Opinião

OPINIAO 12226

AMOR POR BOA VISTA

Dolane Patrícia*

“Cidade do campo, beira rio, estrela do norte do Brasil, cidade do campo entardecer Boa Vista linda de se ver. Correm rios de tempo, Águas de Pacaraima, Montes em movimentos, Coração de Roraima” é o que diz a lindíssima letra do Poeta Eliakin Rufino.

Apesar de ter nascido na Bahia, sou apaixonada por Roraima, cheguei em 1993 e me lembro como se fosse ontem, do dia em que estava dentro do avião prestes a pousar em Boa Vista. “No verde do campo vi você”… Era noite, mas dava para avistar a “Cidade do campo beira rio”.

Lembro-me também de quando percorri pela primeira vez a Avenida Ene Garcez. Aquelas luzes, aquela Avenida linda. Foi amor à primeira vista.

“Buriti do campo que prazer! Igarapé tão bom te conhecer”. Foi uma noite em que meus pensamentos realmente voaram sobre o Monte Roraima.

Enquanto o carro percorria as estradas de Boa Vista, cada detalhe me chamava à atenção. Estava no Extremo Norte do Brasil, conheci pessoas de todos os lugares do País, nunca vi tamanha miscigenação.

Quando meu filho Arthur na época com 4 anos se formou no SESC não pude conter as lágrimas ao ouvi-lo cantar a música “Makunaimando”, Zeca Preto e Neuber Uchôa: “Cai o sol na terra de makunaima, Boa Vista no céu, lua cheia de mel, sobe a serra de Pacaraima, eu sou de Roraima surubim, tucunaré, piramutaba sou pedra pintada, buriti, bacaba Caracaranã, farinha d’água, tucumã, curumim te espera cunhantã. Um boto cantando no rio beijo de caboco no cio parixara na roda de abril se abriu linha fina no meu jandiá carne seca, xibé, aluá jiquitaia, caxiri, taperebá”. Até hoje esses momentos passeiam por minha mente como se fosse um filme!

Boa Vista é sem dúvida uma cidade que deixa marcas. Muito interessante a sua história, começando pelo fato de ser uma cidade projetada, baseada nas ruas de Paris.

A História de Boa Vista é muito bem relatada por grandes nomes, como Aimberê Freitas e em diversos sites, numa soma de escritos diversos, onde destaca que “no século XIX, quando inúmeras fazendas estabeleceram-se ao longo dos rios que compõem a bacia do Rio Branco, teve início a formação de um pequeno povoado que se chamou Freguesia de Nossa Senhora do Carmo. O lugar teria o nome mudado mais tarde para Boa Vista do Rio Branco. Na década de 1930, uma fazenda do Império – que deu origem a um pequeno núcleo populacional formado nas terras ao redor – passou a chamar-se Boa Vista e deu nome definitivo ao lugar. Com a criação do Território Federal de Roraima, em 1940, a cidade foi escolhida para ser a Capital”.

Às margens do Rio Branco, Boa Vista imortalizou parte da história da cidade. É a única capital brasileira localizada totalmente ao norte acima da linha do Equador, ou seja, o calor incomoda “um pouco”. No entanto, não impede que seus moradores contemplem as belezas de suas arquiteturas e também as belezas naturais que a cidade proporciona.

Mas, as rosas, por mais belas que sejam, têm seus espinhos. O desemprego ainda é muito preocupante, o Município não possui indústrias, o comércio sofreu com a pandemia e a relação que existia com a Guiana e a Venezuela não é mais uma realidade. A grande verdade é que Boa Vista passa por um momento difícil financeiramente, a maioria da população é composta por funcionários Públicos, e quem nunca ouviu aquela frase: “Espera o pagamento desse mês?”

Ademais, a saúde tem se mostrado frágil e os hospitais estão lotados, a UTI disputada por todas as classes, a vacina ainda não contemplou a todos e tem a violência que ainda assusta! Muitas pessoas acabam voltando para sua terra Natal, enquanto as fronteiras se abrem para os venezuelanos (nunca foram fechadas de fato).

No entanto, os fatos que persistem na memória são os que falam mais alto. Lembro-me de quando fui à inauguração da Praça das Águas, pela primeira vez. Aquelas luzes coloridas com aquelas fontes luminosas, as famílias com seus filhos andando de patins, era um espetáculo dantesco, que ainda se vê nos dias de hoje, com a vantagem do wi-fi grátis.

Ainda tem outros pontos positivos (melhor focar neles) lugares bonitos para o lazer com a família, uma vista linda e um luar incrível onde o meu coração se desfaz em frente ao Mirante, numa orla quase que encantada no Parque do Rio Branco.

Posso afirmar que as grandes avenidas ainda me lembram o dia em que pisei na cidade pela primeira vez e cada momento que dirijo pelas ruas da capital de Roraima, me faz lembrar a letra do hino de Boa Vista: “São manhãs de luz, são novas crianças, o sol traz ao campo verdes esperanças para o povo índio, os negros e brancos que semeiam vida pelos verdes campos.”

*Advogada, Juíza Arbitral, Coach pela Febracis, Apresentadora de TV, analista de perfil comportamental, Pós graduada em Direito Processual Civil e Direito de Família, pós-graduanda em Direito Empresarial e Neurociência. Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia. Personalidade da Amazônia e Personalidade Brasileira. Baixe o aplicativo DOLANE PATRICIA whats 99111-3740. Instagram DraDolane_patricia. Canal do Youtube: Dolane PatriciaRR

O COMÉRCIO EXTERIOR NO PÓS PANDEMIA DO COVID-19

Giselle Farinhas

O comércio exterior experimentou diversos obstáculos, durante a pandemia do coronavírus, impondo uma transformação imediata e significativa dos procedimentos necessários a conferir agilidade e eficiência diante de um episódio eminentemente imprevisível.

Nesta linha de raciocínio, no que diz respeito à ausência de previsibilidade, as empresas têm dificuldade de planejamento e de tomada de decisões, bem como o grande efeito negativo que a pandemia teve sobre os modais marítimos e aéreos, eis que estes tem sofrido fortemente com as regras sanitárias impostas pelos países para a contenção do COVID-19, necessitando-se verificar as questões jurídicas legais, para cumprimento dos contratos estabelecidos nas relações do Comércio Exterior da melhor forma possível.

No entanto, apesar das dificuldades, inclusive jurídicas, dentre as 20 maiores potências do globo, o Brasil foi o único país que conseguiu aumentar o volume exportado durante a pandemia, sendo este volume relacionado diretamente ao agronegócio, que obteve resultados positivos mesmo durante a pandemia, além de avanços significativos na simplificação do processo de desembaraço aduaneiro.

Desta forma, com a recuperação da economia da Ásia, mas principalmente da China, maior parceiro comercial do Brasil, a tendência é de que no decorrer do ano de 2021 este fator ajudará a minimizar os efeitos negativos na economia, auxiliando nos volumes de exportação, e um retorno a níveis mais próximos do que era esperado.

A recuperação das economias acopladas aos avanços nas soluções jurídicas visando a adequação a nova realidade enfrentada se fazem extremamente necessárias, auxiliando na previsibilidade das empresas, que, munindo-se das orientações e soluções jurídicas corretas, podem evitar eventuais fatores prejudiciais para as mesmas, por se enquadrarem dentro da nova realidade imposta.

Neste contexto, o comércio exterior é pedra basilar para o aquecimento da economia brasileira, que traz impactos diretos na mesma, e que certamente com o fim da pandemia, resultará em um aumento das exportações, que norteará o desenvolvimento econômico brasileiro.

O Banco Mundial lançou um documento que ressalta o papel do comércio internacional na mitigação dos impactos do Coronavírus e coloca o Brasil como “Exemplo 1” no quadro “Melhores Práticas em Lidar com a Covid-19”, com destaque as políticas de redução tarifária, facilitação de comérc
io e agilização alfandegária adotadas pelo governo brasileiro como exemplos que devem ser seguidos.

Nesse contexto, cumpre lembrar, ainda, que o impulsionamento econômico sustentável dos países em desenvolvimento é ínsito ao documento protocolar da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), do qual o Brasil se fez consignatário e, portanto, comprometido ao ODS 8 que consiste em promover o crescimento econômico ao qual se insere, primordialmente, a atividade do comércio exterior que é parte significativa de circulação de riqueza e, em meio a uma pandemia, constatarmos, o superávit da Balança Comercial Brasileira é identificarmos o aumento nas exportações e queda nas importações, o que é muito positivo para o país.

Conclui-se assim, que este é o momento de se readaptar, eis que com a diminuição de restrições, retorno gradativo de portos e aeroportos, teremos um novo cenário e grandes oportunidades a vista, aliando-se sempre a soluções jurídicas eficazes, visando o bom desenvolvimento das relações comerciais internacionais.

COAUTORES:

· Dra. Giselle Farinhas – Presidente da Comissão de Comércio Exterior da OAB/RJ Subseção Barra da Tijuca;

· Dr. Cristiano Luiz de Almeida Peres – Secretário Geral da Comissão de Comércio Exterior da OAB/RJ Subseção Barra da Tijuca;

· Dr. Leonardo Schlichting – Membro da Comissão de Comércio Exterior da OAB/RJ Subseção Barra da Tijuca.

Ela ensina

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Bendita crise que me faz dar mais importância à vida”. (Mirna Grzich)

Toda evolução é produto de crises. E a crise que estamos vivendo é um exemplo duplo. Com uma duplicidade esticada. O que deveríamos aprender fica arquivado para o sofrimento, na próxima crise. Ou seja, o que deveriam aproveitar no momento, como preparação para o próximo tranco, fica no falatório vazio, nas briguinhas comadrescas. Que é o que estamos assistindo na já ridícula CPI. Nem preciso identificá-la.

Vamos nos concentrar na crise. Não pra ficar presos a ela, mas para aprender com ela, como nos prepararmos para a próxima. Porque precisa ser muito ingênuo para pensar que esta é única. Mesmo quando ela tenta nos mostrar que nós somos a maior crise que o País vem enfrentando há séculos. Quanto estamos perdendo para a crise atual, perdendo nosso tempo com reclamações, lamentações, e o pior: bagunça. Que é o que lamentavelmente assistimos, todos os dias. Até mesmo dentro dos órgãos que deveriam estar fazendo tudo para nos livrar, não só desta, mas de todas as crises.

Estamos na gangorra. Vamos pular, dando uma de Raimundinho. Vamos vencer o inimigo silencioso, sem barulho. Mas com competência, dando mais importância à vida. Vamos vivê-la com racionalidade. Temos uma caminhada infindável, para vencermos. E não o conseguiremos se não aprendermos a lutar. Partindo para o campo de batalha com a convicção de que entramos no campo para competir, e não para disputar. Não tente disputar com as crises, porque elas são mais inteligentes do que você, se você cair nessa. Acredite que as crises são benditas. Elas vêm para nos ensinar a viver. Elas não são vencidas. Apenas afastam-se da competição, para voltarem mais preparadas, no futuro.

Vamos nos preparar para viver. Porque até agora só temos demonstrado, com as crises, que ainda temos muito que aprender. Os prejuízos emocionais que as crises nos dão, são dívidas que temos conosco mesmo. Vamos saldar a dívida, preparando-nos para o futuro. E a Educação é a maior, melhor e mais eficiente arma que temos para nossa defesa. Vamos parar de gritar e espernear. Analisemos com racionalidade, o poder que temos dentro de nós mesmos, para vencer o inimigo, seja ele qual for. Nada é superior a você, se você não se sentir inferior.

Vamos valorizar o que temos no que somos. São seus pensamentos que levam você, ou para o bem ou para o mal. Não perca seu tempo com acontecimentos tristes e abomináveis que só lhe trazem prejuízos. Nunca permita que nenhuma crise seja mais poderosa do que você. Somos todos, o que pensamos. Então pense sempre positivo. Pense nisso.

[email protected]

99121-1460