Opinião

Opiniao 03 01 2019 7470

Mar calmo nunca fez bom marinheiro: o que eu aprendi sobre superar a crise

Samuel Leite*

Passei parte da minha infância na tranquila Laguna, uma cidade litorânea a cerca de 120 quilômetros de Florianópolis. A hoje aprazível Laguna já foi palco de importantes batalhas e teve em sua habitante mais famosa, Anita Garibaldi, um símbolo pela luta e independência de seu povo.

Uma das lembranças mais vivas que tenho da cidade é de uma frase na parede central de um velho estaleiro, em que se lia gravado “Mar calmo nunca fez bom marinheiro”.

Nestes últimos meses de incerteza no mercado e, sobretudo, de algumas tempestades e mar revolto, as memórias da infância e a metáfora do aprendizado no mar voltaram mais vivas do que nunca.

Tanto no mar quanto na vida de um empreendedor o planejamento da jornada é fundamental. Entretanto, estar preparado para as adversidades e mudanças de rota é o que torna você diferente. Agir com velocidade, tomar as decisões corretas na pressão, o cuidado na escolha da tripulação e a delegação correta das atividades são fundamentais em momentos de dólar descontrolado, inflação em alta e muita incerteza e pessimismo.

Entendo que, muitas vezes, em razão dos inevitáveis desvios, não chegaremos exatamente onde havíamos planejado. Porém, ao perceber as variáveis, podemos diminuir a incerteza e nos aproximarmos do alvo desenhado.

As mudanças significativas da política econômica brasileira, que abandonou a visão mais ortodoxa para um caminho de maior intervenção do Estado, linha muitas vezes pautada no assistencialismo e no estímulo excessivo ao consumo, somados à instabilidade internacional, são a representação da tempestade que nos assombra nos últimos meses e segue sem previsão de calmaria.

Ao contrário do navio estatal, inoperante, lento e carcomido, o empreendedor brasileiro segue remando uma vez e navegando outras, mas sempre enfrentando as adversidades do tempo, sempre superando a crise do dia.

Por falar em crise, na vasta coleção de usos que o Aurélio traz do verbete, ele define crise em economia da seguinte maneira: ponto de transição entre uma época de prosperidade e outra de depressão; em sentido mais geral, crise é o que sabemos: fase difícil, grave, na evolução das coisas, dos sentimentos, dos fatos; colapso.

Chamo atenção para a primeira definição: ponto de transição.

Voltando para a frase na parede do velho estaleiro, não há melhor maneira de formar bons navegantes que enfrentar o mar revolto. É em tempos como este que muitas empresas e empreendedores se reinventam. Em meio às maiores tempestades é que conseguimos realizar coisas extraordinárias. Foi sempre assim.

A mudança começa no exato momento em que decidimos agir sobre as adversidades, encontrando de maneira criativa novas rotas para o nosso negócio. Portanto, tome o leme da sua vida. Saiba que os ventos estão em constante mudança… sempre.

*Proprietário da agência Digitale e diretor da Associação dos Profissionais de Propaganda – APP Campinas

——————————————-

O que esperar de 2019!

Flamarion Portela*

Chegou 2019 e com ele muitas expectativas de mudanças. Roraima e o Brasil inteiro iniciam o ano com um sentimento quase unânime de que novos tempos virão.

Roraima está mergulhado numa das maiores crises financeira e social de sua história e isso tem se refletido intensamente na vida da população.

A falta de segurança, escassez de emprego, deficiência no atendimento em saúde pública, a crise migratória que se abateu sobre nosso Estado, tudo isso deixou nosso povo um pouco descrente do que virá pela frente.

Em nível nacional, também passamos por uma crise econômica, com diversos Estados em situação de calamidade financeira, tendo que recorrer à União para renegociar dívidas ou mesmo pagar o salário de servidores.

Não podemos nos esquecer dos inúmeros casos de corrupção que são revelados quase que diariamente na imprensa, deixando um rombo quase irreparável aos cofres públicos, com reflexos importantes para a população, já que esses recursos desviados deixam de ser aplicados em áreas importantes como a Saúde e a Educação.

Mas, o que podemos esperar desse novo cenário em nosso Estado e nosso País?

Em primeiro lugar, queremos a melhoria dos serviços públicos essenciais, como a saúde, a educação e a segurança, que nos últimos anos vêm sido relegados ao abandono, com poucos investimentos e refletindo diretamente na população mais pobre, que já sofre com a falta de emprego. E a corda sempre arrebenta do lado mais fraco.

É triste ver nossa população morrendo à míngua nos corredores dos hospitais, de nossas crianças sem perspectivas de futuro porque não conseguem ter uma educação de qualidade, de nossos jovens enveredando pelo mundo das drogas e do crime, de termos nos tornado reféns em nossas próprias casas, por não termos um sistema de segurança que nos garanta o ir e vir, sem medo de sermos assaltados ou coisa pior.

Roraima precisa de uma vez por todas encontrar o caminho do desenvolvimento. Precisamos de mudanças urgentes nesse cenário catastrófico que vivemos em nosso Estado e em nosso País.

É preciso que os nossos governantes busquem alternativas viáveis para contornar essa crise e colocar Roraima e o Brasil nos trilhos do crescimento econômico. Também é fundamental que haja um intenso trabalho de combate à corrupção em todas as esferas públicas.

Nosso povo está cansado de tanto sofrimento e espera que as mudanças tão prometidas sejam cumpridas e possam transformar nosso Estado e nosso País para melhor, garantindo a todos uma melhor qualidade de vida.

Que 2019 seja o início dessa nova história.

*Ex-governador de Roraima

——————————————-

SE ATENDER ÀS BOAS EXPECTATIVAS, MELHOR

Ranior Almeida Viana*

Como de costume, fui visitar a mãezinha (Dona Leocádia, minha avó materna), tomando aquele seu cafezinho que ainda não vi igual. Com um posicionamento ultradireitista, ela me indaga sobre o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, que acabara de tomar posse anteontem.

Sabendo a mãezinha que tenho um posicionamento muito cético mais alinhado ao “muro centrista”, fiquei procurando as palavras mais doces possíveis e a respondo: – Mãezinha, torço muito para que dê certo, para que ele e os demais que estão com a “caneta na mão” recoloquem esse País no eixo. Independentemente de ter votado nele ou não, essa linha do “quanto pior melhor” é maléfica. A oposição tem que ter um posicionamento sadio. Percebendo que ela não esperava este posicionamento, ela diz: “É meu neto, é isso mesmo, ele g
overnará para todos”.

Na torcida para que o novo governo coloque em prática suas promessas de campanha, inclusive sua principal bandeira que foi justamente o combate à violência, ao crime organizado e ao grande mal que é a corrupção.

Por coincidência, ouvi uma entrevista do recém-empossado chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, para uma rádio. Ele dizia que, no âmbito interno, defende uma espécie de “raio-x” no sistema penitenciário. O passo seguinte, segundo o general, precisa ser a adoção de um modelo que ele define como humanizador e recuperador.

Assim como o Presidente da República, ele também é favorável que o cidadão comum tenha direito à posse de arma em casa. Essa medida, uma das bandeiras de campanha, poderia inibir a atuação da bandidagem: “não é uma estratégia de combate à criminalidade. Podemos até pensar que é uma forma de dissuasão, talvez, porque, sabendo que apessoa tem a possibilidade de ter uma arma, para eu entrar na casa daquela pessoa vou pensar um pouquinho mais”.

Faz sentido. Porém, com relação à desburocratização do armamento das pessoas, o que é algo a se pensar no “uso desprovido da força”. Pensar em mortes por qualquer razão em detrimento de se ter uma arma ou se ter várias chacinas em escolas e outros locais com grande concentração. Daí, você deve estar se perguntando: e aqueles armamentos de uso restrito nas mãos dos bandidos? Justamente. Se o governo conseguir colocar em prática o combate à violência, tem-se a necessidade de armar todas as pessoas de bem? Acredito que não, pois só elevaria esses altos índices de criminalidade.

*Sociólogo – CRP 040/RR.

[email protected]

——————————————-

É bom sentir saudade

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração escorrega pelos olhos.” (Bob Marley)

Já sabemos que só sente saudade quem foi feliz. Senti isso bem recentemente. Liguei o televisor e o cantor Sérgio Reis estava se apresentando num programa de domingo na TV Globo. Aí, senti saudade de uma mulher maravilhosa, que é vizinha do Sérgio Reis, na Serra da Cantareira, em São Paulo. A lindinha e maravilhosa Ana Lúcia Castro é minha sobrinha, mora na Serra da Cantareira e é vizinha do Sérgio Reis. Sempre que estou em São Paulo passo uns fins de semana com a Lucinha e sua família adorável. Sua residência fica no Parque da Cantareira, um ambiente paradisíaco. Ela é diretora em um colégio público em Mairiporã, bem próximo da Serra.

É maravilhoso quando temos de que sentir saudade. E o mais estranho foi o acontecimento que me encantou com a saudade, no domingo. Depois que o Sérgio Reis saiu do palco, fui dar uma arrumada nos meus livros, na estante. E foi aí que aconteceu o inusitado. Quando mexi nos livros encontrei uma revista com a foto da Lucinha em uma comemoração no colégio onde ela trabalha. Embaixo da foto estava uma matéria dela, falando sobre seu trabalho com as crianças do colégio. Juro pra você foi coincidência mesmo. O que me fez terminar o domingo muito feliz.

Quer uma sugestão minha? Procure ser feliz com sua família. Ela é o maior presente que a natureza lhe deu. O amor fortalecido com a harmonia é a maior fonte de felicidade. Em cada membro da família temos um alto grau de comunhão que deve ser bem vivido em cada minuto da vida, presente ou distante. Não importa onde nos encontramos. O que importa é o sentimento que temos guardado no coração, e que nos traz momentos de saudade. Ame sua família. Ame cada membro de sua família. É o amor que você lhes dá que eles lhe retribuem com carinho e gratidão.

Aproveitando o sentimento que o acaso me trouxe, irei fazer uma visita a Lucinha e abraçar cada membro de sua família que, afinal, faz parte de minha família. Do que muito me orgulho. Adoro aquele ambiente da Serra da Cantareira. Mas… Chega de sentimentalismo. Mas como se livrar dele quando o amor fala mais alto, nos sentimentos amorosos? Sou um cara feliz com uma felicidade alimentada pelo amor que tenho pela minha família. E todos os elementos que compõem a família estão no meu coração, independentemente da distância que nos separa. Sou muito feliz por ter uma família enorme. Nem sei como contaria quantas pessoas fazem parte dela. Nem isso me interessa. O que importa é a felicidade que eles me trazem. Pense nisso.

*Articulista

[email protected]

99121-1460