Opinião

Opiniao 02 01 2019 7464

Quando ser bilíngue?

​Luciano Galdino Brito Dias*

Por muitas décadas, a disciplina de Inglês foi vista como menos importante e com pouca carga horária na grade curricular. Isso se propagou por muitos anos. Alguns alunos buscavam escolas de idiomas ou estudavam em casa e seguiam adiante com uma bagagem maior em outra língua. De acordo com dados do Ministério da Educação (MEC), é estimado que cerca de 85% dos docentes que dão aulas de Inglês para alunos de escolas públicas não dominam o idioma. Mas, diante de um novo movimento, cada dia mais acelerado na educação, isso precisa mudar, pois as exigências serão cada vez mais fortes para o domínio da língua, até mesmo dentro de casa.

Há um momento ideal para começar a estudar Inglês?

As crianças têm mais facilidade em aprender outras línguas, diferentes da nativa, porque a plasticidade de seus cérebros permite que os dois hemisférios sejam usados no momento da aula. Já nos adultos, é diferente – esse processo ativa somente um hemisfério. Por isso, é importante inserir outras línguas na infância ou na adolescência, sempre que possível.

Os benefícios do bilinguismo vão além do mundo dos negócios, ou simplesmente do ambiente das escolas. No Brasil, o mercado de escolas de idiomas movimenta 7 bilhões de reais; a maioria dos pais prefere investir desde cedo, já pensando no futuro profissional dos filhos.

Com o passar dos anos e a necessidade constante de crianças se comunicarem em Inglês, a escola bilíngue nasceu com o objetivo de proporcionar mais tempo de interação na língua. Mas, ainda assim, aprender Inglês não significa ter aulas de Inglês, mas sim, proporcionar ao aluno a convivência com a língua nos diversos ambientes e momentos do dia a dia. Isso significa aprender em Inglês, e não, aprender Inglês. Já são 30 mil escolas particulares no país que se esforçam cada dia mais para oferecer um ensino de qualidade.

Apesar do investimento dos pais, apenas um a cada dez jovens entre 18 e 24 anos tem proficiência em Inglês. Para a próxima geração, caso nada seja feito para melhorar esse número, espera-se que apenas 12% dos jovens dessa idade sejam fluentes na língua. Para aumentar esse número, precisamos unir cinco personagens no processo de ensino e aprendizagem: aluno, professor, pais, gestor pedagógico e mantenedor. Essas pessoas devem conversar a mesma língua, e juntas, contribuir para o aprendizado do aluno. Tudo isso por meio de projetos digitais, materiais impressos, aulas práticas, ou seja, tudo aquilo que chame a atenção da criança que está aprendendo. O professor passa a ser um intermediário nesse momento da educação.

Mesmo na fase adulta, aprender Inglês pode ser um grande benefício para o processo de envelhecimento, além de ser uma conquista para cada pessoa, cada objetivo.

*Diretor de Soluções Educacionais da Conexia – Grupo SEB.

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Essa tal felicidade

Walber Aguiar*

“Vamos celebrar a nossa gente, que trabalhou honestamente a vida inteira e agora não tem mais direito a nada.” (Renato Russo)

Janeiro. Tempo de refletir sobre o mês sem festa, o sentido, o vazio existencial na alma dos que carregam alguma coisa que falta ser preenchida e não encontra no Eterno a fonte primeira. Espaço da vida e da morte, da dor e do alívio, do sofrimento e da alegria de viver. Momento de entender por que a felicidade precisa ser algo minúsculo e mirrado.

Ora, ironicamente, a felicidade converte-se numa mulher velha, sensível, capaz de perdoar a brutalidade de quem a maltrata, como se esmagasse colibris com bate-estaca. Uma pessoa que conseguiu chegar aos 83 anos e ainda resistir à solidão e ao esquecimento, à violência e à omissão.

Para proteger essa tal Felicidade, foi criado o Estatuto do Idoso. Um manual de vida, um código de esperança, um diploma cheio de dignidade e sensatez. Isso porque, no Brasil, há necessidade de se elaborar um cipoal de leis que protejam a mulher, a criança, o idoso e outras minorias.

No Japão, as Felicidades são protegidas naturalmente, servindo de oráculo, de portadoras de conselhos e experiência de vida. Aqui, os idosos sofrem as mazelas da estrutura. Ganham uma aposentadoria vergonhosa, sofrem com a solidão de asilos e hospícios, são empurrados pela família para um canto qualquer da vida. Quando não são vítimas da violência de filhos e netos, gente que deveria amar e respeitar os mais velhos.

Há muitos que procuram a felicidade e não conseguem encontrar. Passam por ela dentro de casa, dormem no mesmo quarto, acordam de manhã cedo com o mesmo desejo. Pensam que felicidade é apenas curtir a vida adoidado, sem nenhum referencial finito ou infinito, sem nenhum alvo a perseguir.

Não entendem que honrar pai e mãe, as Felicidades do existir, converte-se num dos mais abençoados canais atravessados no percurso. A obediência ainda é sinônimo de ventura e alegria.

Ora, nada melhor que janeiro, o mês dos enigmas e da sobriedade, para refletir sobre o fato de que envelhecemos a cada dia. E que a velhice nos acomete a todos. Disso nos lembra o livro de Eclesiastes, quando diz: “antes que venham os maus dias e cheguem os anos dos quais dirás: não tenho neles prazer”.

Assim, a vida não nos rejuvenesce, e de setenta em diante, o que resta é canseira e enfado.

Janeiro, tempo de pensar. De entender que a Felicidade precisa ser bem tratada, curtida e amada. Se assim não for, ela sairá pela janela e poderá nunca mais voltar. Aí, seremos órfãos do amor, da vida e da tal felicidade…

*Advogado, poeta, historiador, professor de filosofia e membro da Academia Roraimense de Letras

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A Bíblia não tem contradições

Marlene de Andrade*

A Bíblia foi escrita e inspirada por Deus e não tem contradições. Esse livro é totalmente atualizado e jamais precisou ser revisado. Por ser verdadeira, a Bíblia tem resistido às críticas de inúmeros céticos, agnósticos e ateus por todos esses séculos e por isso é o Livro mais lido em todo este mundo.

É verdade que existem pontos, nesse precioso Livro, difíceis de entender, mas para quase todas as passagens bíblicas polêmicas, existem respostas. Acredito profundamente na veracidade da Bíblia, mas cada vez que encontro respostas em determinados assuntos bíblicos e que passo a entendê-los melhor, vibro de alegria.

Claro que vai ter certas passagens na Bíblia que realmente não têm explicações como, por exemplo, entender que Deus criou o mundo somente com a Sua Palavra e que Ele é Onipresente, Onisciente e Onipotente. Nossas cabeças limitadas não conseguem compreender essas características de Deus, assim sendo, há passagens que temos que crer pela fé, mas se
pensarmos bem, também não conseguimos explicar o maravilhoso milagre que é o corpo humano e, no entanto, ele existe e é real. E o que falar do universo? Dá para entender essa complexidade como passou a existir? É evidente que Deus está por trás de toda essa criação.

Devemos buscar respostas para todo aquele que questiona a Palavra de Deus, estudando-a com afinco, diariamente. Ora, se um ateu nos questionar como explicar a gestação virginal de Maria, mãe de Jesus, e lhe dissermos que isso tem explicação, claro que ele não acreditará. No entanto, há relatos de que outras mulheres já deram à luz dessa mesma forma e esse fenômeno se chama partenogênese. Assim sendo, o milagre de Jesus vir ao mundo dessa maneira já ocorreu em outras mulheres. Algumas cobras, lagartos e certas espécies de abelhas também podem procriar desse modo.

E Jonas ser engolido por um cachalote, ou seja, uma grande baleia, sem ter morrido? Hoje, há relatos de que mais pessoas foram engolidas por esse tipo de peixe e que passaram mais de um dia na barriga deles e que de lá saíram vivos. Sendo assim, como não crer na Bíblia?

Descortinar cada vez mais a Palavra de Deus, buscando provas acerca da mesma, é atitude válida. Nesse contexto, há que se entender que a Bíblia é tão profunda e complexa, que a cada resposta que tenhamos acerca dela, mais teremos que nos aprofundar nesse estudo. Portanto, estudar a Bíblia de forma apologética é totalmente correto e isso nos aproxima mais de Deus fortalecendo cada vez mais a nossa vida espiritual.

“Santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós…” (1ª Pe 3: 15-16).

*Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT

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Olho no olho

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Nos seus olhos eu suponho que o sol em doirado sonho vai claridade buscar.” (A deusa da minha rua)

Não sei, nem quero imaginar, como seria o mundo sem a mulher. Desde a era das amazonas, elas vêm dominando o mundo. Mas o mundo vive numa constante e perene transformação. E tudo balança na gangorra da educação e cultura. Não sabemos exatamente quantas gerações e eras já vivemos na Terra; quantos dilúvios já tivemos, nem quantos ainda teremos. E devemos acordar para o risco que estamos correndo de um próximo dilúvio. E como ainda não conseguimos nos racionalizar, estamos na iminência de voarmos para o espaço, voltarmos e reiniciarmos na estaca zero. E é aí que vamos saber do valor que a mulher tem para iniciarmos a nova humanidade.

O importante é que comecemos a cuidar da nossa evolução racional, para que possamos estar tranquilos quanto ao futuro. Mas estamos muito lentos na nossa evolução. Ainda não somos capazes de evoluir. Ainda vivemos dirigidos, mental e intelectualmente, sob a tutela dos que pensamos e julgamos superiores a nós. Os que dirigem nossas vidas através de crenças que não nos levam a lugar nenhum. E porque não sabemos para onde devemos ir, não iremos. E porque não saindo do curral da ignorância, continuamos como seres de apenas origem racional.

Vamos continuar com esse papo, mesmo sabendo que ele é meio chato. Mas o que nos faz realmente racionais é o aprendizado. E este pode estar, e está, no nosso dia a dia. O que normalmente chamo de Universidade do Asfalto. É com as dificuldades que aprendemos a simplificar. Mas só conseguimos isso com a abertura do raciocínio. E só o abrimos com a racionalidade. E esta exige muita liberdade de ação nos pensamentos. Precisamos libertar nosso raciocínio para que possamos pensar por conta própria, e não pelo que os que se dizem mestres querem que pensemos.

Estamos iniciando mais um décimo do centésimo que temos que completar, em um período que vai exigir preparo racional. Estamos sobre esta Terra há vinte e uma eternidades. Tempo suficiente para que alcancemos racionalidade suficiente para que possamos voltar ao nosso mundo de origem. E por que ainda não voltamos? Porque ainda não aprendemos a pensar. Ainda não nos convencemos de que temos nos nossos pensamentos o maior poder para que sejamos independentes. Ainda não acreditamos que o reino de Deus está dentro de cada um de nós. Mas ainda não somos racionais para acreditar nisso. E quando não acreditamos, não somos capazes para fazer. Aproveite o ano que se inicia para se libertar dos grilhões que mantêm você fora da racionalidade. Pense nisso.

*Articulista

[email protected]

99121-1460