Opinião

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CICLO DE APRENDIZAGEM VIVENCIAL APLICADO AO ENSINO REMOTO

Elaine Oliveira Santos*

Os estudantes estão aprendendo com o ensino remoto? Esta é uma das perguntas mais exploradas nos diferentes contextos midiáticos e sociais nesse tempo de pandemia. Interessante é pensar que esta questão do método ou meio remoto trouxe a insegurança e incerteza sobre a aprendizagem adquirida pelo estudante e expôs o docente ao ser visto aplicando seu plano de aula, muitas vezes, igualmente desenvolvido para o ensino na sala de aula física.

Agora, ao refletir sobre aprendizagem adquirida é preciso buscar nas fontes de estudos pedagógicos que aprender é um processo. Existe um ciclo de ações que são vivenciadas e levam cada aprendente ao seu tempo alcançar o conhecimento que o docente tem por objetivo em seu plano de aula.

Desenvolver competências e habilidades para expressar a aquisição de aprendizados e ter condições de aplicá-los em suas vidas e contextos acontece de forma processual, formativa e contínua. Para ocorrer este fenômeno é preciso experiência.

Então, como estabelecer em ambiente remoto possibilidades de aprendizagem experiencial? Acredito que a partir do momento que o docente se voltar para o seu Plano de Aula e buscar desenhá-lo não somente com as novas ferramentas necessárias no momento, as chamadas digitais, mas harmonizá-las com atividades que, dentro de um processo cíclico, ofereça o encontro do aprendente com novos conhecimentos.

Para demonstrar na prática esta opinião, a teoria do Ciclo de Aprendizagem Vivencial (CAV) de David Kolb, vem apoiar uma representação e indicação de pensamento sobre a dinâmica que pode ser dada a um Plano de Aula aplicado no ensino remoto.

Kolb descreve o processo de aprendizagem experiencial tendo como base um ciclo contínuo de quatro momentos, o qual chama de Ciclo de Aprendizagem Vivencial (CAV): experiência concreta (agir), observação reflexiva (refletir), conceitualização abstrata (conceitualizar) e experimentação ativa (aplicar).

Talvez você deva estar se perguntando, mas como desenvolver experiências em ambiente remoto? Em grupo? Discussões? Reflexões? Aprendizados? É possível? Sim, é possível. Veja a seguir na descrição de cada momento do CAV uma indicação de possibilidades de ações em ambiente remoto.

Momento 1 – Experiência concreta também conhecida como Vivência (agir): Inicia-se o ciclo com uma atividade de abordagem que leve o estudante a buscar memórias sobre as experiências que ele possa ter com o tema a ser trabalhado. O que pensa? O que acredita? O que já viveu? O que tem de curiosidade? É quando ele vai ser ativado agindo sobre um estímulo, podendo ser este em forma de uma pergunta-norteadora; uma imagem; uma cena de vídeo; uma música; uma frase ou algo que seja pertinente para acessar suas lembranças e provocar vontade de compartilhar. Pode ser usada uma ferramenta de aplicativo, atividade on line ou um game. O que não pode perder de vista é a intenção de mobilizar o grupo para o que será proposto de novo a partir do seu conhecimento prévio.

Momento 2 – Observação reflexiva ou Análise (refletir): Importante em seguida da vivência aplicada o docente levantar quais foram os sentimentos, sensações, lembranças, curiosidades geradas com esta ação e trazer para análise dos conceitos que deseja trabalhar um material que permita o estudante refletir sobre o que veio à sua mente na vivência e o que o material traz de conteúdo para ele então, se apropriar, gerando assim uma oportunidade de aquisição de novos aprendizados. Esse material pode ser um esquema, um mapa conceitual, um infográfico, um texto curto ou dividido em partes para análise de conceitos sobre o conteúdo a ser abordado. Para a prática no ambiente remoto dessa análise pode ser usada uma ferramenta de formulário on line em que ao responder o grupo possa visualizar as respostas ao mesmo tempo, ainda, utilizar ferramentas, por exemplo, da Microsoft como Sway, SharePoint; Whiteboard; outros como Padlet; Popplet entre os mais diversos recursos que se encontra hoje disponível na internet.

Momento 3 – Conceitualização abstrata ou Sistematização da aprendizagem (conceitualizar): depois de vivenciar uma experiência e analisar conceitos é preciso sistematizar os aprendizados ocorridos; conceitualizar, ou seja, gerar aderência entre o que era conhecimento prévio particular dos indivíduos do grupo e o conhecimento proposto pelo docente e então generalizar em conhecimento novo, de forma sistematizada, para que se visualize a aplicabilidade. É momento de realizar o famoso Registro, gerando um produto ou produção. Este momento pode ser registrado usando a divisão em grupos que os estudantes se comuniquem via uma plataforma digital da escolha deles como whatsapp; messenger; skype ou outros que possam produzir Podcast; Nearpod; painéis conceituais com aplicativos de diferentes tipos e em retorno à ferramenta de encontro com o docente apresentem seus resultados e possam fornecer aos outros participantes diferentes experiências.

Momento 4 – Experimentação ativa ou processamento (aplicar): ao terminarem as apresentações de seus aprendizados um dos momentos mais significativos é processar todos os acontecimentos os relacionando com o cotidiano, com o contexto de vida, com a prática profissional. Importante todos terem oportunidade de exemplificar situações concretas de uso do novo conhecimento. Nesse momento o que vale é a expressão falada. Uma partilha. O que dará oportunidade de fazer do ambiente remoto presencial. Sim, com uma presença significativa.

Para fechar o ciclo, o docente pode deixar um desafio de campo. Indicar uma forma dos estudantes aplicarem seus conhecimentos e assim obterem experiências em meio prático. Com certeza, ouso dizer que o ambiente remoto deixará de ser à distância quando o processo de aprendizado acontecer de forma cíclica, para dar o tempo necessário a cada elemento envolvido para adaptar-se e acomodar-se às novidades, e, assim, perder os medos do desconhecido e se permitir viver o presencial nesse novo formato.

*Pedagoga, especialista em Dinâmica dos Grupos e professora da Área de Educação da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter

O BOM RELACIONAMENTO

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“O modo de uma pessoa fazer as coisas é o resultado direto da maneira como ela pensa sobre as coisas.” (Wallace D. Wattles)

Não há como resolver um problema concentrado nele. A única maneira de você encontrar a solução é esquecendo o problema. Pensamento válido para o desenvolvimento das Relações Humanas. Tanto no trabalho quanto na família. Um procedimento válido para o bom desenvolvimento no trabalho, seja qual for. O que realmente importa não é o que você faz, mas como você faz.

O controle de qualidade deve estar em tudo que fazemos no trabalho, e fora dele. Você está sempre sendo observado ou observada. Há sempre alguém observando seu comportamento, seu gesto, sua postura. Nunca se esqueça disso enquanto estiver exposto, ou exposta. Seja sempre um bom atendente mesmo quando não estiver atendendo. Quem estiver observando seu comportamento está dando a nota que você merece. Acredite nisso, mesmo que lhe pareça estranho, porque é verídico.

Faz muitos anos que li em certo livro, algo mais ou menos assim: um cidadão ia para o trabalho e passando p
or uma loja resolveu parar para comprar uma gravata. Foi atendido por um cidadão já idoso. Iniciaram uma conversa agradável. Quando o cidadão percebeu, já tinha comprado vários objetos, além da grava. O cidadão comentou com o vendedor:

– Puxa vida, o senhor é um excelente vendedor. Eu ia comprar apenas uma grava e acabei comprando tudo isso.

O vendedor falou para ao cliente: Por favor, fale isso para o meu gerente. É aquele cidadão que está ali, nos olhando.

O cliente foi até ao gerente e comentou a importância do vendedor. E o gerente respondeu, meio chateado:

– Vendedor coisa nenhuma! Aquele desgraçado o dono da loja.

Esteja sempre preparado para o seu papel, no trabalho. Não importa qual o seu cargo. Faça sempre o melhor no que você faz. E nunca esqueça de que tudo faz parte das Relações Humanas.

Ainda no início dos anos sessentas do século passado, o SESI, em São Paulo, iniciava uma tarefa realmente importante, para o aprimoramento da qualidade no trabalho. E seja qual for o trabalho, ele depende do comportamento do trabalhador. Portanto, procure ser sempre, o melhor que puder ser no que você é. Muito amor ao que faz e muita responsabilidade, e respeito. Respeite seu cliente para que ele o respeite, e sinta sempre a sua presença, mesmo na ausência. Porque esta, a presença, estará sempre no seu ambiente de trabalho, com seu atendimento.

Tenha sempre em mente que o que importa é com você faz. E por isso você deve, sempre, fazer o melhor no que faz. Valorize-se, valorizando seu cliente, seja ele quem for. Pense nisso.

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