Opinião

Opiniao 06 07 2019 8508

A inovação é um trabalho de pessoas inquietas – Luiz Alberto Rodrigues

Em seu livro “TED Talks”, o presidente do TED, Chris Anderson, conta uma das pequenas histórias mais fascinantes que tive a oportunidade de conhecer em muito tempo. A narrativa aborda inovação, empreendedorismo e, principalmente, criatividade. 

Ao viajar para Nairóbi, Quênia, ele e uma colega encontram um garoto de doze anos chamado Richard Turere. Sua família criava gado e um dos maiores problemas que tinham era o constante ataque de leões à noite. 

Logo, Richard percebeu que, se andasse de um lado para o outro com a tocha acesa, os leões se sentiam intimidados e não apareciam. Sabendo disso, ele criou um sistema de luzes que acendiam e apagavam em sequência, produzindo uma sensação de movimento. Tudo foi produzido com sucata – painéis solares, bateria de carro e um visor e Richard, vejam só, tinha aprendido eletrônica sozinho mexendo com peças tiradas de um rádio dos pais. 

Com a invenção, os ataques dos leões cessaram. E não só isso: a notícia se espalhou e outras aldeias decidiram adotar a invenção! Ao invés de matar os felinos, eles se protegeram com a iniciativa de Richard e tanto os aldeões quanto os ambientalistas ficaram felizes. 

Esse é apenas um exemplo de como a criatividade está ligada à inovação. Como são duas coisas diferentes que, sem dúvida, se complementam. E de como a inovação precisa ser absorvida no dia a dia das empresas. Tiro dessa história ao menos três lições importantes:

1-    Identificar a necessidade deve ser sempre o início do processo. Richard e as outras aldeias tinham a mesma demanda, por isso, deu tão certo.

2-    A curiosidade e a busca pela excelência levam à real solução do problema.  Ao invés de caçar os leões, ele procurou fazer com que todas as partes envolvidas na situação se mantivessem intactas.

3-    Inovação não é trabalho de gênios e, sim, de pessoas inquietas e curiosas que possuem uma necessidade. 

Como criatividade e inovação são muitas vezes confundidas, as pessoas costumam assumir que não é possível impulsionar processos de inovação dentro de uma organização. 

Criatividade é a capacidade de conceber algo original ou diferente. Inovação é a implementação de algo novo. Richard criou uma forma diferente de lidar com um problema e o seu processo de inovação, já testado, foi adotado por pessoas que sofriam da mesma situação e mudou toda uma região. 

Uma diferença simples: Claro, o próprio termo “inovação” denota algo diferente, novo. Porém, um processo de inovação pode ser muito mais simples e não precisa ser criado do zero. O poder da inovação é reconhecido hoje graças a cases como os aplicativos de serviços de transporte, que criaram uma demanda nova e fizeram com que todos ficassem satisfeitos.Do meu ponto de vista, criatividade é importante no mundo corporativo atualmente, mas é apenas o começo. O que garante uma mudança real e retorno financeiro é a adoção da inovação, que de fato colocam as ideias para funcionar.

*Fundador e CEO na EICON – Inteligência em controles

Zona cinzenta no tratamento médico – Ana Paula Cury – Fábio Cabar

A falta de acesso e de infraestrutura aos cuidados médicos em muitos lugares do país desviam a atenção do debate sobre o direito do paciente ter respeitada a sua vontade sobre tratamentos que prolonguem a vida. Cidadãos de todas as classes sociais, integrantes dos três poderes constituídos e, particularmente, profissionais e instituições de saúde precisam compreender a relevância da questão e os efeitos que acarretam em nossa vida pessoal e profissional. No âmbito profissional, o Conselho Federal de Medicina já definiu formalmente como os médicos devem atuar ao tomarem conhecimento de conjunto de desejos, prévia e expressamente, manifestados pelo paciente, sobre cuidados e tratamentos que quer, ou não, receber no momento em que estiver incapacitado de expressar, livre e autonomamente, sua vontade. Pela Resolução CFM 1995/2012, tais desejos devem ser formalizados num testamento vital, documento que possui um regramento muito particular para a sua elaboração.   Entretanto, a aplicação do testamento vital dentro das instituições hospitalares, privada ou pública, adentra, de fato, numa zona cinzenta, na qual a prática do que está previsto na norma pode imputar riscos aos profissionais envolvidos. Isso acontece em duas frentes. A primeira ocorre porque a aplicação da regra tem limite pré-definido. A vontade expressada pelo paciente não pode estar em desacordo com os preceitos do Código de Ética Médica, os quais encorajam a aplicação dos recursos disponíveis na busca pela cura do paciente. Este não é um conceito subjetivo. Todos os meios para tratamentos num ambiente hospitalar estão a serviço dos pacientes e devem ser usados. A intenção de quem se vale de um testamento vital é de impedir, por exemplo, tratamentos invasivos que sustentam artificialmente a vida. Nestes casos, o médico pode determinar forma de cuidados indesejado pelo paciente e arcar com as consequências dessa atitude, pois está respaldado pelo artigo 24 do código profissional que veda (ao médico) deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de decidir livremente sobre sua pessoa ou seu bem-estar, bem como exercer sua autoridade (médica) para limitá-lo.   Na segunda frente, a situação é ainda mais complexa. De acordo com a norma, a vontade do paciente prevalece sobre qualquer outro parecer não médico, inclusive sobre os desejos dos familiares. Mas, ao impor o expresso no testamento vital, o profissional estará sujeito à reação de familiares e a enfrentar procedimentos judiciais para esclarecimento dos fatos. Infelizmente, os dados publicizados pelas comissões de ética dos conselhos de medicina e nas cortes judiciais demonstram volume crescente de ações envolvendo tais situações. E, convenhamos, o fato de enfrentar e defender-se num processo já é visto como um tipo de punição.   Os cuidados meticulosos com os registros médicos, especialmente com a redação de termos de consentimento, são fundamentais para lidar com quaisquer tipos de questionamentos, especialmente judiciais, mas têm-se demonstrado insuficientes para conscientizar os envolvidos na discussão.   A prática evidencia que as pessoas confundem os desejos expressos no testamento vital como autorização para eutanásia ou suicídio assistido, as quais são proibidas no Brasil. Isso traz insegurança a médicos e hospitais e esclarece porque o testamento tem adesão muito baixa em nossa sociedade. Os relatos a partir dos hospitais mostram ainda que o acionamento de comissões de bioética pouco tem contribuído para aclarar o assunto. Mesmo quando ocorre falta de consenso numa família, e desta com o médico. Pior ainda quando um caso é transferido para os cuidados de conselho médico de uma instituição profissional.   Nas faculdades, este quadro começa a aparecer no horizonte dos estudantes e talvez seja determinante nas escolhas profissionais. Abraçar determinadas especialidades compreende lidar com potencial importante de contencioso jurídico. Aos profissionais do setor cabe se adaptar a este ambiente e suas demandas.   *Sócia-fundadora de CGRC Advogados, mestranda em Direito Médico pela Universidade de Edimburgo e integrante da Comissão de Direito Médico da OAB/SP e da Sociedade Brasileira de Bioética. **Sócio-fundador de CGRC Advogados, médico e advogado, inte
grante da Comissão de Direito Médico da OAB/SP e presidente da Comissão de Ética Médica do Hospital das Clínicas de São Paulo.      

Por que procurar?  – Afonso Rodrigues de Oliveira

“Não procure uma motivação fora de si mesmo, dos seus desejos. Tudo está dentro de você, nos seus sonhos.” (André Blanchard)

Seu sucesso e seu fracasso estão na sua atitude mental. E esta está nos seus pensamentos. Acredite nisso e procure, nos seus pensamentos, tudo o que você quer de melhor. Simples pra dedéu. É nos seus pensamentos que está o que você realmente procura. É só aprender a pensar. Pense forte e você será forte. Henry David Thoreau disse que “As coisas não mudam; nós é que mudamos.” E só mudamos quando mudamos nossa maneira de pensar. E o mais sensato é respeitar os pensamentos das outras pessoas. Afinal, somos todos iguais nas diferenças.

Sabe de uma coisa, cara, todos nós temos o mau hábito de torcer o nariz para a simplicidade expressada pelas outras pessoas. É como se elas estivessem mentindo. Quando na verdade nós é que estamos mentindo para nós mesmo. E apenas porque não queremos aceitar a simplicidade que pode, muito bem, estar nos indicando o caminho certo. Mas, pela nossa ignorância natural, preferimos aceitar a resposta do sapo da Alice. Por que temos que sair por aí procurando o que está dentro de nós mesmos? Porque não confiamos, e por isso não acreditamos, nos nossos pensamentos positivos. E é por aí que somos mais inclinados a acreditar mais nas mentiras do que nas verdades. Uma atitude inerente ao grau de evolução racional.

Estamos e vivemos todos numa evolução racional. Mesmo que não saibamos, nosso destino é o Mundo Racional. Foi de lá que saímos para entrar nesse mundo ainda em início de evolução, em que vivemos. E nosso retorno vai depender da nossa evolução racional. E nunca evoluiremos enquanto não evoluirmos em nossos pensamentos. Sabemos que é muito difícil, mas é muito simples, evoluir nos pensamentos. Porque o Universo está à nossa disposição. Mas só usufruiremos do recurso que temos, quando entendermos o que realmente somos: seres de origem racional. Porque quando nos tornarmos realmente racionais não voltaremos mais para este mundo em transformação. Voltaremos para o mundo de onde viemos.

Mas me faça um favor. Não confunda esse papo com religião, ciência, filosofia, ou coisa assim. É apenas um papo com um cara que está pensando no que somos realmente. E só isso. Estive ainda há pouco, mirando a beleza dos montes, cobertos de nuvens, lá no Município de Iguape, e lembrei-me de tudo isso. Por que será que a Natureza cria belezas exorbitantes e nem lhes damos atenção? Talvez porque estamos perdendo nosso tempo com pensamentos negativos que nos bloqueiam a mente para a felicidade. Mire mais no seu horizonte. Pense nisso.

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