Opinião

OPINIAO 13883

O bullying retorna a sala de aula

*Por Marcos Spagnoli

Os últimos anos trouxeram intensa mudança para o universo escolar. Salas de aulas híbridas, uso de tecnologias para facilitar o aprendizado e cuidados com a saúde emocional e psicológica dos alunos são alguns dos elementos comuns à realidade da maioria das instituições de ensino em 2022. Entretanto, há temas que continuam a ocupar espaço na agenda dos educadores. Um deles, é o bullying.

Diversos autores já estão estudando os impactos da pandemia no comportamento e no desempenho dos alunos. Mas, não é preciso uma análise muito profunda para perceber que o isolamento afetou, e muito, crianças e adolescentes de todas as idades, em especial no que tange a socialização. O apego excessivo aos aparelhos celulares também se mostrou um agravante após o retorno e a possibilidade de registrar um colega sem consentimento ou de divulgá-lo sem autorização, tudo com facilidade, tornou-se uma enorme preocupação da equipe pedagógica. O receio no aumento de casos de cyberbullying virou uma realidade.

É fácil perceber um aumento em casos de indisciplina, principalmente no início do ano. Isso já era esperado e o importante, então, é estar preparado e não negligenciar nenhuma situação do tipo. Para enfrentarmos alguns destes desafios é preciso muito envolvimento, trocas com os alunos e ações em conjunto como forma de resolução. O ponto principal é mostrar que o bullying é algo que afeta o coletivo e, portanto, tem de ser combatido coletivamente.

Quando é identificado uma situação em determinada turma ou grupo de estudantes, os encaminhamentos precisam ser feitos com os envolvidos, mas também com o restante do grupo, mesmo que estes não estejam relacionados diretamente. Dessa forma,  é possível aproveitar as vivências dos próprios estudantes para elucidar o trabalho de conscientização que deve ser feito.

Nesse contexto, todos os colaboradores têm papel importante. O olhar cuidadoso e atento dos docentes continua a ser um fator diferenciado. Com pequenas intervenções em sala de aula, ou à frente de projetos interdisciplinares, o vínculo entre professor e aluno continuará a ser eficaz no combate ao bullying. Se há envolvimento, há, inevitavelmente, maior respeito entre todos e, com isso, há menos espaço para casos de bullying no dia a dia.

Outro ponto fundamental no combate a este tipo de violência é o envolvimento das famílias. Ter um diálogo aberto com os responsáveis, garantir a transparência das situações que ocorrem e estabelecer alinhamentos de condutas são primordiais para o sucesso e a eficácia das ações propostas pela escola.

É possível também combater o bullying de uma forma mais ampla: criar ambientes acolhedores, nos quais os alunos sintam-se confortáveis e fomentem uma cultura de respeito à diversidade, ajuda a construir um senso coletivo de respeito e de não tolerância a este tipo de violência. Diversas escolas têm incorporado a grade de aulas disciplinas como Projeto de Vida, que traz em sua proposta ações e reflexões para trabalhar temas diretamente relacionados ao assunto.

Por esses motivos, se antes da pandemia o tema já não era fácil de ser vencido, agora, no pós, com as sequelas do isolamento, pode ser ainda mais difícil. Mas é possível, de fato, minimizar os episódios e fomentar uma cultura de não tolerância a este tipo de conduta. Atuar na prevenção e na conscientização, constantemente, é fundamental. Afinal, educar é sempre o melhor caminho.

            *Coordenador Pedagógico da rede de colégios Luminova – unidade Barra Funda, Marcos Spagnoli tem MBA em Gestão Escolar pela USP Esalq e foi professor de Geografia, Empreendedorismo e Projeto de Vida por mais de 10 anos, com experiência em diferentes sistemas de ensino.

Erga-se e bata palmas

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Nossa maior glória não reside na ausência de fracasso, mas no fato de nos erguermos sempre que fracassamos”. (Confúcio)

Todos nós fracassamos, vida a fora. Só os que não estão nem aí para o fracasso, conseguem ir além. Eu estava aqui, paradão, pensando no que falar. De repente o Confúcio levantou o braço e apontou para aquele livro, ali, na estante. Fui lá e pequei o livro. Abri-o e dei de cara com essa pérola que está aí, assinada por ele, Confúcio. Isso está lhe parecendo mentira ou fantasia? Tudo bem. Mas aconteceu. Aí sorri e lembrei-me do Bob Marley. Ele falou algo parecido com o pensamento do Confúcio: “A vida está para quem topa qualquer parada; não para quem para em qualquer topada”.

Vamos falar sobre nós. A evolução do ser humano é muito lente. E o crescimento da população mundial é acelerada. Vem daí os desastres mentais, a que assistimos desde os primórdios da civilização. Se analisarmos com calma e inteligência, veremos que continuamos nos influenciando mais pelo negativo do que pelo positivo. Quando ouvimos uma notícia positiva pela televisão, por exemplo, ficamos na nossa, sem nenhuma reação. Mas quando a notícia é negativa, aí sim, já exclamamos: meu Deus! E levamos muito tempo para esquecer a notícia. Enquanto isso, o negativo fica massacrando nossa mente por tempos e tempos.

Vamos nos valorizar. Busquemos no nosso dia a dia o que mais nos interessa para o nosso desenvolvimento racional. Não nos esqu
eçamos de que somos todos da mesma origem. Não fomos feitos de um bolão de barro, mas chegamos aqui porque viemos, e ficamos porque quisemos ficar. O que nos dá a responsabilidade de desenvolver o mundo que “invadimos”, sem saber que seríamos influenciados pelo desenvolvimento lento do mundo que adotamos. Pare de ficar choramingando os maus momentos e péssimos acontecimentos. Eles fazem parte do nosso desenvolvimento. Mas o importante é que aprendamos a aprender com os considerados erros no acontecer. Porque se não errássemos não aprenderíamos a acertar.

Vamos aprender a aprender com os erros. Mas nunca aprenderemos se continuarmos na infantil preocupação. Quanto maior o erro, maior a lição. Então, vamos aprender com os desastres, estudando o meio de evitá-los na próxima vez. Mantenha sua mente sempre no positivo. E isso exige de você, um aprimoramento indicador de sua evolução a caminho de volta ao seu mundo de origem. Porque é para lá que você voltará, independentemente das eternidades que você ainda continuará pisando nesse lamaçal do desconhecimento. Seu futuro vai depender do que você estiver preparando para sua volta. Pense nisso.

[email protected]

99121-1460