Opinião

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A rota do futuro sustentável no Brasil

*José Manoel Ferreira Gonçalves

 

Falamos em recente artigo sobre a necessidade de o Brasil superar a inércia do atual governo e assumir um papel de destaque nas discussões sobre sustentabilidade, entendendo que essa se encontra não apenas na raiz da preservação do planeta, mas também na luta pela redução da desigualdade. Agora, vamos tratar das alternativas que se apresentam para superarmos nosso impasse econômico-ambiental, de forma que tenhamos emprego, renda e consumo sustentável.

Entre muitos movimentos que devem ser sincronizados, precisamos de um Estado capaz de gerar confiança interna e credibilidade lá fora. A impressão geral reinante, e absolutamente real, é a de que temos aqui uma debilidade operacional no enfrentamento dos problemas, o que de fato gera insegurança, tristeza e vergonha. 

Precisamos reagir rapidamente no intuito de fortalecer a percepção mais ampla da sociedade civil em torno de um melhor funcionamento da economia, respeitando as orientações das autoridades sanitárias, com suporte às famílias e negócios mais vulneráveis. Esse cuidado nos impele a termos reaberturas para a circulação de pessoas com segurança, que não tragam mais mortes e descontrole.

O aumento do consumo deve ser planejado, considerando os limites dos recursos naturais locais e globais. Isso demanda um olhar mais apurado, que possa contemplar o futuro com profundidade.

Uma ferramenta importante para alavancar esse novo tempo consiste na geração de mais polos de desenvolvimento científico e tecnológico no país e o apoio aos que hoje já existem. As instituições de pesquisas são um instrumento que habilita o país a deixar o papel de colônia do mundo e evoluir para a estratégica posição de parceiro de respeito. Devemos exigir que aqui possamos desenvolver técnicas e soluções diferentes – muito diferentes – dessa acomodação criminosa que nos mantêm alheios do melhor da ciência, regredindo em vez de caminharmos firmes para um porvir que pode ser de excelentes oportunidades. Esse esforço requer também o incentivo consistente às nossas universidades, públicas ou privadas.

Queremos, enfim, um novo modelo de nação, em que não sejamos condenados a exportar comodities. É muito estéril nos conformarmos com essa única aspiração.

O resgate dessa grandeza passa, por exemplo, com a reativação de nossos trilhos, com ferrovias para todos, não somente para levar grãos e minério de ferro para os nossos portos, mas produtos com valor agregado resultado de um processo forte de reindustrialização; e ainda, e não menos importante, que a malha ferroviária seja um vetor de integração nacional, transportando passageiros em deslocamentos de média e longas distâncias.

 

Cuidar do meio ambiente não é um estorvo para uma sociedade. Ao contrário, é uma dádiva a ser vivenciada a cada dia por quem desfruta de um país continental, rico em recursos naturais e diversidade geográfica.

Vamos construir, estrategicamente, passo a passo, essa rota para um futuro de sustentabilidade no país, priorizando parcerias responsáveis de médio e longos prazos para transformarmos o Brasil num imenso canteiro com obras sustentáveis, de forma a aproveitar as especificidades regionais e suas infinitas complementariedades.

 

*José Manoel Ferreira Gonçalves é engenheiro, jornalista, advogado, professor doutor, pós-graduado em Ciência Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, integrante do Engenheiros pela Democracia e presidente da Ferrofrente – Frente Nacional pela Volta das Ferrovias.

Um olhar cuidadoso salva vidas

*Dra. Marihá Lopes

 

Durante um atendimento infantil, o que não é dito também precisa ser valorizado. A criança, muitas vezes, está tão receosa de falar o que realmente sente ou vivencia que passa a se fechar. As crianças, quando estão passando por situações de violência, costumam mudar seus comportamentos – em muitos casos, essa mudança é acentuada, a criança passa a ter atitudes violentas, pode se isolar e se mutilar como forma de punição.

 

Quando se fala de violência, não é apenas a física. Não podemos esquecer da violência sexual, psicológica, maus-tratos, abandono e negligência. Os adultos que participam da vida dessa criança precisam estar atentos às mudanças bruscas de comportamento e tentar deixá-la com a sensação de segurança e conforto para que possa expor o que está acontecendo.

 

Sabemos que, na maioria das vezes, o inimigo está dentro de casa, então os familiares precisam acreditar na fala dessa criança. Esse primeiro ponto é fundamental para promover a sensação de segurança.

É importante lembrar que, segundo o artigo 4º do ECA, é “dever da família, comunidade, sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação (…)”; pelo artigo 245, cabe ao “médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente”. Ou seja, precisamos entender que nem sempre essa criança ou adolescente conseguirá expor de forma clara o tipo de violência que está vivenciando. Cabe a nós termos esse olhar cuidadoso e buscar ajuda.

 

Durante a pandemia, tivemos um aumento de violência doméstica, devido ao maior tempo compartilhado entre os agredidos e agressores. Uma possibilidade de reduzir isso é denunciando. O Disk 100 é um dos principais canais de proteção a crianças e adolescentes.

A denúncia pode ser anônima.  Além desse canal, os responsáveis precisam observar as mudanças comportamentais, conversar com a criança em um ambiente neutro e de forma calma dizer que quer ajudá-la, que ela está segura, que nada de ruim acontecerá com ela ou com sua mãe/pai, que você acredita no que ela está falando, observar se há machucados constantes, se está apresentando algum sintoma de dor ou está com comportamento de esquiva.

 

A denúncia pode ser feita por todos nós, não podemos nos isentar. As crianças e adolescentes precisam dos cuidados de adultos para sua sobrevivência.

 

*Marihá Lopes é psicóloga clínica, especialista em terapia cognitiva comportamental e psicologia social. 

Oriente sem dirigir

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Diga às pessoas como elas podem ser beneficiadas fazendo exatamente o q
ue você lhes diz e não como você irá se beneficiar disso”. (Les Giblin)

Nesse pensamento está o princípio da educação. Comece a educar seus filhos dentro de sua casa, seu lar. Um trabalho que deve ser feito com cautela, inteligência e dedicação. Oriente seu filho para que ele saiba escolher a vereda que deverá seguir no futuro dele. Mas no futuro dele e não no seu.

Simples pra dedéu. E você não precisa ser um intelectual para orientar seu filho no caminho certo para um futuro seguro para ele. E aqui vai mais uma vez, o conselho do Moisés Hause, (assim mesmo, com a): “O bom exemplo é, e sempre será, a melhor didática”.

Seja sempre um orientador exemplar. E você nunca será um bom exemplo com comportamento grosseiro com seu filho dentro de casa. E a grosseria está no mau comportamento no falar, agir e fazer.

Você já conhece aquele exemplo que lhe falei do pai daquele operário que trabalhava na empresa em que eu trabalhava, em São Paulo. Era um garoto e estava tramando um “golpe” para ser demitido da empresa e receber a indenização.

Um dia, ele recebeu uma carta do seu pai, do sertão do Ceará, dizendo, entre outros ensinamentos: “…essa não foi a educação que lhe dei”.

Independentemente do seu nível intelectual, você pode ser uma pessoa bem-educada que transmite a educação dentro do lar. Oriente sempre seus filhos, independentemente do sexo deles, e do seu comportamento infantil.

Deixe que ele vai entender o seu pensamento no que você diz, em relação à orientação que lhe dá. E sempre que o orientar para enfrentar o mundo, não lhe mostre seu interesse no seu futuro e sim no dele. Porque eles vão viver o mundo deles e não o seu. E você não tem a mínima ideia de como vai ser o mundo dele.

Todos nós estamos decepcionados e preocupados com a Educação no Brasil. Ela vem despencando há séculos. Estamos nos aproximando de novas eleições e tudo que vemos e ouvimos são baboseiras e mediocridades. Cinco décadas atrás já tivemos uma apresentação, pela televisão, sugerindo que mudássemos a letra do Hino Nacional Brasileiro, porque ele é muito clássica, e os estudantes não conseguem entender. Qual o candidato às eleições está falando sobre educação? E se isso não é preocupante pra você, cuide-se. E não se esqueça de que somos nós, com nossos votos, os responsáveis pelo futuro do nosso País.

Quando estiver se preparando para ir para a rua gritar contra ou a favor de algum candidato, pare e reflita sobre sua responsabilidade, e esta não está nos gritos nem arruaças, mas na sua educação. Pense nisso.

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