Opinião

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Tudo na bolsa

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Para que levar a vida tão a sério, se a vida é uma alucinante aventura da qual jamais sairemos vivos”? (Bob Marley)

No início dos anos sessentas tínhamos um programa de rádio, no Rio de Janeiro, com o título: “Bolsa de senhora”. Era legal pra dedéu. O entrevistador ficava o tempo todo, durante a entrevista, mexendo numa bolsa. Só ouvíamos o barulho dos objetos. No final do programa, o entrevistador produzia um barulho enorme, como se estivesse despejando um monte de troços sobre a mesa. Aí ele falava para o entrevistado: “Qualquer dia eu irei encontrar um jipe dentro dessa bolsa”.

Já reparou que sempre que você vai sair com sua esposa, ela se esquece de alguma coisa que deveria estar dentro da bolsa? A menos, claro, que sua esposa seja diferente da minha. E isso não quer dizer que ela, a minha, seja inferior à sua. O fato é que ela faz parte de um grupo que já entrou para a história. E que história! Nunca se aborreça quando sua companheira fizer você dar volta no carro para pegar a bolsa que ela se esqueceu em cima da mesa.

Tempo desses, a dona Salete, o Alexandre e eu, fomos a uma visita ao “Museu do Amanhã”, no Rio de Janeiro. Vivemos momentos de verdadeiro encanto. Vimos num museu, exposições do futuro. Mas o mais importante, ou mais interessante, foi o que nos aconteceu durante a visita. Às dezessete e trinta o museu encerrou as visitas. Saímos e nos sentamos em um banco e ficamos contemplando o movimento dos barcos no mar. Olhei para o relógio e falei:

– Ei, pessoal, vamos pra casa?

Levantamo-nos e de repente a dona Salete quase pulou e falou assombrada:

– Ai meu Deus!! Minha bolsa ficou no banheiro do museu. E agora?

Arregalamos os olhos e olhamos para o museu. E só havia um guarda na porta de saída. Corremos até ele e pedimos socorro. O guarda sorriu e levou a dona Salete até à recepção do museu já fechado. A recepcionista sorriu; trouxe a bolsa e perguntou:

– É essa? Por favor, verifique se está tudo em ordem aí dentro.

Estava tudo em ordem. Bolsa recebida, saímos rindo e felizes. Enquanto isso eu ia matutando como seria que um dia eu iria falar sobre isso. Afinal era mais um caso de bolsas de senhora. Lembrei-me disso ainda há pouco, quando entrei no quarto e me deparei com um montão de bolsas sobre a cama. Não falei nem perguntei nada. Eu já sabia que ali iria haver muitas arrumações. É quando muita coisa é tirada, e algumas jogadas, sabe-se lá para onde. Tudo muito legal. Faz parte da vida. E o mais gostoso é você se lembrar do passado como se ele tivesse sido programado para você se sentir feliz nas lembranças. Cuide da bolsa de sua senhora. Pense nisso.

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Com pandemia, líderes têm que estar preparados para realizar mudanças com resultados e engajamento em suas empresas

*Por Niviani Rudek

A pandemia trouxe um cenário de mudança geral para a sociedade e, para o mundo corporativo, não foi diferente. Diante da necessidade de tantas transformações com o atual momento, o papel do líder na empresa se tornou ainda mais estratégico. Ainda que com adaptações, a liderança em uma empresa tem se mostrado cada vez mais essencial no sentido de provocar as mudanças necessárias para a atuação da empresa não apenas em projetos específicos, mas em relação ao funcionamento de todas as suas atividades. Essa função também passou a exigir novas capacidades e habilidades para conduzir os colaboradores no atual cenário.

Uma pesquisa da consultoria Olivia com 150 executivos de sete países da América Latina apontou que para 63% deles a crise acelerou transformações dentro da empresa. Entre as principais competências necessárias apontadas para os líderes estão a criatividade (67%) e a gestão de mudanças (59%). Entre os principais processos a serem desenvolvidos está a liderança de equipes virtuais (68%) e entre os desafios a habilidade para gestão virtual de equipes (58%) e a manutenção do engajamento da equipe (57%).

O fato é que a pandemia tem provocado uma transformação no mundo corporativo com grande agilidade e, portanto, se fazem ainda mais necessários líderes que consigam lidar com o dinamismo das mudanças, com a possibilidade de integrar suas equipes mesmo à distância e ainda conduzir processos que ofereçam resultados para as empresas. Afinal, com as transformações contínuas, é preciso estar preparado para mudar os rumos de ideias e projetos e até mesmo de planejamentos necessários para a empresa de forma organizada e ágil.

A gestão de mudanças apontada na pesquisa visa reduzir o impacto das novidades, diminuindo a resistência dos colaboradores e trazendo maior engajamento. Mas esse é um processo longo, que exige um trabalho em equipe e muito preparo por parte dos líderes. E isso não vale apenas para o presidente ou diretores de uma empresa, mas também para gerentes, coordenadores ou mesmo líderes em pequenos grupos ou em projetos pontuais.

Baseado em um levantamento da empresa Prosci, trago algumas competências que os líderes precisam desenvolver e que são essenciais para a gestão de um projeto ou mesmo do dia a dia das equipes ou da empresa como um todo.

A comunicação é um item fundamental e contínuo nesse processo, afinal, o colaborador precisa entender qual o objetivo de uma determinada mudança, quais as metas a serem atingidas e onde se quer chegar. É preciso que o colaborador compreenda a importância do projeto e o seu papel nesse processo para que haja engajamento e, dessa forma, ele se sinta motivado a produzir com mais qualidade. Para isso, o líder deve estar preparado para argumentar e oferecer suporte a uma determinada mudança. Mas é importante ficar claro que o próprio líder precisa acreditar e estar engajado com o projeto para que o efeito seja o esperado entre os colaboradores.

Com a consciência da importância de uma determinada mudança, o líder deve treinar seus colaboradores, transmitindo seus conhecimentos no processo. Em um momento de distanciamento social, conversas individuais por ferramentas de vídeo, mensagens ou por telefone podem ser importantes ferramentas. O líder mais próximo da equipe é aquele com melhores condições de verificar o andamento de um determinado projeto, com o acompanhamento de atividades e de desempenho. Cabe a ele também identificar problemas e resistências individuais ou coletivas que podem estar impedindo a equipe de alcançar os caminhos para os melhores resultados. Para isso, o diálogo é imprescindível, inclusive com outros líderes da empresa e colaboradores que não estejam envolvidos em determinado projeto.

O momento atual exige diversos tipos de habilidades para os líderes. E nem sempre estamos preparados ou temos condições para lidar com todas elas. Poder contar com a ajuda de uma equipe especializada em gestão de mudanças que não esteja internalizada na própria empresa pode ser uma saída interessante para o negócio. Afinal, o olhar de fora de alguns profissionais preparados com estratégias de comunicação, gestão de pessoas e indicadores de desempenho, podem identificar problemas que não são facilmente perceptíveis ou que encontram dificuldades de serem superados. O trabalho de gestão de mudanças também pode colaborar para potencializar e preparar melhor os líderes nesse processo. Por isso, estar atento às necessidades e demandas da empresa e buscar um rumo para solucioná-lo é essencial. Afinal, em um período de tantas transformações, quem não implementar mudanças contínuas e não tiver capacidade de se adaptar aos desafios pode ficar para trás.

* Niviani Rudek é diretora de operações da Gateware.

O SUS e seu legado à saúde pública da população brasileira

Por Ademir Medina

Em meio à maior crise econômica e de saúde pública causada pela pandemia de Coronavírus, a sociedade tem manifestado seu reconhecimento pela dedicação dos profissionais de saúde, em todo o mundo. E no Brasil não é diferente. O SUS (Sistema Único de Saúde) e seus colaboradores têm sido fundamentais para evitar uma catástrofe ainda maior aos cidadãos brasileiros.

Em um País em que o sistema público de saúde contempla mais de 190 milhões de cidadãos, onde cerca de 80% da população depende de seus serviços, o SUS tem mostrado, dia a dia, sua força operacional e pragmática. De forma emergencial, provou sua flexibilidade e rápida adaptação às demandas, através da construção de hospitais de campanha, treinamento de profissionais para atuação na linha de frente, abertura de vagas para recrutar novos profissionais, expansão de leitos e compras de recursos, como respiradores e insumos.

Na iniciativa privada, por exemplo, o número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), embora ampliado, foi passível de lotação em curto espaço de tempo, sendo preciso estar alinhado ao SUS para organizar a capacidade de assistência ao paciente.

Nesse sentido, é importante entender o papel do SUS, que abrange desde o simples atendimento para a avaliação da pressão arterial, por meio da chamada Atenção Primária, até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do País. Neste cenário, entra a parceria do Poder Público com o CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”.

Posso afirmar, com convicção, que o CEJAM tem cumprido o seu propósito de transformar a vida das pessoas por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde. Tanto que, em 2021, completa 30 anos de existência orgulhoso de sua trajetória até aqui.

Hoje responsável pela gestão de mais de 120 unidades e serviços de saúde em 14 municípios e com mais de 16 mil colaboradores, a Instituição tem se destacado por sua atuação em todos os níveis de atenção à saúde: primária, especializada, urgência e emergência e gestão hospitalar.

Vale destacar os esforços que têm sido feitos pelos governos municipais no sentido de acudir em tempo seus munícipes. A cidade de São Paulo dá um bom exemplo de que é possível, através do fortalecimento da Atenção Básica, fornecer uma melhor assistência, inclusive, ampliando em seus territórios estratégias de implantação de leitos em seus ambulatórios.

Por fim, gostaria de exaltar ainda que a parceria entre as Organizações Sociais e o Poder Público imprime, inclusive, o fortalecimento do SUS. Exemplo disso se concretiza nas unidades geridas pelo CEJAM, que possui certificações, incluindo seis acreditações ONA (Organização Nacional de Acreditação). E assim seguiremos, juntos, enfrentando, da melhor forma possível, este delicado momento e tantos outros que poderão surgir, com respeito à população e focados em uma saúde de qualidade. Vamos em frente!

Ademir Medina é CEO do Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM)