Opinião

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MEU PAI ME CHAMA DE PRINCESA

Wellington de Assis*

Uma criança certa vez, de aproximadamente 8 anos, enquanto seus pais conversavam, aproximou – se de mim, segurou na minha mão e me disse:

Quero te contar uma coisa.

Eu sabia que se tratava de algo importante, por isso me agachei e fiquei na altura de sua pequena estatura.

Ela então me disse, sabia que nesta semana eu briguei com um menino na escola?

Eu lhe respondi, mesmo?

Porque?

Ela me fitou nos olhos como se fosse falar algo inacreditável.

– Briguei porque ele me chamou de feia, ah, quando ele me disse isso, eu briguei com ele na hora.

Eu lhe respondi, fez bem, porque você é linda.

Ela me olhou e ficou balançando a cabeça em sinal de afirmação.

Depois de me confidenciar o que queria, me levantei, mas ela me puxou pela mão, me fazendo abaixar novamente e me disse algo, que não vou esquecer nem daqui a cem anos.

Ela me disse, você sabe porque eu tenho certeza que não sou feia?

Aquele momento parou no tempo, enquanto a sua mãozinha frágil apertava a minha.

Esperei ansiosamente seus lábios se moverem para que dissesse a resposta.

Mas a menina antes de falar, ficou sondando meu olhar para certifica-se que tinha toda a minha atenção e quando a obteve, me disse:

– Porque o meu pai me chama de princesa, entendeu?

Meu sorriso se abriu e lhe disse, você é uma princesa mesmo, nunca aceite que ninguém lhe diga nada ao contrário.

Ela soltou a minha mão e foi andando em direção aos seus pais com um vestidinho lindo, como uma princesa.

Aquela criança poderia ter chorado, chamado a professora, seus pais poderiam ter sido chamados.

Mas aquela menina estava preparada para superar a tudo isso, porque seu pai a elogiava, aquele elogio a fez forte, capaz de superar aquela situação que poderia se caracterizar em bullying.

Com isso aprendemos que não são as palavras ditas na escola que as vezes ferem as crianças, o que as fere, é a falta de suporte emocional dado em casa, capaz de as manterem fortes, suficientes para se defenderem de tais ataques.

Eu sei que muitas pessoas não tiveram pais que as elogiavam, alguns até tiravam virtudes, a questão agora não é culpar os pais, isso não acrescenta nada, a questão é dizer palavras de elogios e incentivo a nós mesmos.

Não use palavras depreciativas, não deprecie o seu cabelo ou o excesso de peso, o envelhecimento e outras coisas que as pessoas normalmente pontuam negativamente.

Outra coisa que ajuda é se tornar ouvinte do pai celestial, ele é um eterno elogiador.

Uma vez eu disse a Deus, essa voz interior que ouço não pode ser a sua voz, o Senhor é bondoso demais, isso deve ser o meu próprio eu tentando me elogiar e me animar de alguma forma.

Eu dei um apelido para Deus certa vez.

Eu o chamei de Doutor em elogios.

Quem ouve a voz de Deus sabe que ele sempre nos elogia, a nossa voz interior está sempre do nosso lado, é incrível, rsrsrsrs.

Quando editei um dos meus livros levei um exemplar ao Dr. Mauro, advogado que trabalha na câmara municipal de Belo Horizonte.

Ele me agradeceu e me disse, que bom que você escreveu este livro, os homens precisam mais de palavras do que de pão.

A mãe da minha filha Deborah, certa vez me disse, Wellington, você é inteligentíssimo, você pode atuar em qualquer área que quiser.

Até aquela data, ninguém nunca havia me dito que eu era inteligente, não daquela forma, a princípio, não acreditei, mas aquelas palavras ficaram vivas dentro de mim, depois eu passei a me perguntar: Será que sou inteligente?

Então comecei a me investigar para ver se encontrava alguns vestígios de inteligência em mim e um dia, finalmente acreditei e nunca mais fui o mesmo.

Você pode me dizer, mas Wellington, eu não acho você inteligente, mas agora já é tarde amigo, eu sei que sou. rsrsrsr

A questão toda não está na Seara se Somos ou Não, ou se a garotinha que segurou a minha mão era Linda ou Não.

A questão abarca o que pensamos sobre nós mesmos, o que a pessoa pensa de si mesma é que a faz mover, a impulsiona a viver de acordo com o que pensa.

O grande Salomão disse, o homem é aquilo que ele imagina.

Eu já ouvi alguém dizer, muito acertadamente, que não podemos ficar lambendo demasiadamente as nossas crias, que são nossas realizações, conquistas, ou seja, se você já conseguiu terminar algo, agora é hora de olhar no horizonte e começar a pensar em idealizar algo novo, este pensamento é um chamado para não vivermos do passado, nossos olhos devem estar sempre no que está à frente.

No entanto, essa premissa não se aplica aos nossos filhos, estes, se pudermos e se eles deixarem, temos que ficar lambendoos para sempre.

 Eu comecei a elogiar minhas filhas, quando ainda estavam no ventre.

Hoje, quando olho para elas, sinto que valeu a pena, são meninas fortes, determinadas, vencedoras e que tem coragem de expressar o que pensam, as vezes, até demais.

*Advogado, Especialista em Direito Criminal, Mediador Judicial.

REFORMA TRIBUTÁRIA, SIM! AUMENTO DA CARGA TRIBUTÁRIA, NÃO!

Mathias Elder*

 

O momento é este! Tanto a nível federal quanto no âmbito estadual, urge que os gestores públicos finalmente equacionem e desonerem a mais relevante componente do “Custo Brasil” (estudo ABIMAQ) e do “Custo RS” (estudo FIERGS): nosso caótico, complexo, disfuncional e injusto sistema tributário! Felizmente o tema tem sido destaque nas agendas do Congresso e do Governo Nacional, com desdobramentos em alguns estados, como o RS, SP e MT. Portanto, parabéns ao Governador Eduardo Leite por “colocar a bola em jogo”, ao propor uma reforma estadual que traz inúmeras melhorias para alguns problemas crônicos que drenam a competitividade da nossa economia.

 

Dentre os pontos positivos, podemos citar, entre outros: retorno das alíquotas provisórias aos patamares anteriores aos da majoração, redução da alíquota efetiva nas compras internas para 12 %,  simplificação e redistribuição da carga tributária, redução do prazo de creditamento do ICMS dos bens de capital, redução da cumulatividade dos impostos mediante aproveitamento de créditos de “uso e consumo”, avanços na devolução dos saldos credores de exportação. Com estas medidas, a economia gaúcha ganha em competitividade!

 

Por outro lado, é evidente e inegável que a proposta aumenta a carga tributária prevista para 2021, o que, definitivamente, a sociedade gaúcha não pode aceitar. Urge, portanto, que seus excessos, distorções e omissões sejam ajustadas pela Assembleia Legislativa. Dentre estes, destacam-se:

•        TETO DE GASTOS. A falta de disposições que congelem e impeçam o crescimento dos gastos públicos (em R$ e em % do PIB) e que garantam que o teto e as demais limitações orçamentárias sejam aplicadas de forma isonômica em todos os poderes (ex: fim do duodécimo). Pelos princ
ípios da neutralidade e equidade, é fundamental que sejam estabelecidas “travas” que possam garantir que esta reforma não seja mero “cavalo de troia” para aumentar ainda mais e/ou perpetuar o aumento de impostos. Também obrigariam imediata e subsequente negociação de reforma administrativa ampla, que realmente reduza o tamanho do estado, “enxugue” a máquina pública e, sem ferir direitos efetivamente adquiridos, termine com as distorções remuneratórias e previdenciárias entre os poderes públicos e a iniciativa privada;

•        AJUSTES EM 2021: em função da dificuldade e da insegurança que todos –  inclusive os técnicos da SEFAZ – tem para corretamente simular o impacto das diversas medidas, entendemos que seria aceitável que determinadas alíquotas sejam inicialmente um pouco superiores, desde que haja expressa disposição para que sejam calibradas (leia-se: reduzidas) ao longo de 2021, de acordo com as travas acima referidas;

•        TRIBUTAÇÃO DA CESTA BÁSICA. Na defesa dos princípios da progressividade e simplicidade, os assessores da Assembleia e as principais entidades de classe deveriam, em conjunto com os técnicos da SEFAZ, analisar melhor e compor a melhor solução, dentre as diversas alternativas possíveis: alíquota diferenciada, crédito presumido, renda mínima e/ou imposto negativo;

•        CONFAZ. Em prol da neutralidade e equidade, algumas medidas (que aumentam a arrecadação) deveriam ficar vinculadas à aprovação e perpetuidade das medidas que dependem de aprovação no CONFAZ (e que reduzem a arrecadação).

Ao longo das últimas semanas foram realizadas inúmeras audiências públicas e debates. A maioria das entidades ligadas ao setor terciário assim como algumas que representam produtores e indústrias mais voltadas para o consumo – cujas empresas, em sua grande maioria, são tributadas pelo Simples – se consideram prejudicadas e parecer ser totalmente contra a reforma. Estes setores, seus empresários e representantes na AL parecem não se dar conta ou, por questões políticas, não querem se dar conta que:

•        como regra geral, sofrem pouca ou nenhuma concorrência internacional;

•        eventuais aumentos de impostos para determinado setor ou atividade, decorrentes da redistribuição da carga fiscal por toda a economia gaúcha, afetará igualmente todos seus concorrentes, preservando os princípios de equidade e isonomia;

•        o princípio da neutralidade, se respeitado no texto final da reforma, garantiria que os aumentos de seus produtos e serviços seja compensado pela redução dos preços dos produtos industrializados;

•        a redução do “Custo Brasil” e do “Custo RS”, aumenta a competitividade dos setores primário e secundário (exportadores, agropecuária, extração mineral e indústria), fazendo nossa economia voltar a crescer e trazendo enormes e representativos ganhos sistêmicos*;

* nota técnica publicada em jun/2020 pelo CCiF estimou o aumento do PIB potencial de longo prazo brasileiro em quase 40 % (!), caso as reformas tributárias federal, estadual e municipal sejam implementadas.

•        somente com a reforma tributária, a economia vai gerar mais emprego e renda. E, com maior renda, aumentará o consumo e a arrecação de impostos…

É chegado o momento de escolher. Nossos Deputados Estaduais e o Governador tem algumas opções…

•        Perder a oportunidade, postergar a solução definitiva e seguir assistindo ao lento agravamento do desequilíbrio fiscal e à agonizante derrocada da economia de nosso Estado – tem sido assim nas últimas décadas e o resultado não foi bom: inúmeras empresas, principalmente industriais, deixaram nosso Estado ou fizeram vultuosos investimentos em outras unidades da federação.

•        Aprovar a manutenção das atuais alíquotas (18 %) de ICMS – pergunta que não quer calar: seria este o sonho secreto de alguns atores?

•        Apostar nos ganhos sistêmicos, no fortalecimento, melhor integração e maior eficiência fiscal das cadeias produtivas gaúchas. Apostar na competividade e no crescimento da economia, na maior geração de empregos e renda, bem como no consequente aumento do consumo e da arrecadação de impostos. A Teoria dos Jogos Cooperativos comprova que, somente nesta alternativa, todos ganham!

 

Apelamos para que os representantes dos poderes legislativo e executivo se “sentem” para negociar! Enquanto não forem implementadas as reformas tributária e administrativa de acordo com as melhores práticas internacionais, o futuro dos gaúchos e gaúchas seguirá comprometido, limitado e inferior ao seu real potencial.

 

*Engenheiro e empresário industrial gaúcho

A COMPETIÇÃO NATURAL

Afonso rodrigues de Oliveira*

“A pessoa autoconfiante não sente qualquer desejo de competir ou de provar alguma coisa para si mesma ou para os outros.” (Willard Marguerite Beecher)

Aquando falamos a verdade não temos por que ficar preocupados em provar. Quem não acredita, ou não é capaz de identificar a verdade é que precisa de cuidados. E estes devem vir de dentro de si mesmo ou mesma. Quando somos autoconfiantes sabemos controlar nossos pensamentos. E é nesse controle que nos sentimos seguros diante das dúvidas. A discussão é uma competição. E por que discutir quando somos capazes no analisar? Mesmo que você não concorde com o que o seu interlocutor diz, não discuta.

Sempre haverá uma oportunidade posterior, para o esclarecimento sem discussão.

Fique na sua, cara. Ninguém é superior a você se você não se sentir inferior. Alguém já nos disse que “As pessoas inteligentes aprendem mais dos tolos do que os tolos, dos inteligentes.” Não tente competir e muito menos disputar. Nada de discussão. Ela não leva você a lugar nenhum. Ninguém perde uma discussão. Quando você se sente vencedor, pensando que ganhou uma discussão pode estar se enganando sem perceber que seu opositor apenas deixou pra lá. Ele saiu da competição e você ficou como o tolo, pensando que ele era tolo.

A vida é uma peça de teatro. Somos todos atores. O problema é que somos inclinados a complicar. O desempenho no papel depende da capacidade de cada um. E como somos todos iguais nas diferenças, devemos agir diferentemente. Cada um na sua verdade. É simples pra dedéu. Mas o mais importante é sabermos respeitar as diferenças. Ninguém é obrigado a ter os mesmos pensamentos que você tem. Nem pensar da mesma maneira que você pensa sobre a mesma coisa. Tudo depende de como cada um vê a mesma coisa. Nem sempre a vemos pelo mesmo telescópio mental.

Esteja sempre esperto para se tornar um experto. E os expertos sabem o que fazem. Nunca deixe de respeitar as outras pessoas, independentemente da diferença social, profissional, ou seja qual for, entre você e elas. Todos, e cada um de nós, estamos no nosso grau de desenvolvimento racional. Valorize-se no que você é, considerando e respeitando o que os outros são. Todo o poder de que você necessita para vencer na vida está dentro de você. É nos seus pensamentos que você realmente mostra quem e como você realmente é. Portanto pense sempre positivo. Nunca desperdice seu precioso tempo com pensamentos negativos. Você sempre conseguirá o que quer, se acreditar que é capaz de conseguir. Porque se achar que não consegue, nunca conseguirá. O poder está em você, se você acreditar. Pense nisso.

*Articulista

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