Opinião

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Investimento em educação: necessidade premente pós pandemia

João Carlos Marchesan*

 

O país tem uma dívida histórica com seu sistema educacional. Se em qualquer outro momento esse resgate seria adequado, em um momento como o que vivemos torna-se essencial. O Brasil precisa investir em educação, até por que o investimento em educação de qualidade  está diretamente ligado com a capacidade que um país tem de investimento na indústria – já que com esse investimento prepararia o País com  mão de obra qualificada para tocar projetos de grande complexidade.

Vivemos uma situação absolutamente contraditória na história do emprego do País. Da mesma forma que temos de um lado milhões de trabalhadores desempregados, encontramos de outro lado várias indústrias com vagas para trabalhadores altamente qualificados que não são encontrados para desempenhar as funções necessárias.

Um estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria em fevereiro desse ano conclui que qualificar a mão-de-obra é mais do que urgente no Brasil. Deixou de ser uma necessidade para se torna uma premência, dada a urgência da situação educacional do País.

Advertindo  para a falta de mão de obra qualificada na indústria no Brasil, o levantamento conclui é mais do que hora- e isso exige estratégia imediata- que a educação básica passe a dar ênfase nas áreas de STEAM (ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática) e fomentar a interdisciplinaridade, a resolução de problemas e o desenvolvimento de habilidades para a tomada de decisões.

Na prática, o estudo ainda conclui que o Brasil paga caro por ter focado em um ensino médio generalista voltado para o ingresso nos cursos superiores. Cerca de 2 a cada 10 estudantes que concluem o ensino médio alcançam a educação superior. O restante dos estudantes, incluindo aqueles que abandonaram o ensino médio por falta de perspectivas, entra no mercado de trabalho sem preparo e, consequentemente, sem uma profissão.

Se essa conclusão foi feita em um período normal, o que podemos dizer do atual cenário? A pandemia de Covid-19 acelerou a chegada do futuro do mercado de trabalho e ele, segundo relatório do Fórum Econômico Mundial, deverá resultar na eliminação de 85 milhões de empregos nos próximos cinco anos devido à automação, ao mesmo tempo em que 97 milhões de vagas serão criadas.

Esses novos empregos, segundo o fórum, serão necessários para atender uma divisão de trabalho mais adaptada à nova divisão do mundo do trabalho, que será entre humanos, máquinas e algoritmos. Em 2025, a participação de trabalhadores e máquinas estará quase igual: aos humanos caberá 53% das atividades.

Assim, a questão é investir em requalificação profissional, no nosso caso para atender a necessidade da indústria 4.0, que já é uma realidade no setor de máquinas e equipamentos,  o que requer políticas públicas adequadas. A transição fará com que tenhamos um grande número de pessoas não qualificadas desempregadas e vagas em aberto procurando profissionais com a qualificação adequada. Precisamos olhar para isso.

 

*João Carlos Marchesan é administrador de empresas, empresário e presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ

O impacto do estresse na saúde dos pacientes

* Fábio Akiyama e *Fernanda Gil Machado

Muitos profissionais da saúde e principalmente pacientes, não compreendem como funciona o sistema nervoso autônomo, o simpático e o parassimpático. O sistema nervoso simpático, por exemplo, é um acelerador responsável por manter o corpo ativo, com a liberação de catecolaminas, como a adrenalina e o cortisol. Já o parassimpático funciona como um freio, que atua em momentos de descanso e digestão. Dessa forma, o corpo atua de maneira equilibrada.

No entanto, quando alguma situação gera estresse, o sistema nervoso simpático atua de forma descontrolada, como se o corpo estivesse em constante situação de perigo ou agitação, fazendo com que ele esteja preparado para uma situação de luto ou fuga. Em decorrência disso, o freio deixa de funcionar e coisas simples como o sono e digestão ficam irregulares.

Essa situação também pode ser conhecida como a Lei Bifásica, a 2ª Lei de Hamer. Em um gráfico, o sistema simpático é predominante e está na linha superior, pois funciona durante o período do dia e abaixo da linha está o parassimpático, que atua no período noturno e é chamado de vagotonia.

Quando esses sistemas estão equilibrados, a saúde é uma consequência, mas quando alguma situação coloca o indivíduo em alerta, o ritmo diurno é estendido e gera alterações físicas, como extremidades frias, taquicardia, insônia, falta de apetite e a mente passa a trabalhar constantemente para tentar solucionar a situação.

É importante ressaltar que a situação de alerta depende da percepção individual, pois nem sempre se trata de algo extremo. Muitas vezes, o trauma pode ser antigo e levar uma vida de tratamento. Cada pessoa responde a essas situações de forma individual e a fase ativa de conflito pode levar algum tempo para ser solucionada.

A resolução ocorre na fase PCL e possui 3 etapas, sendo elas a PCL-A, crise epileptoide e PCL-B e a duração desse momento é de aproximadamente 21 dias. Normalmente, a primeira delas costuma ser a que apresenta mais sintomas, pois é um momento inflamatório, em que há muitos edemas e líquidos justamente para fazer a reparação do que foi gasto na fase ativa. Um bom exemplo desse momento é quando determinado paciente corta um dedo durante a fase ativa e não percebe como aconteceu, mas durante a cicatrização sente incômodo com qualquer toque.

A crise epileptoide ocorre logo após a PCL-A e é basicamente uma releitura do conflito na fase ativa, que acontece para drenar o líquido que foi retido durante o período, fazendo o controle da hipertensão craniana, uma vez que se trata de um edema em nível orgânico e cerebral. Já a última fase pode ocorrer de duas formas, sendo a PCL-B uma etapa do sistema parassimpático, quando os sintomas são mais fracos e menos desconfortáveis e então o processo de resolução chega ao fim.

A vida de uma pessoa habitualmente possui esses momentos curtos, mas boa parte dos pacientes que procuram por um osteopata estão no que chamamos de cura pendente, quando eles passam pela PCL-A e a epicrise, mas ao invés de finalizarem o problema na PCL-B, voltam à fase inicial devido a gatilhos criados pelo cérebro. Esse processo acaba dificultando a cura de fato. Essas alterações biológicas são as chamadas “doenças” pela medicina oficial.

Para os médicos, é fundamental identificar em qual fase o paciente está para conseguir realizar o tratamento adequado. Os tecidos, as sensações do paciente e o correspondente cerebral ajudam nesse momento.

Já para os pacientes, de forma prática essa situação pode ser descrita como um dia de trabalho estressante em que o período de descanso não foi bem sucedido e acabou se estendendo por um longo tempo, gerando dores no corpo
, enxaquecas, cansaço excessivo e passa a se tornar assintomático mesmo na fase ativa por conta de uma sobrecarga do estresse. Nesses casos, a válvula de escape sempre será o momento quando os sintomas serão mais claros.

O estresse precisa ser controlado não somente de forma medicamentosa e com um profissional da saúde, mas no dia a dia com uma análise do que causa o problema e evitando essas situações.  Além disso, o descanso é essencial para processar esses momentos.

*Os dois profissionais mantêm um projeto de aconselhamento clínico para profissionais da saúde, sobre como que o stress e a ansiedade influenciam nos tratamentos

Sobre Fernanda Gil Machado

É especialista em Osteopatia e Medicina Germânica. Para mais informações, acesse @ fernandagilmachado

Sobre Fábio Akiyama

Atua na área da saúde desde 2009. É fisioterapeuta e trabalha com a microfisioterapia, terapia que estimula a auto cura através do toque, ou seja, faz com que o corpo reconheça seu agressor e inicie o processo de reprogramação celular. É pós-graduando em técnicas osteopáticas e terapia manual, além da formação em osteopatia visceral, posturologia clínica e equilíbrio neuro muscular. Possui curso na área de tratamento da articulação temporomandibular (ATM) e introdução ao Método Rosen. Em 2014, realizou um curso de especialização em prevenção e tratamento de lesões de membros inferiores e análise biomecânica de corrida, pela The Running Clinic no Canada. Atua desde 2012 também como instrutor de Pilates e treinamento funcional. Em 2015, foi monitor no Instituto Salgado de Saúde Integral no módulo avançado do curso de formação em microfisioterapia. Para saber mais, acesse www.mindtouch.com.br

O poder do amor

Afonso Rodrigues de Oliveira

“No amor, todas as contradições da vida se destroem e desaparecem. Só no amor existe unidade e dualidade sem conflitos”. (Tagorte)

Só quando amamos sabemos viver. Não há vida sem amor. Os que não amam são os que não vivem a vida, vivem na vida. Os insetos também. Não há como justificar um crime, por exemplo, como reação amorosa, ou causada por amor. É no amor que nos entendemos, considerando os direitos dos outros. Sobretudo o direito de ser o que é. Na união conjugal deve haver amadurecimento para a união. Nunca devemos, por exemplo, casar com alguém, sabendo que ele, ou ela, não está de acordo com uma provável convivência pacífica.

O que temos visto e ouvido, pela imprensa, ultimamente, sobre crimes cometidos entre casais, não está no gibi. Chega a ser nauseante. Uma demonstração do despreparo do ser humano para a vida em sociedade. E tudo porque não somos educados e orientados para viver o amor. Ainda somos a maioria que fica esperando o amor verdadeiro. Pura ingenuidade. Não há amor que não seja verdadeiro. Se não for verdadeiro, não é amor. Talvez o amor esteja sendo confundido com desejo. Quem sabe.

Não sei se os entendidos irão concordar comigo. Mas vejo a vida carregando um quarteto que exige conhecimento para ser entendido. E o entendimento é necessário para que a vida seja vivida como deve ser. Já falei disso por aqui. Mas vamos lá. A vida se compõe de amor, sexo, paixão e ciúme. O amor, já sabemos é único; o sexo é vida. Sem ele não há vida; a paixão é um descontrole emocional; o ciúme é um descontrole mental. Aposto como você nunca viu uma pessoa ciumenta e mentalmente controlada. Nem nunca viu uma pessoa mentalmente controlada e ciumenta.

Cuidado com a paixão. Você pode estar confundindo o amor com o desejo. Então controle-se e apenas ame. Se sentir ciúme verifique se você não errou na escolha do companheiro ou companheira. Se não estiver dando certo, é porque você falhou na escolha, e se deixou enganar, confundindo paixão com amor. São coisas diferentes. E se estiver sendo enganado ou enganada pelo parceiro ou parceira, olhe-se no seu espelho interior. Ele lhe dirá se você foi enganado ou se enganou. Se se enganou, cara, cuide-se. Aceite, e viva as coisas como elas são e não como você quer que elas sejam.

Vamos nos racionalizar. Vamos ser mais comedidos nas nossas decisões, para que desfrutemos nos frutos das sementes que plantamos. Lembre-se do Rui Barbosa: “Há os que plantam a alface para o prato de hoje, e os que plantam o carvalho para a sombra de amanhã”. Então veja que semente você plantou, saboreie o fruto e viva a vida. Pense nisso.

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