Opinião

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Os apoiadores de um governo que o Brasil não merece

Sebastião Pereira do Nascimento*

Diante do cenário de crise política e estrutural que o Brasil vive, provocado pelo desgoverno de Jair Bolsonaro, vem à tona a necessidade de saber o perfil do eleitor que votou no Bolsonaro em 2018. De um lado, temos apoiadores que votaram no Bolsonaro por tudo de ruim que ele representa, ao mesmo tempo em que qualquer semelhança não era mera coincidência. Por outro lado, apoiadores oportunistas ou situacionistas que votaram no Bolsonaro levados pelos discursos hostis, orquestrados pelo candidato, que incitavam repulsa a qualquer agenda que sugerisse ideias socialistas ou grupos de oposição, taxados por eles odiosamente de esquerdistas ou de comunistas.

Porém, o que todos esses eleitores tinham em comum, é a falência intelectual. Pois acreditavam nas mais esdrúxulas palavras editadas por um candidato repleto de ressentimentos tóxicos, os quais navegam pela retórica da estupidez e impulsionam os indivíduos acéfalos a praticarem as mesmas atitudes ameaçadoras ou no mínimo dar um voto de confiança. Outras questões que assanharam os apoiadores de Bolsonaro, foram os turbilhões de acenos em alusão à ditadura, o fascínio pelo poder bélico, a falsa bandeira anticorrupção e a hipócrita valorização da família, dos bons costumes e da ordem patriótica.

Assim, de todos os candidatos a presidente da república, que obviamente não era dos melhores, a maioria escolheu o pior. Isso tem a ver com o interesse ou a visão de cada votante no que tange às propostas defendidas por Bolsonaro, as quais, em parte ou totalmente, se alinhavam ao perfil de cada um dos 57 milhões de eleitores. A partir disso, sem atentar para outros fatores, é possível traçar um breve o retrato do eleitorado do então candidato Jair Bolsonaro nas eleições de 2018:

Votou no Bolsonaro aquela pessoa que aplaudia quando ele dizia que as universidades eram centros de balbúrdias, prostíbulos ou antros de drogas. Por isso iria “aparar” as universidades e as instituições de pesquisas porque também eram vistas como “ninhos de rato”. Ao mesmo tempo que intencionava “cortar” os orçamentos das instituições acadêmicas e científicas e do ministério da educação. Também cogitava reduzir as bolsas de apoio à pesquisa e pós-graduação e desmontar os programas de acesso às universidades, Enem e ProUni.

Votou no Bolsonaro aquele eleitor que aplaudia quando ele apregoava acabar com os incentivos à cultura brasileira; quando visava adotar uma política de negação cultural e contrariar os diferentes segmentos e movimentos culturais representados no país; quando insinuava extinguir o ministério da cultura e suscitava nomear para os setores da cultura pessoas racistas, xenófobas e intelectualmente deficientes.

Votou no Bolsonaro aquela pessoa que aplaudia quando ele vociferava o desmonte das instituições de controle e fiscalização ambiental; quando falava em flexibilizar as normas de fiscalização e proteção ambiental; quando prometia abrir a floresta amazônica para as madeireiras, a mineração ilegal, o agronegócio e os grileiros de terras; quando citava que não haveria mais reconhecimento de novas áreas de conservação ambiental e que colocaria em prática uma política de redução ou extinção de unidades de conservação.

Votou no Bolsonaro aquele que aplaudia quando ele expunha acabar com o usufruto exclusivo dos povos originários; quando dizia que não haveria mais demarcação nem ampliação de terras indígenas; quando incitava a mineração e a invasão das monoculturas sobre as TIs; quando alimentava a violência contra os povos originários; quando falava que iria mudar a legislação sobre direitos indígenas, permitindo a invasão das áreas e o massacre dos índios isolados.

Votou no Bolsonaro aquele indivíduo que aplaudia quando ele verbalizava declarações misóginas, evidenciando uma perspectiva de absoluta violência institucional contra as mulheres. No mesmo contexto, quando Bolsonaro fazia manifestações de ódio contra a minoria social, que ironicamente forma a maioria da população brasileira, excluída historicamente da garantia dos seus direitos básicos por questões: financeira, etnia, origem, gênero, sexualidade e outras.

Votou no Bolsonaro aquele sujeito que partilhava da opinião do candidato quando cogitava deliberar o uso de armas para população, inclusive municiando fortemente as milícias urbanas. Uma atitude que incentiva a violência civil, aumenta a insegurança pública e prioriza a hostilidade em detrimento da harmonia; política antissocial que levará ganhos exorbitantes aos contraventores, contrabandistas e fabricantes de arma de fogo.

Votou no Bolsonaro aquele que aplaudia um político que durante vinte e seis anos no congresso nacional, além de defender pautas reacionárias e ignorar os grandes problemas do país. Consta nos anais do congresso que, como parlamentar, Bolsonaro aprovou apenas dois projetos, ambos inexpressivos. Outros projetos apresentados nunca foram aprovados devido à falta de qualidade dos projetos. Assim, Bolsonaro passou vinte e seis anos como parlamentar consumindo dinheiro público sem oferecer nada em troca para a sociedade. Isso deixa claro que Jair Bolsonaro nunca foi digno do cargo público, nem mesmo nos poucos anos de exército.

Assim, foi através desses apoiadores que Jair Bolsonaro foi eleito. Uma base eleitoral (que vertiginosamente está sendo diluída) formada por gente oportunista, subversiva, corrupta e violenta. Contudo, vejo difícil mudar o curso do Brasil enquanto Bolsonaro for presidente, como solução é premente votar no próximo ano para retirá-lo do poder, depois é juntar os cacos e refazer o país.

* Filósofo, Poeta e Escritor.

De Onde Virá o meu Socorro?

Debhora Gondim

Salmos 121:1 -2

Socorro é a palavra usada quando nos encontramos em perigo. Quando nos deparamos em situações que nos fazem entender que não estamos no controle. Algumas trazem inquietude e desespero. Dão a sensação de que estamos perdidos e desamparados. Afinal, vivemos tempos difíceis e desafiadores. A morte nunca esteve tão perto de cada um de nós. A dor do luto tornou-se um sentimento experimentado por muitos. A humanidade vive a ameaça de um ser invisível, com poder de destruição.

O sofrimento, a dor, doença e morte tem sido manchete nos jornais. Lemos sobre eles nas redes sociais, vemos nas esquinas, na vizinhança, nos hospitais e às vezes entram em nosso lar sem pedir licença. Todo este contexto tem levado muitos ao desespero e ansiedade. Outros estão anestesiados e não sentem mais a dor do outro e tudo não passa de dados científicos e estatísticos. Nada mais é do que, uma oportunidade de lucrar em cima do caos mundial e da dor do outro. Temos tentado lidar com tudo isso sem adoecer mentalmente.

As provações estão cada vez mais constantes (Tiago 1:2 -4). Sejam por crises internas, crises no casamento, fraquezas a serem vencidas, doenças, luto, dificuldade financeira ou um filho problemático. Tem épocas que as provas da vida acontecem simultaneamente ou uma seguida da outra. Assim, como aconteceu com Jó, que tem sua história relatada na Bíblia. Nestes períodos parecem que os problemas vão nos tragar. Que não veremos a luz no fim do túnel. As lágrimas embaçam a visão e clamamos por socorro, sem nos darmos conta de onde virá.

Por diversas vezes não buscamos este auxilio na hora da dor, do sofrimento onde termos o amparo. Muitos buscam assistência no ser humano; na ideologia política; no trabalho árduo; na faculdade; na vacina; no politico; no concurso que almeja fazer; colocando em si, pelo fato de ter uma vida politicamente correta; no
livro de autoajuda que foi escrito por um ser tão caído e cego quanto qualquer outro ser humano. Trazendo assim, a ilusão de que a resposta, o benefício para sua vida está em bens, títulos e em pessoas (Salmos 20:7).

A Bíblia, que é viva e eficaz (Hebreus 4:12), vem responder de onde vem o nosso socorro. Davi ao escrever os Salmos 121 e 124 nos diz que o socorro que tanto buscamos está em Deus, que fez os céus e a Terra. Ele é o nosso auxilio, nossa ajuda, nosso benefício. Ele é onisciente e onipresente, em quem podemos confiar e obter o socorro quando os obstáculos da vida aparecem na caminhada (Salmos 118:8). Nestes momentos nunca passaremos sozinhos. Deus está sempre disponível para estender as mãos e nos levantar.

Em Isaías 41:21 o Senhor nos convida a apresentarmos nossa causa a Ele. Voltando no mesmo capítulo, no versículo 13 e 14 Ele nos diz para não temer, pois Ele é o nosso refúgio, quem nos segura com sua mão e nos ajuda. Ele é o nosso redentor. Confiemos no Senhor. Deus tem propósitos em meio às provações que enfrentamos. Mesmo quando elas nos levam ao deserto, ou a uma fornalha ardente. Jesus quer nos refinar como o ouro, para extrair a imagem de Cristo em nós, que o pecado desfigurou. De forma a ser transformado e venha a refletir o brilho da Glória de Deus.

Por fim, Jesus convida: venham e atendam o meu convite, todos os que estão cansados e sobrecarregados, pois Eu lhe darei descanso. Sejam meus discípulos e aprendam de mim, para encontrarem descanso para a alma. Pois o meu ensino é suave e leve (Mateus 11: 29 1 30).

*Teóloga e Professora

A vida passa

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Para que levar a vida tão a sério, se a vida é uma alucinante aventura da qual jamais sairemos vivos”. (Bob Marley)

As pessoas realmente felizes vivem mais do que as pessoas negativas. Todos nós influenciamos as outras pessoas, mesmo sem saber que estão influenciando. É muito difícil você se sentir bem ao lado de uma pessoa pessimista. É um processo que não há como explicar, se não formos especialista. Então o entender fica com você. Mas procure ser uma pessoa otimista, e esteja sempre disposto ou disposta, a transmitir a felicidade com sua presença. O que é muito simples, desde que você seja simples.

Não se curve diante dos trancos da vida. O bob Marley também disse: “Vocês riem de mim por eu ser diferente, e eu rio de vocês por serem todos iguais”. E por que não nos igualarmos, tornando-nos todos otimistas? Uma tarefa realmente difícil para o ser humano. Mas se você não consegue dominar seu pessimismo, não se preocupe. Ele faz pardo do seu grau de desenvolvimento racional. E por isso procure entender um pouco da racionalidade.

E quando sabemos sobre nossas vidas, as vivemos com racionalidade. E não leve isso como uma religião, norma, ou coisa assim. É apenas uma questão de saber viver. E ser feliz não é ter tudo, no exibicionismo. A riqueza está em ser feliz. Já conheci pessoas donas de grandes propriedades e riquezas materiais, e que viveram felizes na simplicidade. E que foram muito ridicularizadas, pelos despreparados.

Procure ser feliz com você mesmo ou mesma. Independentemente de sua posição social ou profissional, você tem tudo de que um ser humano necessita para ser feliz. O importante é que você não leve a vida tão a sério. Ela é para ser vivida. E você pode viver feliz, na alegria do simples. E não pense que estou ficando tonto. Mas vivi isso, na semana passada. Saí para comprar alguma coisa no supermercado. Na saída, a dona Salete falou:

– Traga uma fruta pro almoço!

Saí pela rua pensando numa fruta, mas sem saber qual. Pensei, pensei e continuei pensando, sem encontrar uma solução. Até que, passando por uma construção, ali ao lado, um cidadão gritou para o seu auxiliar:

– Abaixe aqui!

Sorri e sair feliz da vida. Comprei o cortador de unhas, fui até às frutas e comprei um abacaxi. Cheguei a casa e a dona Salete ficou muito feliz. Era exatamente o que ela queria. Simples pra dedéu. Aquele profissional da construção nunca vai saber que me livrou da dúvida e que fez a dona Salete ficar contente com um abacaxi. É isso aí. Coisas aparentemente insignificantes podem lhe trazer momentos felizes com pensamentos simples e aparentemente irrisórios. Pense nisso.

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