Opinião

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DESAFIOS DA PESQUISA ELEITORAL NOS EUA

Kim Macherini*

Nos dias anteriores da eleição mais acompanhada da Terra, diversos resultados de pesquisas de boca de urna são divulgados por institutos e empresas de pesquisa renomados como IPSOS, Real ClearPolitics e Siena College, e outras, transmitidas por grandes veículos de imprensa como CNN, NBC e Fox News. Muitos fazem e muitos erram (quase todos), e isso acontece por vários motivos.

As pesquisas eleitorais precisam levar em conta diversas variáveis para irem a campo: gênero, faixa etária, grau de instrução, posse do título de eleitor, intenção de comparecer (no caso dos EUA neste ano, votar via correio), distribuição por Estado, cidade, bairro.

Ir para campo com este monte de variáveis, tendo que achar a pessoa que se encaixa, batendo de porta em porta e fazendo todas essas perguntas para ver se o cidadão pode participar desta pesquisa, ocupa e leva um grande tempo. A pesquisa ideal deveria, além de buscar todas essas informações para sua grade, ter outras variáveis que também influenciam, como raça, religião, ser imigrante ou não, ter trabalho ou estar desempregado. Quanto tempo seria ocupado em uma abordagem para que encontrasse o entrevistado certo? Muito tempo.

E o tempo é o mais escasso numa corrida eleitoral. Se a pesquisa demorar três, quatro ou cinco dias para ser coletada, algum fato novo pode ocorrer e o motivo de um eleitor escolher um candidato x não existir mais. Como seria possível, então, controlar tantas variáveis e acertar o resultado da eleição? Não é possível em uma pesquisa de modelo tradicional, que ocorra no corpo a corpo ou por telefone. Pela internet/mobile pode ser que aconteça, mas ainda não aconteceu.

Em um país onde o voto não é obrigatório, a questão racial é forte, existe um alto nível de imigração, além de aspectos culturais e de dimensão continental, acertar um resultado seria até estranho. E acertar não é a função de uma pesquisa eleitoral, apesar de muitos acharem que sim.

Função de uma pesquisa eleitoral

Pesquisas são ferramentas de informação para verificar tendência, projetar cenários ideais e definir estratégias. Ter um resultado de pesquisa na mão, para um candidato, significa saber o que aconteceu ontem para mudar o amanhã.

As pesquisas nos últimos anos vêm se tornando ferramentas de comunicação e poder. As pessoas estão cada dia mais interessadas por informação e resultados de pesquisa, fazendo com que os veículos de mídia utilizem destas para aumentarem a audiência, e candidatos propaguem resultados para também chamarem atenção para si.

No Brasil, estamos vivendo um momento eleitoral, com uma quantidade de pesquisas eleitorais, registradas no TSE pelas próprias empresas de pesquisas, nunca visto. De acordo com matéria do Valor Econômico, quadruplicou o número de pesquisas comparado ao ano de 2016. E, como ferramenta de divulgação, empresas de pesquisa estão financiando seus próprios trabalhos para divulgar sua marca e prospectar clientes.

As pesquisas eleitorais servem para informar a população de como está o posicionamento do todo e, assim, fomentar cada cidadão a se interessar mais pelo momento decisivo que está chegando. Desta forma, o cidadão decide, de maneira mais racional, participar, fazendo política, influenciando e se envolvendo na decisão que levará ele a ter um representante civil.

Com o tempo, a ferramenta vem sendo utilizada para outros fins, mas não perde sua eficácia na democracia. A informação é saudável para a sociedade, cabe a cada cidadão buscar fontes seguras desta para lhe dar conhecimento e ajudar em suas escolhas. A pesquisa eleitoral do jornal de hoje cedo nunca deve ser imaginada como o resultado que virá nas urnas, essa não é a função da pesquisa.

*Sócio Fundador da Santa Dica

O QUE É SER VITORIOSO?

Debhora Gondim*

O que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é que vence o mundo? Somente aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus. (1 João 5: 4 e 5)

Ao ler a passagem acima fiquei meditando nela por algum tempo. Queria entender de fato o que o Senhor estava ensinando, mesmo que pareça óbvio o que Ele estava afirmando. Eu não quis buscar por meu entendimento e nem pelo de outras criaturas como eu e sim pelo que Deus estava de fato trazendo. Busquei nas escrituras a resposta para a própria escritura com ajuda do Espírito Santo, afinal ela não se contradiz, ela reafirma e interliga uma passagem na outra, um livro no outro, um testamento no outro e tudo aponta para Cristo.

Voltando-me para a passagem em si, encontro no versículo 4 duas verdades, a primeira é que o nascido de Deus vence o mundo e o segundo é que a nossa fé é a vitória que vence o mundo. Para compreender o que é ser nascido de Deus precisamos voltar ao evangelho de João, que é o mesmo apóstolo que escreveu esta carta. No capítulo 3: 3-8 afirma que não temos como ver e entrar no Reino de Deus se não nascermos de novo, se não nascermos do Espírito Santo. E só recebemos o Espírito Santo quando cremos em Jesus Cristo como nosso único e suficiente Salvador (João 7:38 e 39), crendo que Ele é o Filho de Deus que veio ao mundo para perdoar os nossos pecados, nos reconciliar com Deus e nos dá a vida eterna (João 3:16-18, 36; 5:24; 6:47; 9:35 e 36; 12: 44 e 46; Atos 10:43 e 13:39; Romanos 10:10; 1 João 5:1).

O nascer de novo traz o mesmo sentido de quando as escrituras afirmam que em Cristo somos novas criaturas (2 Coríntios 5:17).  Pois ao crê em Jesus e receber o Espírito Santo passamos pelo processo de deixarmos os hábitos antigos que exerciam força em nós por conta da natureza do nosso primeiro nascimento, que é a força do pecado e caminharmos não vence o mundo é de que ao exercermos fé em Jesus nós somos capacitados por Ele para vencer o domínio do pecado, as tentações e provações presentes na vida terrena. Assim como contramão de tudo isso em busca de santidade. Então, o sentido de quem nasce de novo Ele também venceu o mundo (João 16:33) nós também conseguiremos ao sermos moldados a Sua imagem. E nada tem a ver como muitos afirmam com vencer na vida, ter posses, dinheiro e tudo o que o mundo oferece que nos faz achar que a felicidade é aqui. 

A vitória está em exercer fé em Jesus Cristo, como o versículo 5 vem complementar. Somente quando cremos Nele é que passamos a crê na Sua Palavra, a entender como vencemos este mundo e o real sentido de vencer o mundo. Voltando-nos as Escrituras vamos descobrindo ao longo do processo as capacitações, através do Espírito Santo para consegui alcançar Vitória. Ela vem das escolhas as (1 João 5:2 e 3). Só assim seremos considerados de fato vitoriosos.

Por fim, vêm as perguntas: você quer vencer o mundo? Quer ser vitorioso? Então saiba que não será segundo afirmações da teologia da prosperidade pregando que uma pessoa é abençoada quando acumula riquezas e nem baseado em formulas ou métodos para se tornar um campeão segundo padrões vazios deste mundo, mas em obedecer a Deus, fazendo a sua vontade, demonstrando que ama a Deus sobre todas as coisas. Para assim, conquistar o que é eterno, o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo (Filipenses 3:14). Será para vencer nossa natureza dia a dia e perseverar para alcançar alvo, Jesus. Para assim, desfrutar da eternidade com Deus.

*Professora

O IMPACTO DOS HÁBITOS NA SAÚDE

Claudio Cotter e Rafael Ferreira Pinto*

 

O ser humano é moldado por hábitos. Diverso
s livros consagrados como “O “Poder do hábito” de Charles Duhig e “Previsivelmente irracional de Dan Ariele mostram que nosso comportamento, apesar do livre arbítrio e as inúmeras diferenças culturais e comportamentais, é absurdamente previsível algumas características herdadas de nossos ancestrais por meio de símbolos e crenças.

 

Esse registro de práticas pode ser cada vez mais permanente conforme as pessoas insistem nelas, com isso, cria-se maneiras consolidadas com o passar do tempo e isso fica por anos sendo revalidado. Porém, existem algumas soluções para quebrar essa “corrente”, mesmo que o vício mecânico seja um dos mais difíceis de vencer, por conta disso, utilizamos os hábitos angulares, criado por Duhing, os quais já têm estudos que comprovam sua eficácia.

 

Para pacientes com problemas motores, que demandam de fisioterapia e resiliência, o hábito angular é perfeito, pois ele é capaz de desencadear uma série de reações em como os indivíduos organizam suas vidas, para isso, o exercício físico é bastante utilizado, pois deixa essas pessoas ativas e a repetição dos movimentos auxiliam em várias patologias, inclusive depressão.

 

Sobre a importância da organização, em minhas sessões de fisioterapia, consegui perceber que tornar a rotina mais organizada ajudou pacientes ansiosos a lidarem melhor com as tarefas, compromissos e, inclusive, com o processo de tratamento que realizávamos juntos. Como profissional, posso dizer que tal mudança auxilia muito na evolução das pessoas, e aponta a relevância de nos conscientizarmos de reinventar hábitos, largar aqueles ruins, que fazem mal, e ter um olhar crítico para o que fazemos.

 

Já os conhecimentos trazidos por Yuval Harari em Sapiens, e diversos estudos de antropólogos da atualidade, transformaram a forma como entendemos nossos hábitos modernos e nos provoca a questionar “o porquê” do  nosso corpo ter uma certa dificuldade em se adaptar a esta cultura de conforto, a qual nossa sociedade nos proporciona com vários tipos de tecnologias e facilidades.

 

Muito do que enxergávamos como desgaste do corpo por mau uso antes, hoje vemos como uma incompatibilidade evolucionária, ou seja, cada vez mais voltamos para nossa essência, percebendo que, assim como nossos ancestrais, também temos que nos movimentar mais e com movimentação variada, pois nosso corpo não foi feito pra ficar parado, sentado em cadeiras e sofás confortáveis por longos períodos.

 

Carl Jung estudou a fundo estas características do ser humano convivendo com nativos de tribos e baseado em sua experiência chegou à conclusão que além da genética, é possível que haja um inconsciente coletivo, uma força arraigada em comunidades que adotam hábitos como rituais gerando comportamentos por gerações, sem que se questione o porquê daquele ritual.

 

De fato, Jung estava certo em relação aos comportamentos e atitudes que estão relacionados ao ambiente e como lidamos com ele, Bruce Lipton demonstrou em sua pesquisa que o cérebro da célula é a membrana, e o DNA executa o metabolismo de acordo com os comandos vindos da membrana. É evidente o quanto o ambiente influencia em nossa vida, e que temos uma grande oportunidade de produzirmos os processos de cura através de como lidamos com as situações, já que influímos diretamente nas membranas de nossas células a partir da alimentação, da forma como nos movimentamos, de como lidamos com as emoções, na verdade todo estímulo que chega ao nosso corpo age sobre nossas células.

 

Então, com inúmeros embasamentos e aplicação diária, o livro “Cura pelo Hábito” foi criado por mim e Rafael Ferreira com uma visão diferente, com o objetivo de trazer toda a visão da abordagem biopsicossocial de forma prática, possível para qualquer um colocar novos costumes na rotina, mostrando que a questão central para a cura de doenças crônicas principalmente é a mudança de práticas diárias.

 

*Claudio Cotter é graduado em Fisioterapia, pós-graduado em Medicina Psicossomática e idealizador da CM2 Clínica Multidisciplinar em São Paulo – SP.

*Rafael Ferreira Pinto é graduado em Fisioterapia, pós-graduado em Medicina Psicossomática e idealizador da Oki Acupuntura Clínica em São Paulo – SP.