Opinião

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Vantagens das aulas online são obstáculo para retorno presencial

Michele Campos

Não é novidade que a pandemia do COVID-19 mudou a forma de trabalho de muita gente e, por isso, empresas e empreendedores estão adotando novos modelos e sistemas à medida que buscam maneiras de continuar no mercado. No caso dos professores e das escolas, conforme o mundo enfrenta essa crise sanitária sem precedentes, estão aprendendo a se adaptar e a seguir em frente.

Com essa mudança repentina da sala de aula em muitas partes do Brasil, por exemplo, alguns estão se perguntando se a adoção do aprendizado online continuará após a pandemia e como essa mudança impactaria o mercado educacional por aqui. Mesmo após a vacinação em massa de alunos e professores, o esforço a respeito de um modelo mais preparado para cursos online continuará mesmo depois do fim da pandemia.

Isso porque, enquanto na sala de aula tradicional o professor normalmente limita-se ao quadro ou a apresentação dos conteúdos, no ambiente online as possibilidades são inúmeras, tanto em relação às mídias quanto ao nível de interação. “É difícil, mas também é uma oportunidade, por isso, mudei a minha maneira de ensinar. Meus alunos e eu já optamos pelo Google Meet como plataforma definitiva porque eles mesmo notaram mais avanços nesta modalidade”.

De acordo com uma pesquisa de 2020 publicada no Journal of Education and e-Learning Research, os alunos absorvem até 60% mais conteúdo quando aprendem online, em comparação com uma sala de aula, na qual a absorção gira em torno de 10%.

Outros estudos pelo mundo também confirmam que, além de mais eficiente, as aulas pela internet representam uma economia que interessa tanto escolas e professores quanto pais e alunos.

No caso das escolas, a economia se refere às contas fixas que envolvem a estrutura de seus prédios e despesas com pessoal, por exemplo. Já para os estudantes, além de obterem mensalidades mais baixas, podem descartar gastos com transporte e alimentação ou mesmo materiais didáticos, quando este é fornecido em formato digital.

Mas para aqueles que ainda não têm certeza se aulas online são a escolha certa, a recomendação é começar aos poucos. Fazer um curso rápido para se acostumar com o formato é o ponto de partida e, se o aluno achar viável, efetuar a matrícula em cursos de médio e longo prazo. “No início, tive que migrar para o online de uma semana para a outra, não foi opcional e nem tivemos tempo de adaptação. Mas agora com tudo já preparado e testado, não tenho dúvidas de que as aulas presenciais são um caminho sem volta”, conta a professora Michelle.

Michelle Campos

English Teacher

www.inglesparticularbrasil.com.br

(11) 94165-8560

“Narciso acha feio o que não é espelho”

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Saudade é a presença da ausência”. (Laudo Natel)

Você já se levantou, pela manhã, cantarolando alguma música? Eu faço isso todos os dias. Já é mania. E o cantarolar muitas vezes me traz lembranças e saudade. Foi o que me aconteceu hoje. Eu amo São Paulo. Não só amo, adoro. Sempre que fico muito tempo sem visitá-la sinto uma saudade cruel. O Caetano Veloso me judiou, hoje, no cantarolar: “Alguma coisa acontece, no meu coração, que só, quando cruzo a Ipiranga, e a Avenida São João”. Puxa vida, dancei na saudade.

Em pensamento, continuei caminhando pelo cruzamento de duas avenidas que adoro, onde marquei minha adolescente. Como adoro aquele cruzamento onde assisti a alguns shows, com o Caetano Veloso. Caminhei, hoje, nos pensamentos, a chegada dos Novos Baianos, a São Paulo, no início da década dos sessentas. Das coisas boas ou nada boas, que me divertiram bastante. Por exemplo, com aquele âncora de uma das maiores emissoras do rádio paulistano. Ele sempre dizia, no seu programa, referindo-se a Maria Betânia: “Essa nunca vai passar de uma Maria carcará”.

Tirei o âncora do pensamento e voltei à esquina da Ipiranga com a São João. Lembrei-me dos eventos ao ar livre, num palco armado. Onde hoje há um palco definitivo e bem construído. E uma das coisas que mais adoro fazer, é sentir falta de dois lugares que sempre me cativaram no amor: São Paulo e Rio de Janeiro. E, Sampa está sempre à frente. As mudanças de comportamento e aparência, no Rio, quase nada mudou. Em São Paulo tudo mudou. E é precisamente isso que me encanta. E sempre acompanhei as mudanças, com observações.

O número de artigos que tenho no meu arquivo, por aqui, é quase incontável. E por isso nem sempre me lembro do que já falei por aqui. E se já falei, me desculpem, mas lembrei-me agora, de um dia quase recente. Eu ia pela calçada do Fórum de Justiça de São Paulo. Isso foi já no início dos anos dois mil. Eu ia pela calça, e atrás de mim iam duas garotas conversando. Encantei-me quando as lembranças bateram forte, em minha cabeça. O sotaque, o linguajar e expressões das garotas me chamaram atenção, pela diferença dos das garotas dos anos cinquentas. Reduzi a marcha para que elas passassem por mim, para eu ouvi-las mais. Mas a calçada terminou, elas seguiram calça diferente da minha e o papo terminou.

O que me encantou mais na conversa, infelizmente, não tenho mais espaço para lhe dizer. Elas mudaram de calçada e eu vou mudar de assunto. Fica pra depois. Vou continuar o dia alimentando a saudade que, segundo o paulistano Laudo Natel, é a presença da ausência. Pense nisso.

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