguinte: Essas pessoas conhecem a realidade da rotina de uma escola? Há quantos anos não visitam uma escola real, em período de aula, com sua dinâmica de atividades e intensidade de relacionamentos que caracterizam o ambiente escolar?

Só aqueles que desconhecem como crianças e adolescentes se comportam em grupo, quanto intensos são em suas demonstrações de afetividade, podem imaginar que será fácil e seguro manter o distanciamento social entre alunos. E quando se fala em adolescentes essa intensidade fica ainda maior. O espaço escolar ordenado e dividido com determinações rígidas de localização e possibilidades de deslocamento só existe no imaginário de quem não vive a escola e não compreende a sua dinâmica.  

Então, que se respeite pelo menos as pesquisas e os estudos sérios já realizados, pois todos indicam a necessidade de controlar a pandemia, realizar testagem em massa, adotar medidas rígidas de monitoramento dos infectados como procedimentos iniciais para um paulatino e parcial retorno das atividades presenciais coletivas. Mas, volta plena às aulas e com segurança, só depois da vacina.

 

*Mestre, professora do Curso de Geografia – Área de Geociências do Centro Universitário Internacional Uninter

O BOM RELACIONAMENTO

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“O modo de uma pessoa fazer as coisas é o resultado direto da maneira como ela pensa sobre as coisas.” (Wallace D. Wattles)

Não há como resolver um problema concentrado nele. A única maneira de você encontrar a solução é esquecendo o problema. Pensamento válido para o desenvolvimento das Relações Humanas. Tanto no trabalho quanto na família. Um procedimento válido para o bom desenvolvimento no trabalho, seja qual for. O que realmente importa não é o que você faz, mas como você faz.

O controle de qualidade deve estar em tudo que fazemos no trabalho, e fora dele. Você está sempre sendo observado ou observada. Há sempre alguém observando seu comportamento, seu gesto, sua postura. Nunca se esqueça disso enquanto estiver exposto, ou exposta. Seja sempre um bom atendente mesmo quando não estiver atendendo. Quem estiver observando seu comportamento está dando a nota que você merece. Acredite nisso, mesmo que lhe pareça estranho, porque é verídico.

Faz muitos anos que li em certo livro, algo mais ou menos assim: um cidadão ia para o trabalho e passando por uma loja resolveu parar para comprar uma gravata. Foi atendido por um cidadão já idoso. Iniciaram uma conversa agradável. Quando o cidadão percebeu, já tinha comprado vários objetos, além da grava. O cidadão comentou com o vendedor:

– Puxa vida, o senhor é um excelente vendedor. Eu ia comprar apenas uma grava e acabei comprando tudo isso.

O vendedor falou para ao cliente: Por favor, fale isso para o meu gerente. É aquele cidadão que está ali, nos olhando.

O cliente foi até ao gerente e comentou a importância do vendedor. E o gerente respondeu, meio chateado:

– Vendedor coisa nenhuma! A
quele desgraçado o dono da loja.

Esteja sempre preparado para o seu papel, no trabalho. Não importa qual o seu cargo. Faça sempre o melhor no que você faz. E nunca esqueça de que tudo faz parte das Relações Humanas.

Ainda no início dos anos sessentas do século passado, o SESI, em São Paulo, iniciava uma tarefa realmente importante, para o aprimoramento da qualidade no trabalho. E seja qual for o trabalho, ele depende do comportamento do trabalhador. Portanto, procure ser sempre, o melhor que puder ser no que você é. Muito amor ao que faz e muita responsabilidade, e respeito. Respeite seu cliente para que ele o respeite, e sinta sempre a sua presença, mesmo na ausência. Porque esta, a presença, estará sempre no seu ambiente de trabalho, com seu atendimento.

tenha sempre em mente que o que importa é com você faz. E por isso você deve, sempre, fazer o melhor no que faz. Valorize-se, valorizando seu cliente, seja ele quem for. Pense nisso.

*Articulista

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