Opinião

Opiniao 13 11 2018 7223

O Brincar como ferramenta para o desenvolvimento integral das crianças

Mariângela Carocci*

A Primeira Infância é reconhecida como uma etapa crítica para o desenvolvimento humano, segundo as evidências e contribuições da Neurociência e de acordo com o Núcleo de Ciência pela Infância. Essa fase, que refere-se aos seis primeiros anos de vida, é responsável pela formação de 700 conexões neurais por segundo. Nos primeiros anos de vida, a arquitetura básica do cérebro é construída através de um processo contínuo, que se inicia antes do nascimento e continua até a maturidade.

O brincar também ajuda a criança a desenvolver habilidades que são as bases de todo o aprendizado. É brincando que a criança estimula a fala, a leitura, a escrita entre outros. Leia livros infantis com e para as crianças com as quais tem contato.

Ao brincar com o adulto, a criança gosta de imitá-lo, dessa forma amplia o seu repertório de experiências e aprendizados. É essencial também, que ela possa vivenciar momentos de um brincar livre, para que faça as próprias escolhas e descobertas. Brinque com seu filho, sobrinho, neto e outras crianças em parques. Vivências na natureza são ótimas para estimular os sentidos delas.

As crianças de até três anos gostam de brincar de esconde-esconde, de explorar os objetos, de empilhar coisas e desmontar. Entre 4 a 6 anos, é a fase do faz de conta e as relações com seus pares são potencializadas através das brincadeiras.

No entanto é preciso criar espaços lúdicos seguros e adequados para esse brincar, que não se restrinja à escola, à casa da criança ou a parques infantis. Unidades básicas de saúde, hospitais, centros de assistência social e qualquer lugar frequentado pela criança. É preciso pensar no brincar como uma maneira de também favorecer o bem-estar dos pequenos.

O ambiente dever ser estimulante com blocos de construção, por exemplo, que possibilita o exercício da criatividade e imaginação da criança. A brincadeira no chão é muito mais segura e possibilita o desenvolvimento motor principalmente nos primeiros anos de vida.

O brincar antes de tudo é um direito de todas as crianças que está definido no artigo 31 da Convenção dos Direitos da Criança, no Estatuto da Criança e do Adolescente e no Marco Legal da Primeira Infância. Portanto, estamos falando de direitos humanos e o brincar é, antes de tudo, um direito da criança! Portanto, brinque com as crianças todos os dias, durante todo o ano e por quantos anos for possível. Assim, teremos jovens e adultos cada vez mais fortes, inteligentes e conscientes de seu papel na sociedade.

*Especialista em Primeira Infância da PlanInternational Brasile Grente do projeto “Famílias que Cuidam”

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Chifre em cabeça de cavalo

Walber Aguiar*

“O que é a verdade?” (Pilatos)

Estavam tristes, cabisbaixos, sem nenhuma perspectiva de luz e esperança diante da terrível morte na cruz. Durante o percurso de 11 quilômetros, distância que separa Jerusalém da aldeia de Emaús, os dois discípulos conversavam. Qual seria o diálogo, o que os preocupava durante a longa jornada?

Ora, Talvez discorressem sobre a filosofia dos gregos; a maiêutica de Sócrates, o idealismo sublime de Platão, a análise científica e sistematizada de Aristóteles. Sei apenas que buscavam a verdade. Poderiam ter falado dos quatro elementos de criação do universo, segundo os mitos ou a especulação filosófica dos pré-socráticos. Talvez abordassem os argumentos de Epicuro e sua busca pelo prazer, ou dos estóicos, que perseguiam uma perfeição inexistente e obsessiva.

 Especulações à parte, discorriam sobre os últimos acontecimentos de uma sexta feira fatídica. Da esperança perdida, de uma redenção que não mais se daria dali por diante. No entanto, um terceiro viajante se aproximou e ia com eles. Um estranho andava bem perto, ouvindo com atenção os argumentos lamuriosos. A grande ironia foi a pergunta do desconhecido: quais? , em relação aos últimos eventos.

Ao chegarem à aldeia de Emaús, o Jesus histórico se deu a conhecer aos viajantes. Espargiu luz na cara e na ignorância dos mesmos. Fez com que eles desejassem viver de novo, através de sua graça e grandeza. Aqueceu a frieza e a desolação de corações que outrora retumbavam no peito e energizavam a alma.

Ora, “as mentiras do cristianismo”, conforme escrito por um colaborador da “Folha de Boa Vista”, entristece a alma daqueles que buscam algo maior que um simples e carcomido sistema. O cristianismo já não interessa, o que vale é a proximidade com Cristo, a comunhão que aquece o peito, a sublevação de valores que dão sentido à vida, numa autêntica contracultura cristã.

À semelhança dos dois de Emaús, atravessamos um deserto existencial, numa jornada sem nenhum encanto. Apesar das picuinhas doutrinárias e daquilo que pode ter sido relevante, o mundo não mudou muito. O que faz diferença é a Graça de Deus, e o único dogma que permanece é o amor. O que passar disso é inútil, é procurar “chifre em cabeça de cavalo”…

*Poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Letras. [email protected]   

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Violência não, ordem e progresso sim

Marlene de Andrade*

“O que semear a perversidade colherá males; e com a vara da sua própria indignação será extinto.” (Provérbios 22:8)

Gleisi Hoffmann afirmou na Tribuna do Senado que Bolsonaro é responsável pela onda de violência, a qual acomete a política brasileira e afirmou também que ele simboliza a violência, a crueldade e a barbárie, distribuindo conteúdos que dissemina o ódio. Que absurdo!

Fui assistir a uma palestra dele nas faculdades Cathedral e não percebi nenhum discurso violento por parte do nosso Presidente. Essa senadora também disse na Tribuna do Senado que a violência no governo de Bolsonaro vai ser enfrentada armando a população, pois ele quer transformar o Brasil “num EEUU” onde as crianças se matam dentro das escolas e onde qualquer um tem uma arma e sai atirando em pontos públicos. Que delírio é esse?

Como é que um presidente violento vai querer armar a população? A primeira coisa que ele faria se violento fosse, era tentar desarmar as pessoas de bem e fazer conchavos com os bandidos e protegê-los assim como Lula protegeu Battisti dando-lhe asilo, ele, um assassino italiano perigoso, o qual fugiu da Itália onde foi condenado à prisão perpétua por assassinatos e tráfico de drogas.

E tem mais, em nosso país, há tempos, muitos alunos já entram armados nas escolas e aí o que dizer disso? Bolsonaro tem alguma coisa a ver com isso? Aqui no Brasil os bandidos estão andando fortemente armados e nesse caso a população tem que
oferecer, como diz Bolsonaro, um bouquet de rosas aos bandidos? Será possível conviver dessa maneira sem tomar uma atitude mais drástica?

E por falar em violência eu não poderia deixar de tocar no assalto ao Banco do Brasil neste mês de novembro, no dia 9, no bairro Tancredo, aqui em nosso estado quando um policial foi assassinado por bandidos fortemente armados. É verdade que os quatro assaltantes também foram mortos, o que é lamentável, entretanto nessa situação fazer o quê? Ter peninha dos assaltantes e considerar o PM um perverso?

Cabe aqui outra pergunta: como é que os bandidos do Brasil conseguem comprar armas se elas ainda não foram liberadas à população? Como? E Bolsonaro tem a ver o que com isso? Gleisi fez esse seu discurso cheio de contradições afirmando, inclusive, que Bolsonaro é homem violento tanto que quer armar a população, mas ela não tocou no assunto que envolve o MST, MSTT e demais esquerdopatas, os quais estão profundamente armados. Assim sendo, penso que a população tem todo direito de se defender dos bandidos que usam armas e isso não é ser violento.

*Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT – CRM/RR 339 RQE 341

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A beleza é eterna

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“A beleza é a eternidade a olhar-se no espelho. Mas você é a eternidade e o espelho.” (Gibran Khalil Gibran)

Quando ele a conheceu, ela era uma garotinha. Namoraram por cinco anos. Casaram-se e o tempo foi passando e o amor concretizando-se na construção de uma família maravilhosa. Seis décadas se passaram como se fossem a apresentação de uma vida em construção. Muita luta e dificuldades aparentemente invencíveis, mas nada que pudesse encortinar nem cobrir o amor construtor. Mudanças, e mil dificuldades vencidas. Choques quase insuportáveis como a mudança das praias de Copacabana para as matas da Confiança, em Roraima. Mas nada foi tão forte quanto o amor que manteve a bravura, em enfrentar os trancos na construção de uma família que sempre foi, e sempre será, o esteio da personalidade de uma mulher maravilhosa.

As mudanças continuam, o amor cresce, a felicidade constrói. Nada supera o amor. E ele tem sido e sempre será tudo que o casal quer e merece. Nada no mundo pode ser superior à felicidade, que enriquece o casal que durante seis décadas construiu tudo que poderia ser, e é, indispensável a quem ama. Seis filhos, dezessete netos e seis bisnetos, formam o elenco que engrandece e enriquece a família. E nada pode ser mais benéfico do que a felicidade que brota do amor em um casal verdadeiro. Um exemplo de que nada no mundo pode destruir a felicidade, quando ela vem da união construída com amor, sinceridade, honestidade e, sobretudo, muito respeito.

A alegria tem sido a companheira inseparável de um casal que pode ser exemplo de como as separações não fazem parte do amor. Porque ele só constrói, não destrói nem traz infelicidade. SALETE é o exemplo da pessoa que tem todo o poder para construir a harmonia num casal, independentemente das dificuldades enfrentadas e encaradas com personalidade. Olhando-a com carinho, percebo o quanto seu marido é um homem feliz e realizado. Eu o conheço. É um cara que tem tudo para uma mulher rejeitar um homem: é pequeno, magro, feio, pobre, daltônico, antifotogênico, e chato pra dedéu.

Hoje é dia do aniversário da dona SALETE. Um dia de felicidade para toda a família e para todos os que a conhecem. Mas não consigo me lembrar de quantos anos ela completa hoje. Mas todos nós lhe desejamos muita felicidade. E não tenho dúvida de que ela continuará a espraiar a felicidade à sua volta. Coisa que ela sempre fez, distribuindo o que todos nós desejamos, necessitamos, e recebemos com amor. Parabéns, TINHA. (É o apelido que lhe dei desde que nos casamos, há sessenta anos.) Todo o carinho que você merece. Amo-a. Pense nisso.

*Articulista

[email protected]

99121-1460