Opinião

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OS DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO AFE(A)TIVA NA EDUCAÇÃO DURANTE A PANDEMIA

João Carlos Martins*

Vivemos um momento bastante atípico. Instituições de ensino do mundo inteiro enfrentam os desafios da educação frente a uma pandemia que impôs novos paradigmas para educadores – não apenas sobre o conteúdo, mas também sobre a forma de construção dos conceitos. Não falo apenas das mudanças de calendário e adequações no planejamento pedagógico; esta nova realidade impacta o papel do educador, que passou a entrar dentro da casa de cada um de seus alunos e, consequentemente, na rotina das famílias, para tentar constituir relações educacionais, e também afetivas, por meio da comunicação e da virtualidade.

A comunicação afe(a)tiva – ou seja, a comunicação ativa e afetiva – é fundamental neste momento e, ao mesmo tempo, uma tarefa delicada dos educadores, pois temporariamente precisa acontecer no ambiente virtual e não apenas na sensibilidade das relações presenciais. As aulas invadiram os espaços das redes sociais e das plataformas de conteúdo, e é preciso atentar-se que tais locais possuem dinâmicas específicas e comuns a toda comunidade educacional. Isso significa que não funciona reproduzir o modelo de aulas presenciais: é preciso readequação, desaprender para reaprender a utilizar as ferramentas virtuais de maneira efetiva e saudável.

Professores e alunos estavam acostumados a utilizar as redes sociais de acordo com a dinâmica própria das mesmas: o imediatismo, a validação externa de likes, a multiplicidade de informações oferecidas simultaneamente. Tudo isso muda quando reestruturamos o ambiente virtual para uma relação não mais de descompressão, mas de responsabilidade e cuidado. Assim, quando pensamos a dimensão educacional desta relação à distância, fica explícita a necessidade de revermos como se dá este processo nessa nova realidade, como passamos a mensagem, as regras de convivência e até mesmo a intervenção de uma nova ética para o uso adequado da internet.

É preciso mudar o mindset, a maneira de enxergar o processo de ensino e de aprendizagem para toda comunidade escolar. Não devemos esperar que os professores sejam youtubers. Trata-se de novas estratégias para propor ao aluno novos questionamentos e desafios que o mobilize. Para isso, enquanto gestor, é fundamental trabalhar com os professores todo o processo de planejamento diferenciado, linguagem, apropriação das ferramentas e, deste modo, estimulá-los a sair do lugar comum, porque é isso que vai motivar a sala de aula neste momento.

Muitas vezes o aluno está em aula ocupando um espaço comum com a família e isto deve estar previsto pelo professor para envolvê-los no projeto pedagógico, principalmente na Educação Infantil e Ensino Fundamental Anos Iniciais. É verdade que as aulas não presenciais desafiam os estudantes a estabelecerem uma postura mais autônoma, mas não devemos esquecer que, mesmo cada um em sua casa, respeitando a evolução individual, o processo de aprendizagem também pode ser comunitário.

Apesar da realidade diversa das instituições de ensino, a chave para enfrentarmos esse contexto é a criatividade. Não existe uma resposta pronta para esta nova realidade, mas no Colégio Renascença, por exemplo, a parceria entre escola e famílias foi fortalecida por meio da escuta atenta em encontros realizados on-line com bate-papo sobre temas diversos, desde a ansiedade do momento até dicas sobre como ajudar os filhos na lição de casa.

Com o retorno das atividades extracurriculares, tem sido possível acolher os alunos com rodas de conversas e dinâmicas que possibilitam um olhar profundo para eles mesmos e para o outro. O momento indica novas possibilidades de acolhimento e a equipe pedagógica precisa ficar atenta a todas elas.

*Professor e diretor-geral do Colégio Renascença

AULAS DE ARTE NO “NOVO NORMAL”

André Luiz Pinto dos Santos*

Segundo estudos da Fiocruz, o novo coronavírus chegou ao Brasil por volta da primeira semana do mês de fevereiro de 2020. Nessa oportunidade, não sabíamos ainda o quanto este vírus mudaria nossos hábitos de convivência.

Hoje, com muitos infectados e mortos em nosso país, os secretários de saúde de todos os Estados, assim como o Ministério da Saúde, estudam com frequência a situação de cada parte do Brasil.

O fato é que, por enquanto, não existem remédios eficazes contra a covid-19, apenas possibilidades de vacinas ainda em fase de testes. Enquanto essa ajuda no âmbito da saúde não chega, o que nos resta é o afastamento social. Surge então para os artistas professores a pergunta: “Como ensinar arte em meio a esse NOVO NORMAL?”.

Uma das formas encontradas para vencer o afastamento social é encurtar o caminho entre estudantes e professores. A partir desta ideia, entram em jogo os recursos de transmissão de aulas online. Instituições de ensino e professores autônomos buscam soluções disponíveis que permitam compartilhamento de vídeos, imagens, áudios e textos.

Eis que alguns recursos podem ser utilizados como ferramentas de mediação por professores de arte na continuidade de suas rotinas, como é o caso do Instagram Live.

O Instagram Live está atrelado ao Instagram Stories, um espaço voltado para a postagem de “histórias” e que permite ao usuário maior interação com os seus seguidores. Existe, no entanto, um limitador para a elaboração de lives que podem ser realizadas apenas por meio da utilização de celular, não sendo possível a partir do uso de um desktop.

Para fazer uma live do Instagram é necessário ter um smartphone com o aplicativo instalado e com um perfil pessoal ou profissional. Existem alguns recursos disponíveis para os artistas que querem fazer suas lives, como pintura, ferramenta de desenho, marcação de pessoas, inserções de emojis, gifs e alguns filtros ao vivo. É possível, também, adicionar o local da live.

Uma das vantagens da ferramenta é o fato de que todos os seguidores do perfil recebem uma notificação quando a live começa e podem assistir e/ou interagir com conteúdo produzido.

Os estudantes podem fazer comentários, sinalizar se gostaram ou não do conteúdo com likes. O professor autor da live, pode habilitar a caixa de comentários ou destacar uma fala em especial.

Vídeos produzidos no Instagram são armazenados no Stories, e podem ficar neste espaço por até 24h após a transmissão ao vivo. Isso pode ampliar a quantidade seguidores e, por sua vez, ampliar a divulgação do trabalho do artista proponente da live. Após as 24h, é necessário que o vídeo seja salvo para que continue disponível.

O Instagram não permite que sejam feitas importações de vídeos-lives de outros dispositivos. Por outro lado, é possível mensurar a métrica, contagem de espectadores e comentários das lives. O Instagram Live é apenas um dos inúmeros aplicativos do gênero; cabem outras pesquisas para verificar até que ponto esse tipo de tecnologia pode ser utilizado como ferramenta de mediação para aulas de arte online

Assim, os dias seguem, enquanto vamos aprendendo a viver nesse “NOVO NORMAL”.

 

*Mestre em educação e novas tecnologias; professor da área de Linguagens Cultural e Corporal e dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Artes Visuais do Centro Universitário Internacional Uninter

A HORA DE TERMINAR A TAREFA: O TEMPO É NOSSA MEDIDA

José Carlos Moraes*

Dia por dia, observa-se que o tempo passa cada vez mais rápido e se percebe que e
m rápidas memórias de nossa infância e juventude, vislumbram-se os momentos especiais que já vivenciamos. As viagens com os pais, as formaturas na escola, o nascimento de um filho, o primeiro trabalho, a promoção tão almejada e o reconhecimento profissional.

E ainda, temos em mente que também houveram momentos ingloriosos, perdas significativas de amigos, familiares, e que muito representaram em nossa vida, quantos amigos passaram e deixaram um pouco de si a nosso ser, pessoas que não tiveram o nosso reconhecimento, enfim, muitos que partiram desta terra e não demos o devido valor.

Um belo dia, chega o momento em que o retrospecto de vida se inicia, e em muitas das vezes vem de uma maneira difícil de assimilar: um diagnóstico médico por exemplo, causa uma preocupação emocional muito desgastante, tipo perder o sono e se preocupar com o fim sobre esta terra.

Sabe de um fato? Afinal, quando é a hora de terminar a tarefa? Cada pessoa vive a vida de maneira distinta, com obrigações, horários a cumprir, cuidar da família, educar e formar os filhos. Dia por dia as obrigações se multiplicam e cumprimos jornadas diárias que invadem o cotidiano e dilaceram o tempo. O final da tarefa talvez chegue com a aposentadoria, o dever cumprido, filhos formados, netos que chegaram e trouxeram ainda mais alegria.

Encontramos no livro Bíblico de Eclesiastes capítulo 3, uma explicação para tudo, e que serve de consolo: existe um tempo determinado para todas as coisas e para quem acredita, Deus é o Maestro desta grande sinfonia. Viva dia por dia e cada momento com alegria, comemore cada vitória, cada Bênção recebida e repasse este conhecimento aos familiares e amigos. Desta forma, a felicidade encontra habitação em cada pessoa. Que tal? Talvez seja a hora de parar e meditar a respeito!

*Mestre em Teologia, professor da área de Humanidades na Licenciatura em Ciências da Religião do Centro Universitário Internacional Uninter.

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