Opinião

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O REPENSAR PEDAGÓGICO E A DIDÁTICA DAS ESCOLAS

Ana Regina Caminha Braga*

 

A educação à distância é praticada há muitos anos pelo Ensino Superior, tendo surgido da necessidade de especialização de milhares de pessoas que não têm acesso às instituições de ensino presencial. Com a chegada da pandemia e a medida restritiva de isolamento social, essa dificuldade se estendeu para todos os níveis de ensino, criando novos desafios para professores, pais, responsáveis e alunos do nível médio e básico.

 

A formação de professores para o uso de novas tecnologias ainda é um grande desafio para o sistema educacional brasileiro. Contudo, o repensar pedagógico deve ser uma atitude diária na vida acadêmica e profissional das escolas. É preciso quebrar paradigmas, metodologias e encaminhamentos, para que as instituições de ensino atuem conforme a necessidade de seus alunos.

 

Dito isso, a metodologia educacional deve ser constantemente discutida para que os materiais sejam inseridos em plataforma online de maneira lúdica e auto visual para a autonomia do usuário. Da mesma forma, é essencial que os professores entendam a necessidade de um novo olhar pedagógico ao desenvolver suas aulas, a fim de aproximar o conteúdo à realidade dos alunos. Não é somente dar aula frente as câmeras, mas sim levar dinamicidade e ludicidade aos alunos a partir de estratégias diferenciadas, como contação de histórias, jogos e brincadeiras, música, material reciclável e concreto.

 

Além das tendências de desenvolvimento de recursos tecnológicos voltados para a educação, questões como segurança, comodidade e autonomia também são influenciadores neste processo. Afinal, o ensino à distância é também considerado um recurso para o desenvolvimento da autonomia da criança e do adolescente.

 

*Psicopedagoga mestre em Educação e especialista em Gestão Escolar e Educação Inclusiva.

VACINAS, SUAS CONTROVÉRSIAS E O MUNDO EM PANDEMIA

Nicole Geraldine de Paula Marques Witt*

A vacina como método de profilaxia para doenças infecciosas, carrega consigo uma história de descobertas, de erradicação, mas também, de lutas e revoltas. Constituída de partes ou do próprio agente patogênico atenuado, a vacina induz o corpo a produzir anticorpos e células de memória, os quais, quando em uma segunda exposição ao patógeno específico, já promoverão uma resposta imunológica mais rápida e eficaz, evitando que o corpo adoeça. Esse é o princípio de funcionamento das vacinas, método que foi descoberto no final do século XVIII, pelo médico britânico Edward Jenner, no combate ao grande mal da época, a varíola. Doença que devido a um esforço global, de mais 10 anos, foi considerada erradicada em 1980.

Mas, quem nunca ouviu falar da Revolta da Vacina de 1904 que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, devido à vacinação anti-varíola que foi conduzida de forma autoritária pelo Governo da época? Ou mesmo, do movimento antivacinação, que cresce no mundo como um todo desde a década de 90 alicerçado por uma sociedade de risco midiatizada? E, como consequência, dos recentes surtos de sarampo que assolam o Brasil e o mundo nos últimos anos, mesmo depois de, em 2016, termos recebido o certificado de país livre de sarampo? E, ainda, da pandemia do novo coronavírus que encontra negacionistas em todas as esferas da sociedade e incitou uma corrida para a criação de uma vacina em tempo recorde?

Assim, acredito que vivenciamos um momento paradoxal. De um lado, um cenário de descrédito na ciência e uma sociedade da informação que produz conteúdo midiático sem pudor e exerce influência sobre um grande contingente populacional. A partir dessa leitura, o que esperar de um futuro próximo, no qual, alguns grupos que se manifestam contrários às medidas de isolamento frente ao Sars-Cov-2 e que são céticos quanto às vacinas, ganham forças?

Do outro, temos pesquisadores do mundo todo, aliando forças em prol da produção de uma vacina em tempo recorde, sem precedente na história, pois a mais rápida até então foi a para caxumba em quatro anos. Mas que, de certo modo, servem a grandes empresas privadas e estas a interesses do mercado. E, nesse jogo, ninguém entra para brincar. Como exemplo, o Governo dos Estados Unidos que já comprou praticamente todas as doses das futuras vacinas produzidas por duas grandes farmacêuticas. 

Portanto, em uma análise mais global, onde a falta de sincronia das ações demostra a fragilidade em pensar no coletivo, fica a pergunta: como construir um caminho possível à erradicação da primeira grande pandemia do século XXI?

*Bióloga, especialista em Meio Ambiente e Desenvolvimento, professora dos cursos de Ciências Biológicas e Geografia do Centro Universitário Internacional Uninter

SIM, SENHOR… 

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“É nosso dever proteger o maior patrimônio nacional, porque a nação que destrói o seu solo, destrói a si mesma.” (Theodore Roosevelt)

Esse recado do Roosevelt, assim como o anterior, do Franklin, foi enviado aos norte-americanos que nunca souberam preservar suas florestas. E por que temos que ficar suportando pitacos de norte-americanos sobre nossos desmatamentos e queimadas? Está na hora de nos respeitarmos e cuidarmos do nosso maior patrimônio que é nossa floresta. Nossas matas, águas e minérios. Pelo que estou percebendo, até nosso idioma vai acabar sendo substituído pelo idioma inglês. Estamos caminhando nessa direção. 

Bem recentemente, e é muito frequente, ouvimos um âncora da mídia dizer: “O jornal termina aqui. Estou aqui na segunda-feira!” Acenou com a mão, numa despedida de fim de semana, e retirou-se.

Agora me pergunto: o que aconteceria se o apresentador dissesse essa tolice em inglês? Certamente seria chamado à atenção, pela produção do programa. Vá pensando nisso e refletindo sobre nosso dever de preservar nosso patrimônio maior, que envolve, sobretudo, nossa língua portuguesa, que devemos respeitar mais. Ou faremos isso ou não sairemos do círculo de elefantes de circo. Deixando que os de fora nos digam o que devemos fazer para defender nosso patrimônio.

Recentemente ouvimos um alarde da mídia falando, dias após dias, sobre setecentos e tantos quilos de ouro, apreendidos num aeroporto brasileiro. Falaram incessantemente sobre o provável destino do ouro. Mas, em momento nenhum, alguém falou sobre a origem do ouro. De onde ele saiu nem quem o enviou para o aeroporto. Está na hora de o brasileiro crescer e começar a respeitar mais o Brasil pela sua grandeza.

Chega de arrufos espalhafatosos. Somos todos responsáveis pelo País que temos. Somos todos igualmente responsáveis pelo nosso desenvolvimento. E a política é o caminho. E por isso devemos aprimorá-la dentro do nosso valor como cidadãos brasileiros. Vamos parar de criticar, e fazer a nossa parte como ela deve ser feita. Educando-nos para que possamos ser respeitados pelos que nos veem como pobres coitados. Vamos nos respeitar para que nos respeitem no que somos.

Vamos educar nossos filhos para que eles possam fazer a parte deles no desenvolvimento do seu País. Porque eles, nossos filhos, irão viver o mundo deles, e não o nosso. E que mundo queremos deixar para eles? Vamos parar de gritar e aprender a escolher nossos políticos. Mas temos que entender que eles são escolhidos por nós, para fazerem o melhor por nós. E nós somos todos nós.  Nada de individualidade. Muito respeito. Pense nisso.

*Articulista

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