Opinião

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PERDER PARA GANHAR

Debhora Gondim*

Somos seres racionais dotados de desejos, paixões e que tendem a planejar. Construímos e sonhamos com situações que se tornam importantes para nós ao longo da nossa vida. Como as decisões custam para nós! Somos limitados pelo espaço e tempo. Nossa natureza caída não nos permite ter uma visão além do que podemos ver.

Mas por outro lado temos um Deus que é bom.  Deus que é onisciente e onipresente. Atributos que atesta que Ele sabe e vê além. Nada e ninguém o limita. Sabe o que realmente devemos gerar e o que devemos renunciar. Deus recompensador. Recompensa que será plenamente desfrutada na volta de Cristo. Será maior do que tudo o que renunciamos aqui.

Quando obedecemos à ordem de Deus para renunciarmos paixões, hábitos e pessoas em nossas vidas poderemos ver nascer novamente mais forte e restaurado. Como vemos na vida de Abraão e de tantos outros heróis da fé. Poderemos receber de volta, em um momento que Deus nos perceba preparados. Tudo com a certeza de que quem faz crescer, que quem restaura é Ele. 

Apesar de que existirão momentos em que o que renunciamos não voltará as nossas vidas, pois traria distanciamento da presença do Pai. Pois tornaríamos e voltaríamos a fazer daquilo ou daquele um ídolo. Disputando espaço, em nosso coração, com o Espírito Santo. Existem coisas que talvez nunca estejamos preparados para ter e/ou receber, devido a nossa humanidade caída.

     

Renunciar significa matar nosso ego. Negar completamente a nossa natureza caída. Renunciar a ilusão de que temos sabedoria e força. Nosso censo de direito. Nossas paixões mundanas. Nossos planos que não condizem com a vontade de Deus. Significa carregar a cruz e seguir a Cristo. Exigirá decisão. Não será fácil o processo. Trará dor e morreremos para nós a cada renuncia. Ficaremos irreconhecíveis, pois estaremos um pouco mais em conformidade a imagem de Cristo.

        

Quando renunciamos prostramos nosso coração diante de Cristo reconhecendo a nossa dependência Dele, “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15:5). Admitindo nossas fraquezas pessoais “Aquele, pois, que pensa estar em pé cuidado para que não caia” (1 Coríntios 10:12). Sendo forte através da Graça que está em Jesus Cristo.

        

Diante disso, caberá a nós exercer a fé de que o Senhor de nossas vidas nos ama e tem pensamentos de paz a nosso respeito. Trazendo consigo a Sua vontade perfeita. Caberá também entender que Ele é um Deus zeloso, que nunca permitiria que outro ocupe o lugar que pertence somente a Ele. Lugar este, comprado por um alto preço na cruz, por amor. (Êxodo 34:14)

Querido leitor, o que adiantará ao homem ganhar o mundo e perder a sua alma (Mateus 16:26). Quem quiser salvar a sua vida vivendo para satisfazer paixões e a esta cultura caída a perderá. Mas quem quiser renunciar a tudo, perdendo o modo ilusório de viver deste mundo por Cristo, a encontrará (Mateus 16:25). Como Paulo devemos afirmar: “Em nada considero a vida preciosa para mim mesmo” (At 20:24). O modo de satisfação deste mundo está perdido na eternidade. Mas aquele que renuncia o seu eu por Cristo ganhará a eternidade.  “Para mim, o viver é Cristo” (Fp 1:21)

Por fim, afirmaremos que somos discípulos de Cristo “Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14:33) e afirmar também que “Nós, porém, não somos dos que retrocedem e são destruídos, mas dos que creem e são salvos.” (Hebreus 10:39)

*Teóloga e Professora

EM TEMPOS DE CRISE, AUTONOMIA DA CONTROLADORIA É FUNDAMENTAL

Eduardo Belli Neto*

A todo instante, informações e dados sobre o impacto da COVID-19 nas empresas vêm sendo divulgados. Em julho, pesquisa do Sebrae destacou que a pandemia de coronavírus mudou o funcionamento de 5,3 milhões de pequenas empresas no Brasil, o que equivale a 31% do total. Outras 10,1 milhões, ou 58,9%, interromperam as atividades temporariamente. Outra pesquisa, realizada em setembro pela Agência Brasil, destaca a referência do IBGE de que a COVID-19 afetou 38,6% das empresas brasileiras na 1ª quinzena de agosto, onde o impacto negativo foi maior em empresas de pequeno porte.

O ano de 2020 virou, de fato, uma incógnita para o mundo. Os cidadãos e as empresas sofrem os impactos da crise que vem sendo provocada pela pandemia e, como em tantas outras crises econômicas já vividas, o mercado se vê diante de um quadro incerto e preocupante.

 

O grande impacto em todas as empresas, principalmente nas pequenas, ocorreu devido à maioria delas não possuir capital de giro para atravessar sequer um mês de falta de faturamento. Adicionalmente, como se já não bastasse a falta de capacidade financeira (liquidez) dessas empresas, em sua maioria elas não possuem uma estrutura de controladoria que administra as informações. 

Muitos empresários têm problemas para tomar decisões e manter seu negócio dentro da lei, seguindo as normas e trâmites legais que o Governo impõe. E o que é pior: não têm acesso a informações estruturadas para a tomada de decisões de forma ágil e assertiva.

 

Com a evolução da Controladoria e, por toda experiência adquiria por mim nesses últimos 25 anos, por vezes é importante entender que dentro de um processo decisório empresarial, é melhor não ter uma informação para se tomar uma decisão do que ter uma informação errada. Isso apenas valoriza a necessidade e destaca a importância da Controladoria de dar suporte à administração da empresa, para que informações corretas e estruturadas para a tomada de decisões possam ser administradas, desenvolvidas e trabalhadas no dia a dia. 

 

Toda a base da função de Controller se dá em torno da estruturação do sistema de informações gerenciais. Através do suporte fornecido por ele, é possível alinhar todos os processos organizacionais, definindo indicadores de desempenho, onde a base de dados das atividades da organização são transformadas em informações estruturais e vão ajudar nas estratégias para o processo decisório. Ou seja, o seu papel é fornecer informações para que as decisões sejam corretas, ágeis e produzam os resultados desejados. 

Contudo, a pandemia tornou evidente que a falta de informações estruturadas e consistentes afeta diretamente a sobrevivência das empresas. E, por outro lado, revelou que uma Controladoria autônoma e fortalecida é fundamental para que os processos funcionem e as tomadas de decisões sejam realizadas corretamente.

Por fim, não só a Controladoria – mas a sinergia entre processos, pessoas e sistemas -, fornecem condições adequadas para que as empresas entendam que todos são parte importante no processo de gestão empresarial, elementos fundamentais para a sobrevivência das empresas. 

*Graduado em Ciências Contábeis e Administração de Empresas. Com especialização em Gestão de Negócios, possui MBA em Controladoria e Finanças e Gestão Empresarial.