Opinião

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COMO SE DESCREVE E LIDA COM O TOLO

Wender de Souza Ciricio*

O dicionário descreve o tolo como alguém desprovido de inteligência, de instrução e conhecimento. Seria de modo real e palpável um ignorante. É aquele que tem a alma apontada para a ingenuidade e que é facilmente enganado e ludibriado. A filosofia classifica, em parte, o tolo como pessoas restringidas ao senso comum, ou melhor, presos a um conhecimento sem fundamento científico, sem sustentação em pesquisas e investigações como ocorre nas ciências. A percepção, enfim, é que ser tolo não é falar de qualidade, mas é falar de lacunas e limitações no comportamento de uma pessoa. Em linhas gerais não é bom ser tolo.

O pior de tudo, mais nocivo é que o tolo dificilmente admite sua tolice. Tente ajudar um tolo e estará frustrando sua alma e lançando “pérolas aos porcos” (parafraseando uma expressão da Bíblia). Um dos reis dos hebreus chamado Salomão escreveu: “corrija um sábio e o fará mais sábio, corrija um tolo e ele se tornará seu inimigo”.

Os traços do tolo se evidenciam de várias formas e em várias dimensões: Odeia a sabedoria e disciplina, fala demais e sem conhecimento de causa, possui grande dificuldade em ouvir, não tem disciplina, não consegue ler e estudar com serenidade e profundidade pois não é ensinável, se contenta com uma informação rasa e faz dela seu argumento e verdade final e absoluta, falta-lhe autocontrole, costuma ser contencioso, mesmo sendo pobre de ideias é orgulhoso e vaidoso, transita no campo da arrogância e não tem o hábito de se arrepender ou condescender, tende a ser vingativo, devido à falta de sólidos argumentos tem a ironia e zombaria  como recursos para se defender, é sentimentalista e pouco ou nada racional e por fim é desprezível e insuportável. Causa tristeza aos outros. Cansa estar próximo do tolo.

Quantos tolos vivem próximo de você? Anote dicas para lidar com o tolo:

– Não permita que ele infeccione outras pessoas com suas conversas venenosas

– Não gaste tempo com ele, pois o mesmo não é ensinável, invista em que quer dialogar e crescer mutuamente

– Perceba nas palavras do tolo quando vem revestida de ódio e com toque felino e de desprezo.

– Peça provas consistentes e factuais daquilo que é expressado pelo tolo.

– Se permitir ele tomar muito seu tempo você pode ser vítima do caos.

– Haverá grandes prejuízos se você confiar a ele muito espaço em sua vida e se você der a ele funções de alta complexidade.

– Se sentar para aprender algo com o tolo saiba que poderá se tornar igual a ele.

– Não elogie o tolo, pois ele não possui méritos ou virtudes suficientes para receber elogios.

– Se andar com o tolo será visto como tal. Fique longe para não sofrer contaminação e ser foco de maledicência.

– O tolo está satisfeito e encharcado em sua tolice. É vaidoso, por isso fuja e fique longe de pessoas assim. O contrário disso prepare para as feridas.

*Psicopedagogo, historiador e teólogo

Email: [email protected]

CHEGA DE PIADAS QUE OS PROFESSORES NÃO MUDAM: NÓS SOMOS INOVADORES POR ESSÊNCIA E A EDUCAÇÃO É A LUZ NO FIM DO TÚNEL

Dinamara P. Machado*

Gisele do Rocio Cordeiro**

Durante muitos e muitos anos de docência, ouvimos de outras áreas e até mesmo de profissionais sensacionalistas em suas palestras, que tudo mudou menos a escola. Foram anos e anos engolindo a seco ou apenas saindo dos auditórios por ter a certeza que no cotidiano das salas de aulas, tínhamos incorporado os avanços da psicologia, e aquela criança que os pais não entendiam, tinham espaço nas antigas salas de reforço. Sabíamos que aquela metodologia do feijão no algodão revelaria no futuro, o engenheiro ambiental, o matemático (…) que aprendeu em tenra idade a fazer projeções.

Muito antes do modismo dos jogos em distintos cenários, tínhamos a certeza de que a ludicidade proporcionava e proporciona foco absoluto e torna qualquer atividade espontânea e produtiva, mas muitos acreditavam que era apenas um joguinho e que a criança ou adolescente estava perdendo tempo na escola, afinal, em vez de aprender, estavam jogando com os coleguinhas. Em tempo, temos distintas teorias que embasam o trabalho lúdico para aprendizagem que perpassam desde Froebel até Csikszentmihalyi com sua Teoria do Flow.

Como nossa carreira é longa, durante muitos anos percebemos que surgem receitas que se dizem milagrosas, ou seja, empresas de eventos que pegam alguma tendência e começam a espalhar aos quatro ventos que descobriram o eldorado na aprendizagem. Desconfie, desconfie sempre!  Afinal, aprendizagem acontece do plural para o singular, ninguém pode aprender por outrem. O que nós professores podemos fazer é utilizar diferentes estratégias de transposição didática, a partir de recursos analógicos e digitais, do papel político, respeitando os limites e limitações do estudante e famílias, na certeza de que nossa profissão somente existe por termos um estudante e seus familiares do outro lado, e mesmo que não saiba ou compreenda, a aprendizagem é o que libertará e o aprisionará nessa sociedade líquida e exponencial. 

Somos rotuladas
como as “tias”, aquelas que não tem poder econômico, de dinossauros, as que usam colar de pérolas e laquê no cabelo (…). Vamos esclarecer rapidamente, não somos “tias”, pois fazemos que a aprendizagem cause estranheza diante da realidade da vida, ou melhor, somos para muito além de lembranças de domingo depois do almoço, estamos presentes cinco dias por semana, e quando na Educação Infantil, oito horas por dia, ensinamos convivência, as primeiras letras e o filosofar com Pequeno Príncipe. Quanto ao sermos dinossauros, mesmo antes da pandemia, já tínhamos assumido que com a linguagem de programação LOGO podíamos ensinar principalmente para aqueles que tinham dificuldade. Uma pequena tartaruga já fez muita diferença na vida de muitos adultos empreendedores.  Pérolas e laquê, somos vaidosas, e sim, nossos estudantes merecem nos reconhecer como se estivéssemos com aquele visual de festa, pois toda aula é um encontro social para o desenvolvimento da aprendizagem, e o florescimento de um ser mais humano.

Pense na atuação dos professores e professoras para além de rótulos, se é tradicional ou inovadora, se tem competências digitais (…), afinal, eles têm feito seu papel social, e com erros e acertos, saímos de um país que vivia num mar de analfabetos na virada do século XX, para 18% da população brasileira com Educação Superior no século XXI.  Ainda temos muitas lutas em prol de ensinar tudo para todos, abranger a diversidade social ainda é um grande desafio, porém, respeitar a inteligência e os sentimentos dos aprendizes, conforme preconizou Comênio, ainda é fundamental, assim, rótulos apenas caem pelo tempo diante do legado dos professores pela educação do nosso país.

O que temos certeza é que a sociedade precisa de HUMANOS éticos, responsáveis por seus atos e corresponsáveis pelo desenvolvimento social, felizes pela conquista do amor da sua vida, do respeito dos seus familiares, amigos e colegas, que consigam enxergam o outro e exerçam alteridade e compaixão.

Se ainda não está convencido que somos inovadores por essência, dedique cinco minutos do seu tempo e veja inúmeras superações no último semestre. Seu filho, seu sobrinho (…) continuam aprendendo, pela televisão, por material, por mensagem (…). Finalmente essa criança, esse adolescente, esse idoso está sendo visto. E se não acreditar no poder transformador da educação, pare o mundo com seu poder avassalador e sua carreira de sucesso e tenha apenas humildade de parabenizar aquela professora que te ensinou as primeiras letras.

Parabéns para nós professores, e que possamos acreditar todos os dias que podemos trazer o Humano do Humano. E a partir de nossa concepção cristã “nunca, jamais desanimes embora venham ventos contrários”. Parabéns, parabéns, parabéns.

 

*Diretora da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter.

*Coordenadora da área de educação do Centro Universitário Internacional Uninter.

A FORÇA DA LIBERDADE

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“O conceito mais substancial do voto é a sua liberdade. Sem liberdade não há voto.” (Rui Barbosa)

E como não há liberdade sem educação, vamos educar. O Rui Barbosa já nos alertou inúmeras vezes, para termos mais cuidado e respeito com nossa educação. Ainda no século passado ele nos disse: “Na situação do ensino primário está o termômetro mais seguro da civilização de um lugar.” Porque a educação deve estar em todos os lugares. Mas o mais preocupante é que ainda não abrimos nossos olhos para a verdade simples.

Até agora ainda não ouvimos candidato à próxima eleição falando de educação. Ainda continuamos mantendo o eleitor na condição de marionete dos nossos sonhos como políticos que ainda não sabemos que ainda não somos. Mas vamos mudar o rumo do papo, mas sem deixar pra lá o nosso dever de fazer o melhor. Sabemos, de sobejo, que a nossa educação está no fundo do poço. Então vamos lançar a corda, e trazê-la para nós.

Cada um de nós é responsável, na busca do que queremos para nosso futuro. E o importante é que assumamos a responsabilidade e busquemos o que queremos. E sem esquecer de que somos todos responsáveis pela administração pública. Afinal de contas somos nós que escolhemos os administradores que devem administrar o País, através de Município, Estados e Nação. Nossa tarefa não é fácil, mas muito simples.

Reflita sobre sua responsabilidade na administração pública. E se você ainda não percebeu que tudo que acontece de errado na administração pública é responsabilidade sua, acorde. Procure ver a política como política e não como abrigo para faladores. Que não iremos melhorar a administração pública, com falatórios enfáticos em campanhas ilusórias. Cuidado para não confundir amor com derramamento de sentimentos vazios ou desordenados. O amor sempre constrói.

Vamos amadurecer para que tenhamos, e vivamos, uma cidadania de fato e de direito. Cuidado com autoridades que vêm a público prometendo estar defendendo nossa democracia e nossa cidadania. Porque estas nunca existirão enquanto não existir o voto facultativo. E este não existirá para nós, brasileiros, enquanto não formos um povo politicamente educado. Vamos nos educar, educando nossos filhos para que eles sejam cidadãos de fato e de direito. Simples pra dedéu. Desde que paremos de aplaudir faladores que querem mostrar a política através de briguinhas comadrescas. E estas continuam sendo a maior atração de eleitores despreparados para eleger. Vamos nos preparar para o futuro. Pense no futuro dos seus filhos. O que você quer para eles que viverão o mundo deles, e não o seu. Pense nisso.

*Articulista

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