Opinião

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O efeito Juliette, a By Money e o caso Madoff

*Dolane Patrícia

Existem coisas na vida que de repente são apresentadas pela mídia e causam uma explosão de números impressionantes!

Foi assim com Juliette do ‘BBB’, vencedora de um programa que algumas pessoas insistem em acompanhar dia a dia, às vezes até mesmo por 24 horas seguidas, mesmo não se sabendo ao certo, qual real benefício trará para a vida de quem assiste.

Juliette entrou no programa como integrante do grupo Pipoca, a advogada tinha pouco mais de 3.800 seguidores no instagram, com a participação no programa por alguma razão, passou para mais de 26 milhões de seguidores, tornando-se a participante mais seguida da edição.

Recordista de curtidas por minuto no mundo, bateu o recorde que pertencia à cantora Billie Eilish, conquistando um milhão de likes em um post na rede social em apenas três minutos.

Não há como negar que a paraibana Juliette Freire é um fenômeno que do dia para a noite teve sua vida mudada, em antes e depois do BBB21.

Em Roraima também teve algo bem parecido com o efeito Juliete, a descoberta das empresas By Money. Do dia para noite, várias pessoas que vinham recebendo juros de até 20% ao mês por um período de cerca de dois anos, viram seus sonhos desmoronarem junto com o fechamento repentino da empresa.

Com a mesma velocidade que Juliette quebrou todos os recordes, a By Money também quebrou!

O silêncio ensurdecedor da empresa deixou os corações dos investidores ainda mais cheios de aflição, mas operações como essa, supostamente chamadas de “Pirâmide Financeira” nunca prevalecem.

Um caso parecido aconteceu nos Estados Unidos com números alarmantes iguais aos da Juliette e da By Money. No caso do filme “O mago das mentiras”, tratava-se de um golpe de US$ 65 bilhões que quebrou investidores e levou à prisão Bernie Madoff, condenado pela maior fraude financeira da história dos Estados Unidos, morrendo na prisão aos 82 anos em 14 de abril de 2021, de causa de não informada.

Esse filme é inspirado na história real de Bernie Madoff, um dos maiores investidores da bolsa. Ele foi responsável por uma sofisticada operação, Com essa história, você consegue entender como funciona o esquema de pirâmide financeira, que sempre promete altos rendimentos, mas não se sustenta.

É interessante ver como ele conseguiu manter o esquema por tantos anos, enganar tantas pessoas e como se deu a descoberta da fraude por uma jornalista, levando-o à prisão e condenação de 150 anos em uma cadeia de segurança máxima. Morreu sozinho depois de ter o casamento destruído e perder 2 filhos, um para o câncer, possivelmente agravado pela mágoa do pai e outro que se suicidou quando soube de onde vinha a fortuna do seu genitor.

No caso do filme, a família foi completamente destruída e os filhos do mentor, todos mortos. Isso lembra o que está escrito em Deuteronômio 5:29 que deixa clara a mensagem de que é melhor obedecer os mandamentos de Deus e temê-lo, pelo bem das pessoas e para o bem dos seus descendentes. Então considerando que há um Deus que tudo vê, valerá a pena sacrificar o futuro de uma descendência? Por dinheiro?

Isso é importante destacar porque somos escravos das consequências das escolhas que fazemos.

Na verdade, só dá para ter ideia do montante de investidores, a partir do momento que entrarem na justiça, porque existe um procedimento criminal em curso e assim haveria noção da quantidade de vítimas e a real proporção dos valores recebidos pela empresa, uma vez que pessoas do Brasil inteiro investiram na filial de Boa Vista.

Várias pessoas estão com o emocional destruído, em razão do caso By Money, Casamentos foram afetados, relacionamentos de pais e filhos estremecidos, negócios faliram e várias pessoas entraram em depressão, considerando o fato de já estarmos vivendo uma pandemia.

No caso da Juliette ela saiu vencedora do BBB21 e milionária, acordou no dia seguinte e descobriu que possuía fama e números que batiam recordes mundiais e milhões de pessoas em um país que torcia por ela e a “amava”, numa euforia “big brotheana” sem precedentes. As lágrimas de alegria rolaram pelo seu rosto, antes mesmo de saber o grande sucesso que havia adquirido. Os números se tornariam ainda maiores após sua saída da casa.

Mas, no que se refere ao caso dos investidores da By Money, quando acordaram e viram que a empresa havia fechado, sentiram o risco iminente de perder tudo que haviam adquirido com o suor do seu rosto, economias de uma vida… Com certeza as lágrimas que rolaram, eram de completo desespero!

Nesse contexto, três coisas ficam claras: O sucesso repentino de Juliete, expresso pelos números colossais de seguidores e curtidas nas publicações, os números ainda desconhecidos, mas alarmantes dos valores investidos na By Money, e os 65 bilhões de dólares do golpe do caso Madoff, morto na prisão dos Estados Unidos.

Os números estarrecedores identificam essas três histórias, todas envolvendo milhões, os números da By Money, que tem empresa também em Manaus e no Maranhão, são incalculáveis, o valor do caso Mardoff foi de 65 bilhões, Juliete ganhou um milhão e meio, já está ganhando uma verdadeira fortuna…Só que honestamente…

Inclusive, sem prejudicar famílias inteiras e sem destruir ninguém… Isso deixa claro muitas coisas, dentre elas, que “o mundo não é dos espertos. É das pessoas honestas e verdadeiras. A esperteza um dia é descoberta e vira vergonha. A honestidade se transforma em exemplo para as gerações do futuro. Uma corrompe a vida, a outra enobrece a alma.”

*Advogada, Juíza arbitral, Escritora, coach, analista de perfil comportamental, apresentadora de TV. Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia, pós graduada em Direito Processual Civil e Direito de Família, Pós graduanda em Direito Empresarial, Marketing digital e Branding Personalidade Brasileira e Personalidade da Amazônia. Whats (95) 99111-3740. Aplicativo: Dolane Patricia.

Um pássaro no canto

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Quando ela canta me lembra um pássaro. Não um pássaro cantando, mas um pássaro voando”. (Ferreira Goulart – referindo-se a Nara Leão)

Encanta-me ouvir ou ler algo sobre a admiração que os intelectuais têm pela simplicidade inerente à qualidade. Ontem assisti a um programa de televisão que exibiu várias partes de grandes músicas populares brasileiras de anos passados. Cantores e cantoras, dos quais a maioria dos brasileiros nem se lembra mais. Aí fiquei pensando: Qual o jovem, ou mesmo os maduros das décadas sessentas e setentas ainda se lembram da Nara Leão, do Moacir Franco, e tantos e tantas que nos encantaram com músicas populares de altíssima qualidade?

Mas tudo faz parte da evolução. Embora não saibamos para onde estamos evoluindo. Mas também faz parte. Quando os “Novos Baianos” chegara a São Paulo, houve uma tremenda revolta cultural na música popular brasileir
a. Os novos grupos formavam-se, criavam-se e revolucionavam. E muita coisa bonita e criativa nasceu naquela época. Assisti a grandes apresentações dos grandes grupos musicais. E um dos maiores espetáculos a que assisti, na época, foi o “Couro nelas”. No Parque do Ibirapuera, quando a Rita Lee se apresentou numa apresentação solo.

Mas vamos moderar. A grandeza do espetáculo não estava na apresentação da Rita Lee, mas no show. Foi na época em que as mulheres usavam muita roupa de couro. O que veio logo depois dos vestidos de saco. Você conhece a história do “vestido-saco”? “Ela só anda de vestido saco. Já não aperta mais a cinturinha. Andar na moda é o que ela quer. Gastar dinheiro é o prazer dessa mulher”. A grandeza do espetáculo no Ibirapuera fica pra depois. Ela exige muito espaço.

As mudanças sempre foram e vieram na caminhada da evolução. O importante é que saibamos nos adaptarmos às mudanças. Então vamos mudar. Vamos acabar com essa fraqueza mental de querer jogar o valor do passado para o lixo, com o apelido de “sofrência”. Aliar o passado ao presente faz parte da evolução racional. O Gandhi aconselha: “Todos devemos ser a mudança que desejamos ver no mundo”. O Victor Hugo também alerta: “Devemos ser o que não somos, mas sem deixar de ser o que somos”. Com certeza, muita gente da época do Victor Hugo não entendeu o pensamento dele. Muita gente deve ter dito: como é que eu vou ser o que não sou? E ainda mais sem deixar de ser o que sou? Como é que eu vou mudar?

Todos temos que mudar. Mas sem esquecer, nem ignorar as mudanças, tanto do presente quanto do passado. O Ferreira Goulart sentiu a ausência da Nara Leão, no encanto do canto. Vamos viver isso para vivermos. Pense nisso.

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