Opinião

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Tormentas de um governo insubordinado (I)

Sebastião Pereira do Nascimento*

Desde o fim da ditadura militar no Brasil, ainda que houveram alguns governos capazes de trilhar por vias antidemocráticas, mas nunca houve um governo que causasse tanto sobressalto e temeridade ao povo brasileiro como Jair Bolsonaro. Infelizmente toda a perspectiva do povo brasileiro de ter um país plácido e altruísta está sendo brutalmente removida por este presidente entusiasta da desordem e da indisciplina.

Um governo que para disfarçar sua incompetência, age sempre com ameaças através de discursos agressivos e tentativas de controlar as instituições governamentais, tanto civis como militares, provocando tormentas por todo o país. Num cenário desse é difícil o povo se proclamar e tomar as rédeas de seus afazeres, visto que não se sente seguro dos dias de amanhã.

Uma coisa é certa, a vontade de Jair Bolsonaro de governar o Brasil sob a tutela de um Estado ilegal é grande – certamente essa possiblidade deve ser apregoada na surdina entre seus pares mais próximos –, tendo em conta que sempre vocifera narrativas em favor da ditadura. Além do mais, a sua política de governo é fruto de uma corrente ideológica que sintetiza tanto a subversão da ordem institucional quanto uma política beligerante e de desarranjos sociais. Isto é deverasmente percebido diante das intenções reacionárias impostas pelos setores de desenvolvimento social, esfacelamento das instituições de cultura, ciência e tecnologia, educação e as tentativas de amortecer as universidades públicas, os insultos à cúpula do poder judiciário e ao congresso nacional, além da fixação de armar a população, fortalecimento das milícias, incitação de grupos da polícia militar e tentativas de cooptar as forças armadas.  

No mesmo destino, Bolsonaro trabalha colocando pessoas ideologicamente comprometidas com autoritarismo em setores estratégicos como forma de se brindar e afiançar seus desejos funestos, inclusive admitindo pelegos militares no governo. Para ter uma ideia, o Tribunal de Contas da União recentemente levantou uma lista de mais seis mil militares da reserva e da ativa em cargos civis do governo federal. Isso é muito preocupante dados os riscos de desvirtuamento das forças armadas como aconteceu em tempo recente em El Salvador e Venezuela. Pois, como disse o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, “quando você multiplica militares no governo, eles começam a se identificar como governo e começam a se identificar com vantagens e com privilégios. E isso é um desastre”, disse o ministro.

Nesse caso, Bolsonaro tenta se acercar de forças militares também para inserir medo à população que, apesar dos trinta e seis anos após a ditadura militar, ainda se refaz das atrocidades acontecidas durante os anos de chumbo, algo que Jair Bolsonaro (e seus aliados) faz questão de revigorar a toda hora com propósito de aterrorizar as pessoas.

Quanto aos militares, é bom ressaltar que quem tem falado coisas que o presidente deseja ouvir, no geral, são militares da reserva que estão em funções políticas, no entanto, eles não falam pelas forças armadas como bem destacou recentemente um certo general: “As forças armadas são instituições de Estado, e isso tem ficado claro, e será sempre assim. Não há a menor possibilidade de as forças armadas embarcarem em qualquer aventura política”. Este destaque foi reforçado nesta última quarta-feira pelo ministro da Defesa, general Walter Braga Neto falando em audiência pública na Câmara dos Deputados. “Garanto aos senhores, não existe a possibilidade de politização das forças armadas. Isso é pacífico entre os comandantes, já conversamos”.

No mesmo contexto, as forças militares já vêm traçando uma linha delimitando o avanço da política sobre os quartéis, por exemplo, a atitude de resistência das forças armadas à tentativa do governo de cooptá-las para proposta de um Estado de exceção. Outro impasse que configurou como rejeição às ideias perturbadoras de Jair Bolsonaro foi o pedido de demissão coletiva dos três chefes das forças armadas (ainda que Bolsonaro se antecipasse à demissão).

Nessas nuvens paira ainda a preocupação do Exército com o depoimento do general de divisão Eduardo Pazuello marcado para depor na CPI da Covid no próximo dia 19 de maio. Notícias que vêm do alto comando sugerem que Pazuello será sumariamente negado caso disser que cumpriu uma missão determinada pelo Exército ao assumir o Ministério da Saúde. “Qualquer versão diferente dessa será leviana. Chega de envolver o Exército”, declarou um general da ativa.

Embora exista dentro dos quartéis apoiadores de Jair Bolsonaro (adeptos da ditadura), mas pelo que se ver a cúpula do comando maior das forças armadas sinaliza que as instituições militares não se sujeitam, ou não se sujeitarão, apoiar nenhum plano ilegítimo de um presidente tão insubordinado agora quanto foi durante o seu curto tempo de quartel. Insubordinação não é próprio das forças armadas, apesar do passado tenebroso e do presente sombrio.

*Filósofo, Poeta e Escritor.

Como você usa seus poderes?

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Os homens habitualmente usam apenas pequena parte dos poderes que possuem, e que poderiam usar em circunstâncias apropriadas”. (William James)

Todos nós somos assim. Ainda não somos desenvolvidos o suficiente para saber o poder que temos. Mas para atingir esse patamar temos que evoluir no que somos. Sempre que alguém consegue mostrar, pelo menos, pequena parte do poder que possui, é considerado mágico ou feiticeiro. Todos nós temos o poder de que necessitamos para viver uma vida racional. E um dia, iremos conseguir isso. Mas vai demorar muito. E será aí que iremos viver com o uso do poder que temos, em circunstância apropriadas.

Ainda não nos convencemos de que somos todos animais. E a dificuldade em entender isso está no nosso nível de desenvolvimento racional. Simples pra dedéu. Um exemplo disso está num programa televisivo a que assistimos recentemente. O filósofo entrevistado disse: “…toda pessoa ciumenta é uma pessoa insegura”. Sem saber que o filósofo diria isso, eu venho dizendo há muitos dias, com outras palavras que têm o mesmo sentido: “O ciúme é um descontrole mental”.

Os noticiários atuais nos atormentam, com notícias de barbaridades cometidas por doentes ciumentos. Mas se formos passar isso na peneira, veremos que somos todos iguais. E que temos muito chão a caminhar pela vida, para chegarmos a um grau de civilidade racional. Mas, nada de preocupação nem desleixe. O importante é que comecemos a prestar mais atenção ao que realmente somos, e viver o que somos. Mas procurando sempre ser o melhor. E para melhorar temos que mudar. E novamente vamos citar o Victor Hugo: “Devemos ser o que não somos, mas sem deixar de ser o que somos”. Em caso contrário continuaremos sendo o que ainda somos.


o perca seu precioso tempo pensando no que foi feito mal feito. Nem ficar pensando no que deveria ser feito. O importante é que façamos o que queremos fazer porque deve ser feito. Mas esse pensamento deve ser dirigido à perfeição. E a perfeição não é alcançada na nossa caminhada. Logo vamos continuar caminhando, mesmo depois de termos considerado nosso trabalho como uma perfeição. Seja, hoje, o melhor que você puder ser no que você faz. Porque amanhã você fará bem melhor. Hoje será apenas um treinamento.

Abrace seu dia, hoje. Viva-o como ele deve ser vivido. E você só poderá fazer isso se não ficar preso aos maus momentos que possam acontecer durante o dia. Mantenha sempre em emente que tudo que acontece na vida faz parte da vida. Que quando erramos devemos procurar aprender com o erro. Quando você erra aprende como não fazer. Pense nisso.

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